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Mercado Financeiro

RETROSPECTIVA: Relembre como foi o ano de 2021 para a Bolsa e saiba o que esperar para 2022

Mercado financeiro viveu fortes emoções ao longo do ano, com inflação e taxa de juros em alta, incertezas fiscais, política monetária internacional e pandemia

Data de publicação:30/12/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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O ano de 2021, para a Bolsa, foi de fortes oscilações. Um ano que começou com um prognóstico um pouco mais animador, após um 2020 difícil, por conta dos pesados reflexos da pandemia da covid-19 no mercado financeiro. Porém, o jogo virou na metade do período e a renda variável terminou de maneira apática, com dúvidas sobre o que esperar para os próximos 12 meses.

“O início de 2021 foi marcado por uma luz no final do túnel. A esperança era que pudesse ser o ano do fim da pandemia”, aponta o relatório Raio-XP: Retrospectiva 2021, assinado pelo estrategista chefe e head do Research da XP, Fernando Ferreira, pela estrategista de ações, Jennie Li, e pela analista de estratégia Rebecca Nossig.

Confira os acontecimentos que mexeram com a Bolsa em 2021; confira as melhores e piores ações do ano
Ano de 2021 foi desafiador para a Bolsa, com alta na taxa de juros, avanço da inflação, cenário fiscal marcado por incertezas, entre outros fatores - Foto: Cris Fraga

Com o avanço da vacinação, a reabertura econômica engatando o passo e a taxa de juros nas mínimas histórias – começou o ano com 2% -, o Ibovespa chegou a bater na casa dos 130 mil pontos em junho. Segundo a pesquisa Latam Fund Manager Survey, do Bank of America (BofA), 49% dos profissionais consultados em agosto disseram acreditar que o principal índice local da Bolsa superaria esse patamar no término deste ano.

No entanto, o prognóstico positivo sofreu um revés no segundo semestre, com a falta de avanço das reformas – administrativa e tributária – a flexibilização do teto de gastos por parte do governo para conseguir alocar as despesas do programa social Auxílio Brasil a R$ 400 e outras despesas, além da escalada dos juros – de 2% a 9,25% ao ano - e avanço da inflação na casa dos dois dígitos.

A pressão sobre a inflação também foi um cenário que afetou as economias de fora, incluindo os Estados Unidos, mercado que exerce forte influência na Bolsa. Por lá, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) acelerou a retirada de estímulos da economia e sinalizou que elevará a taxa de juros em várias etapas a partir de 2022.

Alguns acontecimentos que mexeram com a Bolsa em 2021

De acordo com o relatório da XP, além do cenário local, alguns acontecimentos ao redor do mundo também impactaram o desempenho da Bolsa em 2021.

Invasão do Capitólio nos EUA/pacote de infraestrutura de Biden

Em janeiro, houve a primeira invasão do Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do ex-presidente Donald Trump.

“O episódio destacou que as tensões políticas permaneceriam altas nos próximos meses, o que era particularmente importante, uma vez que o novo governo começaria a discutir pacotes de estímulos trilionários para ajudar a economia americana a se recuperar da pandemia”, enfatizou a XP.

O pacote de infraestrutura do presidente americano Joe Biden, de US$ 1,75 trilhão, segue sendo negociado pelo chefe do Estado e o Senado para possíveis ajustes.

Petróleo/navio Ever Given encalhado

Em março, quando as atividades mostravam sinais de retomada e a forte demanda ameaçou as cadeias de abastecimento globais, o desafio se tornou ainda maior quando o Ever Given, um dos maiores navios porta-contêiners do mundo, bloqueou o Canal de Suez por seis dias e causou dores de cabeça no comércio global de petróleo.

China/regulação dos mercados e crise da Evergrande

Na China, o aumento regulatório do governo fez com que a economia do país tivesse um dos piores desempenhos deste ano, segundo a XP.

Entre os fatores de maior relevância estão o impacto negativo das investigações antitruste em empresas de tecnologia, novas regras no setor de educação e as preocupações com a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) das empresas chinesas em bolsas americanas – em particular a empresa Didi, que se despede da bolsa de Nova York após ter estreado em menos de seis meses.

A crise de liquidez da Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês, também abalou fortemente o mercado global. “O mercado se preocupou achando que aconteceria um outro momento Lehman Brother”, diz a XP, referindo-se à quebra do banco americano em 2008.

Cenário fiscal/PEC dos Precatórios

No ambiente local, os últimos meses de 2021 foram marcados pelas discussões ao redor dos precatórios de 2022. O governo apresentou a PEC dos Precatórios para mudar as regras dos pagamentos, alterar a metodologia do teto de gastos e acomodar o Auxílio Brasil.

Inicialmente, as notícias sobre a flexibilização no teto de gastos não foram bem digeridas pelo mercado, causando volatilidade na Bolsa. Porém, ao final de novembro e início de dezembro, houve um alívio entre os investidores com a aprovação do texto, que reduziu um pouco as incertezas fiscais.

Variante ômicron/coronavírus

No fim de novembro, os mercados foram pegos de surpresa por uma nova cepa do coronavírus: a ômicron, descoberta na África do Sul. A novidade causou uma onda de preocupação no mercado internacional de que novas restrições poderiam impactar na recuperação econômica global.

No entanto, estudos realizados ao redor do mundo pelas farmacêuticas mostraram que uma dose adicional das vacinas é capaz de neutralizar casos graves da doença. “Olhando para 2022, a covid-19 continua sendo um risco a ser monitorado”.

As 10 ações com melhor e pior desempenho na Bolsa em 2021

Segundo os estrategistas da XP, empresas com atividades econômicas relacionadas à reabertura econômica - como aéreas, varejo, commodities, entre outras - registraram os maiores retornos no período, mesmo com a Bolsa atingindo perdas ao longo de 2021.

No lado das perdas, o varejo foi penalizado por novas medidas restritivas de locomoção no mês de março deste ano e depois pelo cenário macroeconômico, com inflação e taxa de juros em elevação.

Quem se saiu bem em 2021

Empresa/tickerRetorno em 2021
Embraer (EMBR3)137,9%
Braskem (BRKM5)137,5%
Marfrig (MRFG3)63,1%
JBS(JBSS3)60,5%
Pão de Açúcar (PCAR3)50,8%
PetroRio (PRIO3)27,7%
Méliuz (CASH3)10,1%
Cemig (CMIG4)9,7%
Banco Pan (BPAN4)9,4%
Cosan (CSAN3)9,4%

Quem se saiu mal em 2021

Empresa/tickerRetorno
Cielo (CIEL3)- 44,9%
Cyrela (CYRE3)- 46,2%
Cogna (COGN3)- 46,4%
IRB Brasil (IRBR3)- 46,9%
Natura & Co (NTCO3)- 47,4%
Eztec (EZTC3)- 50,7%
Qualicorp (QUAL3) - 51,8%
Americanas (AMER3)- 58,6%
Via (VIIA3)- 70,7%
Magazine Luiza (MGLU3)- 74,9%
Fonte: Bloomberg/XP (dados apurados até 20 de dezembro de 2021)

O avanço das commodities

Com as campanhas de vacinação em andamento em todo o mundo – hoje o Brasil tem 64% de sua população imunizada com duas doses da vacina contra a covid-19 – e o reaquecimento da atividade econômica, os preços das commodities dispararam em 2021. O minério de ferro chegou a bater US$ 200 a tonelada no mercado internacional e o petróleo segue em compasso de escalada.

A alta no preço das commodities fez com que empresas como Vale e Petrobras – duas empresas que respondem, juntas, por mais de 24% de peso na cesta de ativos do Ibovespa - apresentassem fortes resultados.

Prova disso são os dividendos entregues pelas duas companhias em 2021. Juntas, as duas gigantes distribuíram R$ 222,4 bilhões em dividendos no período.

Recorde de IPOs

O ano de 2021 foi marcado por um número recorde de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) de empresas tanto na Bolsa do Brasil como nos Estados Unidos. No ambiente local, foram 45 IPOs, maior volume de ofertas desde 2007, que, segundo a XP, movimentou R$ 65,3 bilhões.

O que esperar para a Bolsa brasileira em 2022?

A opinião dos estrategistas da XP, economistas e analistas é unânime: o ano de 2022 terá um ambiente econômico mais desafiador do que em 2021. A casa acredita no crescimento econômico desacelerando a 0% no período.

No entanto, um dos principais tópicos de discussão para o País, de acordo com a casa de análises, nos próximos cinco anos, será a trajetória fiscal, que inclui as contas públicas do governo.

“A combinação de um alto nível de dívida em relação ao PIB (83%, um dos maiores entre mercados emergentes) com taxas de juros muito elevadas, é muito desafiadora. Como resultado, o Brasil deve decidir entre apertar a política fiscal no médio prazo e estabilizar a dinâmica da dívida ou correr o risco de retornar ao velho cenário macroeconômico: gastos altos, inflação pressionada e taxas de juros elevadas: Essa será a questão-chave para monitorar no ciclo eleitoral do ano que vem”

Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig, da XP

Nesse cenário, os estrategistas da XP mantêm suas recomendações de investimento em ações brasileiras de três frentes: commodities, empresas com histórias de crescimento secular e com oportunidades específicas.

“As ações de empresas de commodities continuam oferecendo uma boa proteção contra a inflação e o dólar mais alto. As empresas com longo histórico de crescimento são companhias mais protegidas de um cenário macro mais desafiador. E empresas que tiveram forte queda recentemente, cujo recuo não está relacionado aos seus fundamentos, podem se beneficiar de uma recuperação do mercado”, argumenta a casa.

Sobre o autor
Julia Zillig
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