Efeito Manada na Bolsa de Valores: é uma boa copiar outros investidores?
A notícia de que o ex-presidente Lula poderá concorrer às próximas eleições caiu como uma bomba na Bolsa de Valores na última segunda-feira, 8. Em poucos…
A notícia de que o ex-presidente Lula poderá concorrer às próximas eleições caiu como uma bomba na Bolsa de Valores na última segunda-feira, 8.
Em poucos minutos, a cotação do dólar subiu e o Ibovespa despencou, refletindo uma ansiedade em liquidar posições por parte dos investidores.
A pergunta que fica é: vender ações para seguir o que a maioria das pessoas está fazendo é uma decisão correta?
Boa parte desse comportamento é inerente ao ser humano e se intensifica pelo recente aumento da quantidade de novatos no mercado de ações.
Assustados com as oscilações de curto prazo na Bolsa, acabam por encerrar suas posições sem analisar se, de fato, aquelas empresas serão impactadas negativamente com a notícia.
Isso também é chamado de efeito manada do mercado, quando alguém opta por seguir um caminho depois de outros investidores correrem para a mesma direção.
Ações como as do setor de educação, que podem ser beneficiadas em uma eventual retomada do Prouni no governo do PT, por exemplo, não deveriam ter caído tanto.
Os ativos de empresas ligadas à construção civil também foram castigados, a despeito de esse mercado atravessar uma fase favorável ultimamente.
Ora, do mesmo modo que comprar ações quando o mercado está em alta não é uma boa estratégia, o investidor que sai vendendo tudo, movido apenas pela emoção, também costuma perder dinheiro.
Quem não tiver fôlego para resistir aos momentos de grande volatilidade na Bolsa precisa reavaliar se essa opção realmente se adequa a seu perfil de risco.
Aprender a pensar no longo prazo é fundamental antes de alocar recursos diretamente em ativos.
Iniciantes devem preencher o suitability e avaliar seu perfil de risco como investidor, e podem buscar produtos alternativos, com menos volatilidade do que o investimento direto em ações, como alguns fundos multimercados, que incluem, além de ações, ativos de renda fixa e até mesmo moedas.
Neste caso, uma gestora certificada por órgãos reguladores faz o trabalho de compra e venda no mercado, adequando o produto ao perfil de risco informado.
Dentro da classificação dos multimercados, existem até os chamados fundos quantitativos, em que o portfólio de investimento é construído com base em modelos matemáticos vindos de teses acadêmicas, mas operacionalizados por algoritmos.
Neste caso, a carteira se protege melhor do comportamento emocional da Bolsa, pois a estratégia do fundo segue o comportamento histórico de um conjunto de estratégias.
A verdade é que o mercado de renda variável está disponível para todos os perfis de pessoas físicas. Existem profissionais especializados para explicar quais os riscos e as características dos investimentos, de acordo com a situação de cada um.
Esqueça a manada, pois se ela não sabe aonde vai chegar, certamente ficará satisfeita com qualquer resultado.
*As opiniões contidas nesse artigo são do autor do texto e não necessariamente refletem a opinião do Mais Retorno