Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta terça-feira, 31 de maio
No exterior, as atenções se voltam para a inflação na zona do euro de maio, que veio bem acima do esperado
Após fechar a sessão anterior em baixa, a Bolsa opera em alta nesta quarta-feira, 31, com os investidores digerindo novos dados de emprego no País, o que aponta um aquecimento da economia.
Descolado do ambiente negativo dos mercados internacionais, o Ibovespa subia 0,50%, aos 111.591 pontos, às 15h16, enquanto o dólar recuava 0,11%, cotado a R$ 4,748, em dia de formação de Ptax.
O avanço de quase 1% das ações da Petrobras, que refletem a alta do petróleo no exterior, também contribuem para o bom humor da Bolsa, assim como o dia positivo para os bancos no pregão.
Na véspera, o Ministério de Minas e Energia formalizou um pedido ao Ministério da Economia para incluir a petroleira no Programa de Parceiras e Investimentos (PPI), movimento considerado um dos primeiros passos para conseguir privatizar a companhia.
Taxa de desemprego, inflação e ICMS
Segundo dados do IBGE, divulgados durante a manhã, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) reportou uma taxa de desemprego no País de 10,5% no trimestre encerrado em abril.
O número é a menor taxa para esse período desde 2015, quando atingiu 8,1%. Sobre o trimestre anterior, a queda foi de 0,7% ponto porcentual e de 4,3% na comparação anual, quando o País estava vivenciando a segunda onda de covid-19.
Ainda no ambiente interno, a inflação segue no radar, assim como nos mercados internacionais. Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, a partir das 14h, e pode trazer algumas pistas sobre o ciclo monetário do País.
A expectativa do mercado é de que o Copom faça um ajuste de 0,50 ponto porcentual na Selic na próxima reunião do colegiado, que ocorrerá em junho.
Outro tema relevante para o mercado, o projeto de lei que limita o ICMS em combustíveis e energia elétrica deve ser votado nos próximos dias no Senado, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Irb Brasil (IRBR3) | +6,41% |
Marfrig (MRFG3) | +6,28% |
Cemig (CMIG4) | +3,30% |
BRF (BRFS3) | +3,26% |
Lojas Renner (LREN3) | +2,94% |
Maiores baixas
Banco Inter (BIDI11) | -3,57% |
Vibra (VBBR3) | -2,82% |
CPFL (CPFE3) | -3,21% |
Magazine Luiza (MGLU3) | -2,08% |
Eztec (EZTC3) | -1,91% |
Juros futuros
Os juros futuros operam mistos nesta terça-feira. Por volta das 15h10, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 12,20%, de 12,27% na abertura do dia.
O DI para janeiro de 2025 recuava a 12,35%, de 12,44%, e o para janeiro de 2023 estava em 13,48%, de 13,47%.
Mercado internacional: inflação avança mais do que o esperado
De acordo com a Destatis, agência oficial de estatísticas da União Europeia (UE), o Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 8,1% em maio ante alta de 7,4% em abril. A notícia deprimiu os mercados locais, com os principais índices operando em queda.
O indicador veio bem acima da projeção do mercado de 7,6% e reforçou ainda mais as perspectivas de que o Banco Central Europeu (BCE) deve subir a taxa básica de juros do bloco em julho.
“Eleva-se a especulação de que a autoridade pode começar a subir os juros ao passod e 50 pontos-base, com uma conjuntura que não será suficientemente desestimulada ainda nesse ano se a autoridade confirmar as falas de que elevará o indicador ao ritmo de apenas 25 pontos-base”.
Étore Sanches, economista-chefe da Ativa Investimentos
A alta do petróleo também é destaque nesta terça-feira, após a União Europeia chegar na véspera a um acordo de embargo ao petróleo russo.
O movimento, na visão dos analistas, pode reforçar ainda mais a alta da inflação e ciclos de aperto monetários mais fortes por parte dos BCs mundiais. Às 10h10, o preço do barril da commodity tipo Brent subia 1,57%, cotado a US$ 119,53.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -0,72% (443,36 pontos)
- DAX (Frankfurt): -1,29% (14.388 pontos)
- FTSE (Londres): +0,10% (7.607 pontos)
- CAC 40 (Paris): -1,43% (6.468 pontos)
A alta da inflação europeia soma-se ao cenário de Wall Street – que retoma suas atividades nesta terça-feira após feriado do Memorial Day – de enfrentamento de uma inflação no maior patamar dos últimos 40 anos e com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) apertando o passo para combater o seu avanço por meio de um ciclo monetário austero.
Nos Estados Unidos, o mercado também acompanha a reunião entre o presidente americano Joe Biden e o presidente do Fed, Jerome Powell, para discutir o cenário econômico do país.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -0,52%
- Dow Jones: -0,51%
- Nasdaq 100: -0,36% (dados atualizados às 15h53)
Bolsas asiáticas fecham sem direção única
As bolsas asiáticas concluíram a sessão desta terça-feira sem direção única. Os negócios na China, porém, tiveram tom positivo após as altas dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de indústria e serviços em maio indicarem que o desempenho da atividade chinesa está melhorando, em meio aos processos de reabertura de Pequim e Xangai, após um extenso período de lockdowns para conter a covid-19.
O índice acionário Xangai Composto subiu 1,19%, a 3.186 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve alta de 1,57%, a 2.006 pontos.
Em outras praças asiáticas, o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,38%, aos 21.415 pontos, enquanto o Taiex subiu 1,19% em Taiwan, aos 16.807 pontos. Na Coreia do Sul, o índice Kospi terminou o dia com ganho de 0,61%, aos 2.685 pontos.
Segundo informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China, o PMI industrial do país avançou a 49,6 em maio, enquanto o de serviços subiu a 47,8.
Embora abaixo da marca de 50 pontos, que indica expansão da atividade, os resultados deram fôlego à perspectiva de melhora da principal economia asiática.
A expectativa é corroborada ainda pelos planos anunciados nos últimos dias de reabrir algumas das principais metrópoles chinesas, como Pequim e Xangai.
"Os PMIs oficiais adicionam evidências mais amplas de que a atividade começou a se recuperar à medida que as medidas de contenção foram revertidas".
Capital Economics
A casa, porém, alerta que "é provável que a recuperação permaneça morna em meio à fraca demanda externa e tensões no mercado de trabalho".
Em uma nota menos positiva, a Pantheon Macroeconomics avalia que o PMI chinês não teria como vir pior que em abril, e os níveis abaixo de 50 pontos mostram uma atividade ainda em queda, ainda que menos pronunciada.
A casa argumenta que a política do governo da China, incluindo os estímulos ao setor de infraestrutura, parecem "insuficientes".
Contrariando o movimento da maioria dos índices asiáticos, o japonês Nikkei fechou em baixa de 0,33%, aos 27.279 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana também recuou, em baixa de 1,03% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 7.211 pontos. / com Agência Estado
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