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Bruno Serra
Economia

Bruno Serra, do BC: Brasil, na contramão do mundo, segue com projeções de crescimento em 2022

Segundo o diretor, a Selic mantida no patamar de quase 13% ao ano será em caráter temporário

Data de publicação:30/05/2022 às 19:10 -
Atualizado um ano atrás
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Em um momento no qual a inflação avança no mundo, as economias globais estão revisando suas projeções de crescimento para baixo, mas o Brasil segue na contramão, na opinião do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra.

A declaração foi feita durante sua participação em uma live promovida pela gestora Kinea nesta segunda-feira, 30.

economias globais
Para Bruno Serra, Brasil cresce enquanto o mundo revista suas projeções para baixo - Foto: Pedro França/Agência Senado

Segundo Serra, apesar do ciclo de aperto monetário em andamento, a economia brasileira segue crescendo.

“Do lado conjuntural, eu tinha dificuldade de entender as projeções tão negativas para o PIB deste ano. Vários fatores atuando, como uma normalização pós-pandemia por acontecer, massa de rendimento ampliada, crédito que crescia dois dígitos e um ciclo monetário que teve início com a taxa de juros, subindo rápido, mas partindo de um nível muito baixo”.

Bruno Serra, diretor do BC

De acordo com o diretor, o Brasil chegou no nível neutro da taxa de juros, no terceiro trimestre do ano passado, o que é um movimento recente.

“O primeiro trimestre de 2022, que tem dados econômicos bastante forte, está baseado em um juro real do começo de 2021, quando estávamos começando a subir os juros”.

Fora isso, Serra ainda destaca uma “melhora estrutural” no País, incluindo os investimentos. “Nosso investimento está melhor, reagiu melhor durante a pandemia. Os investimentos privados estão em alta histórica”.

Para ele, o Brasil “lambeu as feridas e depois entrou no processo de crescimento”.

“O ano de 2023 será chave, vamos entender os rumos da economia global. Poderemos ser a ‘economia bonita’ dentro de uma economia global ‘feia’. Estamos cada vez melhor, próximos do patamar de crescimento global, que ficamos longe desde 2013”.

Enquanto o ano de 2022, que tinha como consenso uma perspectiva pessimista para o Brasil e otimista para o exterior, o cenário mostra uma convergência.

“Enquanto todo mundo está revisando o crescimento do Brasil para cima, o caminho contrário é feito para as economias mundiais. Vamos acabar encontrando o mundo em um ano que todos esperavam um cenário negativo”.

Taxa de juros a 13%: caráter temporário

Serra acredita que o País pode continuar crescendo, mesmo tendo uma taxa de juros em um patamar elevado, no patamar de quase 13%.

“A taxa de juros é suscetível a ajustes. Em um período mais recente de crescimento elevado da economia brasileira, entre 2004 e 2012, na faixa de cerca de 3,5%, a taxa de juros média era maior do que 12%”, exemplifica.

Bruno Serra

No período mencionado por Serra, somaram-se fatores como alta do preço das commodities, gasto público com crescimento anual entre 6% e 7%, crescimento contínuo da participação do setor público no PIB, formalização de mão de obra que impulsionou o mercado de crédito.

“A Selic tinha que compensar tudo isso para o Banco Central entregar a meta de inflação dele”, enfatizou.

A movimentação da taxa de juros vai depender da conjuntura e na visão do diretor, o patamar de 13% será por um período específico, que “estamos precisando manter o hiato aberto para trazer a inflação para baixo em uma economia indexada, onde o mundo também está vivendo uma inflação alta em dólar”.

Inflação global para baixo

Segundo Serra, os BCs mundiais vão fazer esforços para conter o avanço inflacionário, como um trabalho de equipe, e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) é o “capitão do time”, “puxando a inflação global para baixo”.

“Eu vejo um sinal muito claro do Fed, com todos os desafios, de que eles estão determinados a trazer a inflação para 2%. A sociedade americana está cobrando isso deles e eu acho que ela vai cair. Só não sei precisar em qual patamar”.

Serra, do BC

Com esse movimento de queda, o diretor acredita que será possível convergir a taxa de juros para um patamar neutro, por volta de 7%, e meta de inflação de 3% aqui no País.

“Vai ter um momento em que a taxa de juros no Brasil vai normalizar de novo, principalmente se a gente mantiver em ordem tudo aquilo que a gente construiu de 2016 para cá, no que diz respeito ao controle fiscal”.

Mares revoltos

Para os próximos cinco anos, o mundo deve viver um momento difícil – o que pode incluir até mesmo uma recessão – para conseguir ajustar a rota.

“Nós já vivemos muito esse movimento de ‘stop and go’ na economia no Brasil, sabemos bem o que é. Projeto isso para o mundo desenvolvido para os próximos cinco anos. O navio navegará sem boia de salvamento ainda durante algum tempo”, conclui.

Sobre o autor
Julia Zillig
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