PIB da China deve passar por uma desaceleração em 2022, segundo a Moody’s
Covid-19, baixa no setor imobiliário e riscos geopolíticos elevados são os principais fatores que contribuem para desaceleração
A Moody's cortou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2022, de 5,2% a 4,5%, informou a agência de classificação de risco, em nota nesta segunda-feira, 30.
De acordo com a instituição, desequilíbrios por conta da covid-19, baixa no setor imobiliário e riscos geopolíticos elevados desacelerarão o crescimento da potência asiática. Para 2023, a agência espera crescimento de 5,3% do PIB chinês.
O que esperar?
"Esperamos uma recuperação do investimento em ativos fixos no segundo semestre, enquanto a normalização da demanda por bens e a desvalorização da moeda devem sustentar o crescimento das exportações. Mas o consumo só se fortalecerá se as preocupações com o coronavírus e as restrições diminuírem", diz a vice-presidente e diretora de crédito sênior da Moody's, Lillian Li.
Ainda que haja suporte monetário e fiscal este ano, ele será modesto e seu impacto apenas gradual, enquanto o cenário de incerteza reduzirá os incentivos para que empresas invistam e aumentem sua dívida, avalia a Moody's.
A agência também cita que mantém sua previsão pessimista para o mercado imobiliário da China. "A maior aversão ao risco provavelmente levará a condições de financiamento apertadas e qualidade de crédito mais fraca no segundo semestre, principalmente para empresas mais fracas do setor privado, promotores imobiliários e emissores de alto rendimento", projeta. / Com Agência Estado