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Amazon, Google… Big techs são impactadas pela guerra da Rússia no 1º trimestre

Guerra na Ucrânia, corte de fornecimento de gás natural, avanços de casos de covid-19 são apenas alguns dos fatores que compõem o cenário desafiador

Data de publicação:28/04/2022 às 23:01 -
Atualizado um ano atrás
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O primeiro trimestre de 2022 não foi bom para as big techs: a Amazon amargou o seu primeiro prejuízo desde 2015, a Meta (ex-Facebook) registrou o menor crescimento em 10 anos e a Alphabet, dona do Google, apresentou queda de 6% no lucro no mesmo período. Somente Microsoft e Apple trouxeram bons números em seus balanços.

De acordo com relatório da XP sobre o assunto, assinado por Jennie Li, estrategista de ações, Pietra Guerra e Rafael Nobre, analistas focados no mercado internacional, o pano de fundo macroeconômico é uma das principais razões para um desempenho misto, de forma geral, de grande parte das gigantes de tecnologia.

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Guerra na Ucrânia e volta de lockdown na China estão entre os fatores que atrapalharam os resultados das big techs - Foto: Reprodução

Entre os principais fatores que podem ter impactado no resultado dessas companhias – além dos aspectos específicos de cada big tech – inclui a guerra na Ucrânia, que ainda permanece no radar, após o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, enfatizar que o risco de uma guerra nuclear é significativo.

Soma-se a isso o corte de fornecimento de gás natural para alguns países que recusaram pagar a commodity para a Rússia em rublos.

” O movimento catalisou preocupações com a possibilidade de novos países da região também sofrerem com cortes de abastecimento, o que poderia aumentar ainda mais a inflação e desacelerar a economia local”, ressaltam os especialista da casa de análises.

XP, em relatório

E não deve ser desconsiderado, segundo a XP, o avanço dos casos de covid-19 na China, aumentando a preocupação sobre uma possível ampliação do lockdown no país.

Segundo especialistas, o aperto monetário mais agressivo proposto pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) também impacta no desempenho das big techs, já que elas trabalham com projeção de receitas futuras.

Confira a análise da XP sobre alguns balanços das big techs

Alphabet (NASDAQ: GOOGL; BDR: GOGL34): resultados mais fracos

A big tech, controladora do Google, reportou uma receita de US$ 56,0 bilhões, ante US$ 56,1 bilhões projetados pelo mercado, e lucro por ação de US$ 24,62 versus US$ 25,91 projetados pelos analistas, o que, na análise da XP, representou uma surpresa negativa de -5%.

Um dos pontos levantados pela casa de análises foi a queda na receita de anúncios do YouTube no trimestre, que ficou aquém das expectativas.

“O resultado abaixo das expectativas também ocorre à medida que o TikTok captura uma fatia crescente do mercado de vídeos de mídia social”.

Li, Guerra e Nobre, da XP

Apesar disso, os especialistas da casa de análise destacaram o crescimento do negócio de cloud computing do Google, que acelerou 44%, superando as projeções do mercado, “à medida que empresas grandes transferem suas cargas de trabalho de seus próprios data centers”.

“No entanto, a divisão ainda registrou prejuízo, relatando uma perda operacional de US$ 931 milhões, em comparação com US$ 974 milhões um ano antes”, pontuaram os especialistas.

Outro aspecto favorável, na visão da XP, foi o anúncio feito pela Alphabet de que seu conselho administrativo autorizou US$ 70 bi em recompra de ações, “um grande avanço em relação aos US$ 50 bilhões de 2021 e aos US$ 25 bilhões em 2019”.

“O anúncio é uma aceleração significativa na estratégia da empresa controladora do Google de devolver capital aos acionistas por meio de recompras de ações”, destacou.

No dia anterior, Fabio Coelho, diretor executivo do Google Brasil, disse que "as empresas de tecnologia no geral tiveram um ritmo de crescimento na pandemia que não vai durar para sempre", durante conversa com jornalistas no evento Think with Google.

Coelho destacou que as ações da companhia acumulam alta de 65% em um ano. O que também contribui, na sua avaliação, para um movimento de ajuste. Os papéis chegaram a cair 4% no after market em Nova York após o balanço ser mal recebido pelo mercado.

Microsoft (NASDAQ: MSFT; BDR: MSFT34): computação em nuvem

Em relação à empresa de Bill Gates, a Microsoft reportou uma receita na ordem de US$49,1 bilhões, ante US$49,0 bilhões aguardados pelos economistas. Já o lucro por ação da big tech foi de US$2,22 contra US$ 2,19 projetados pelo mercado.

O segmento Intelligent Cloud da empresa, que contém a nuvem pública Azure para hospedagem de aplicativos, juntamente com SQL Server, Windows Server e serviços corporativos, gerou US$ 19,05 bilhões em receita.

“Isso representa um aumento de 26% e acima do consenso de US$ 18,90 bilhões entre os analistas consultados pela StreetAccount”, complementa a XP.

XP, em documento de análise

Outro dado que agradou o mercado foram as estimativas da própria empresa para o próximo trimestre. De acordo com Amy Hood, diretora financeira da big tech, a receita da companhia deve ficar entre US$ 52,4 bilhões e US% 53,2 bilhões no próximo trimestre, acima da estimativa de US$ 52,9 bilhões feita pelo mercado.

Meta (NASDAQ: FB, BDR: FBOK34): números positivos, porém com desafios

A Meta divulgou que obteve uma receita de US$ 27,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, em linha com as expectativas – US$ 28,1 bilhões. Já o lucro por ação foi de US$ 2,72, ante US$ 2,56, superando as estimativas em 6,3%.

“O bom resultado foi fruto de uma recuperação no volume de usuários ativos diariamente de 1,93 bilhões para 1,96 bilhões, o que contribuiu para uma melhora do sentimento do mercado após a contração deste número no trimestre anterior, e uma surpresa positiva no faturamento por usuário”.

Especialistas da XP

Outro ponto de destaque foi a redução das projeções de despesas para 2022, de cerca de US$ 95 bilhões para até aproximadamente US$ 92 bilhões.

Segundo assinalou a casa de análises, apesar de a divisão voltada ao metaverso ainda ter uma fatia pequena de participação na geração de receitas, a divisão Reality Labs deverá ser o maior catalisador para o crescimento dos gastos por conta de novos investimentos

Apesar das surpresas positivas, a big tech pontou que o cenário macroeconômico está impactando seus negócios, uma vez que os anunciantes pausaram uma grande quantidade de campanhas após o início da guerra na Ucrânia.

“Ainda assim, a empresa acredita que possui uma vantagem competitiva sobre seus competidores e conseguirá se sobressair neste momento de incertezas”, reforçaram Li, Guerra e Nobre.

Amazon (NASDAQ: NASDAQ: AMZN; BDR: AMZO34): primeiro prejuízo trimestral em 7 anos

A Amazon registrou seu primeiro prejuízo trimestral em sete anos, resultado que, segundo a empresa, refletiu movimentos econômicos como queda nas compras on-line, inflação mais alta e problemas na cadeia de suprimentos.

A receita da big tech cresceu cerca de 7% no período entre janeiro e março deste ano, no ritmo mais lento em cerca de duas décadas, à medida que os consumidores retomaram seus hábitos do período pré-pandemia, consumindo mais nas lojas físicas.

O desempenho da ampla frente de negócios da Amazon refletiu alguns cenários. A quantidade de produtos que a big tech vendeu durante o trimestre ficou estável em relação à mesma base de comparação de 2021.

No universo online, a empresa registrou uma queda de 3% ano a ano, constituindo o maior recuo desde que a métrica foi divulgada pela primeira vez em 2015.

A queda nos resultados também foi influenciada pela participação da big tech na fabricante de veículos elétricos Rivian Automotive, que viu suas ações caírem mais de 60% este ano. A big tech tem uma participação de cerca de 18% na empresa e isso acabou ocasionando um prejuízo de US$ 7,6 bilhões aos cofres da Amazon.

No balanço, a Amazon sinalizou que mais incertezas estão a caminho e espera que sua receita operacional para o próximo trimestre fique entre perda de US$ 1 bilhão e lucro de US$ 3 bilhões.

"A pandemia e a guerra na Ucrânia trouxeram crescimento e desafios incomuns".

Andy Jassy, presidente-executivo da Amazon, em comunicado

No dia anterior, as ações da empresa caíram cerca de 10% nas negociações após o expediente, atingindo o ponto mais baixo desde junho de 2020.

Apple (NASDAQ: AAPL; BDR: AAPL34): recorde de receita

A Apple registrou lucro líquido de US$ 25,01 bilhões no segundo trimestre fiscal de 2022, ou US$ 1,52 por ação, acima da previsão dos analistas do FactSet de US$ 1,42.

No que diz respeito à receita, o montante obtido no período de US$ 97,3 bilhões foi recorde, representando um aumento de 9% na comparação com a mesma base de 2021.

"Os resultados recordes deste trimestre são uma prova do foco incansável da Apple em inovação e nossa capacidade de criar os melhores produtos e serviços do mundo".

Tim Cook, diretor presidente da Apple, no balanço

Para os acionistas da big tech de Steve Jobs, uma boa notícia. O conselho de administração declarou um dividendo de US$ 0,23 por ação ordinária da empresa, aumento de 5%. E autorizou um aumento de US$ 90 bilhões no programa de recompra de ações.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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