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Renda Variável

Os mais jovens já são maioria em renda variável; confira onde eles investem e se protegem diante de crises

Cerca de 50% dos investimentos em renda variável no primeiro semestre de 2021 foram feitos por pessoas entre 24 e 39 anos, segundo a B3

Data de publicação:28/09/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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Desde 2019, quando o número de investidores na Bolsa de Valores ultrapassou a marca de um milhão, os mais jovens passaram a se destacar na participação no segmento de renda variável. Um levantamento realizado pela B3 mostra que, no primeiro semestre de 2021, 50% dos novos entrantes tinham entre 25 e 39 anos.

A Bolsa, em outra pesquisa divulgada em dezembro de 2020, já havia informado que a média de idade dos investidores da Bolsa é de 32 anos. Essa média é ainda mais baixa quando se fala de investidores no exterior. A Stake, plataforma de investimentos que permite a realização de operações na bolsa americana, constatou, por meio de um estudo com sua base de dados, que 32% de seus clientes brasileiros são da geração Z, entre 18 e 24 anos.

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Geração Z compreende os nascidos entre 1995 e 2010 | Foto: Reprodução

De acordo com Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, a geração Z começou a investir "em um Brasil muito diferente", em um cenário onde, há um ano, a Selic, taxa básica de juros da economia, esteve próxima das mínimas históricas, o que favoreceu os ativos de renda variável. Simultaneamente, com o avanço das tecnologias e mídias digitais, há mais acesso às informações sobre o mercado financeiro e o processo para investir ficou mais fácil.

Esse contexto contribuiu para que a geração Z fosse menos conservadora, "o que é bom", segundo Lima, "porque naturalmente se deve correr mais risco enquanto se é jovem, para amplificar os retornos". É natural e saudável, segundo ele, se tornar mais avesso a riscos conforme se envelhece. "Não dá para ser muito arrojado quando estamos tratando de um patrimônio construído ao longo de uma vida e do qual se depende para a aposentadoria, por exemplo", afirma.

Educação financeira e mídias sociais

Gabriel Tadeu tem 24 anos e começou a investir com 19. Ele trabalha na CM Capital, estuda economia e conta que se interessou pelo mercado financeiro logo nos primeiros meses da faculdade. "Fui estudar economia porque conheci alguém da área e gostei. No primeiro semestre me chamaram para trabalhar numa corretora e eu não sabia nem o que eram as ações ao certo, conheci tudo do zero e fui percebendo que é tudo mais fácil do que parece", comenta.

Assim como boa parte da geração Z, Tadeu começou a investir em ações com um aporte inicial baixo. "Como não tinha muito dinheiro, fui para as ações mais baratas da época, JBS e OBX. Mesmo que o investimento não tenha dado tão certo no início, foi uma porta de entrada muito importante para o mercado e para me mostrar que é preciso estudar e conhecer sobre os produtos para poder investir", diz o investidor.

O analista da Stake também ressalta o papel importante da educação financeira para os mais jovens na hora de começar a investir. Ele destaca que os portais de notícias gratuitos especializados na cobertura de finanças, bem como influenciadores digitais do mesmo nicho são os principais meios com que a geração Z começa a ter contato com o mundo dos investimentos, o que "traz maior maturidade e segurança para quem está começando a aprender sobre o assunto agora”.

De fato, as mídias sociais vêm ganhando cada vez mais espaço quando os temas são relacionados à finanças e investimentos. Há centenas de perfis no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube que falam, principalmente, com o investidor iniciante. De acordo com um levantamento da Anbima, entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, eram 266 os influenciadores com perfis ativos nestas redes.

Outra rede social que tem angariado destaque com os conteúdos de educação financeira é o TikTok, muito popular entre os integrantes da geração Z. Com uma busca rápida no aplicativo por termos como "investimentos" ou "mercado financeiro", o usuário é impactado por centenas de milhares de conteúdos.

Para Gabriel Tadeu, que também tem uma página ativa na rede social para falar sobre finanças, o TikTok ajuda o mercado financeiro a atingir e incentivar mais pessoas a começarem a investir, sempre buscando conhecimento e alternativas que se encaixem com cada perfil. "Embora tenha muito conteúdo, ainda falta muita gente ser conectada a esse assunto", destaca.

Como as gerações mais novas investem?

O levantamento feito pela B3 sobre os investidores que entraram na Bolsa no primeiro semestre de 2021 mostra que as ações e os fundos imobiliários ainda são os principais produtos de entrada. Cada um desses produtos recebeu 38% e 56% mais investidores, respectivamente, no período em que o estudo foi realizado, em relação a 2020.

No entanto, vale destacar também a disparada no número de investidores em ETFs e BDRs no semestre, que cresceram 104% e 2.982%, na sequência. "A disseminação de informações sobre ETFs, demonstrando a possibilidade de diversificação, e a flexibilização nas regras de BDRs, possibilitando o acesso das pessoas físicas, fizeram com que os dois produtos crescessem dessa forma nesse primeiro semestre", explica Felipe Paiva, diretor de Relacionamento e Pessoa Física da B3.

"Observando a evolução do comportamento dos investidores, é possível notar que estão descobrindo novos produtos ao longo do tempo", afirma a Bolsa. O interesse por ativos como BDRs e ETFs indica que os novos entrantes, sobretudo os mais jovens, já estão buscando oportunidades de diversificação de portfólio com ativos de outros países.

Gabriel Tadeu montou sua carteira de forma semelhante ao observado pelo estudo da B3. Ele afirma que cerca de 70% de seu portfólio é composto por ações de empresas que confia, com alguns ativos, também, de fundos de investimento - que oferecem, inclusive, variação cambial.

Além disso, o investidor conta que está começando a entrar em fundos imobiliários para ter um rendimento mensal, com uma porcentagem de seu portfólio alocado em renda fixa, como forma de ter ativos mais seguros. Em relação aos BDRs, Tadeu afirma que está fazendo uma reestruturação em sua carteira, buscando novas opções para o atual momento econômico.

bolsa de valores
Empresas que são líderes em seus setores ou que oferecem serviços essenciais tendem a oferecer proteção ao investidor

A proteção em momentos de crise

Por conta da pandemia e suas consequências desastrosas para a economia, o futuro economista explica que mexeu um pouco em todo o seu portfólio, buscando alternativas de ativos de empresas mais perenes, como as de utilities, que não são tão afetadas pelos períodos de crise e oferecem certa proteção ao investidor.

Além das utilities, outras companhias bastante procuradas em diversos momentos, especialmente os de crise econômica, são as líderes em seus setores.

Essa tendência também é observada na base de dados da Stake. Rodrigo Lima afirma que "de maneira geral, o investidor tende a investir em nomes mais conhecidos e que fazem parte do seu dia a dia, é o que chamamos de viés de disponibilidade. Isso faz com que empresas como Amazon, Apple e Microsoft sejam algumas das mais negociadas em nossa plataforma".

O analista explica ainda, que, no período atual de muitas incerteza econômicas, dois ETFs estão sempre na lista dos mais negociados da Stake: o IAU, que investe na aquisição física de ouro, tradicionalmente considerado como um bom ativo de proteção; e o UVXY, que replica o VIX, índice de volatilidade das opções da bolsa de Chicago, popularmente conhecido como “o índice do medo”, pois tende a subir em momentos de estresse no mercado.

"Isso mostra que os investidores estão atentos a produtos mais sofisticados para proteger seu patrimônio de momentos de tensão", afirma Lima.

Por fim, o especialista ressalta que a geração Z será marcada por uma verdadeira revolução no mercado financeiro, com uma série de novos produtos financeiros sendo oferecidos - inclusive aqueles que investem em outros países - de maneira cada vez mais acessível. "A concorrência e o avanço da tecnologia também permitem que os custos sejam cada vez mais baixos, democratizando o acesso a investimentos e derrubando as barreiras de entrada para investidores de baixa renda", finaliza.

Sobre o autor
Bruna Miato
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