Gigantes da Bolsa, Lírio Parisotto e Luiz Barsi contam os segredos para viver com dividendos; confira
Lírio Parisotto e Luiz Barsi Filho participaram de live para falar sobre os segredos e desafios de receber dividendos no Brasil
Não apenas dois gigantes da Bolsa, mas dois gigantes dos dividendos: Lírio Parisotto e Luiz Barsi Filho se reuniram na noite da última quinta-feira, 28, para conversar sobre o que mais gostam: comprar ações e ganhar dinheiro com dividendos que algumas delas proporcionam.
Lírio Parisotto, aliás, falou sobre isso sem rodeios. Segundo ele, não adianta ficar comprando e vendendo ações o tempo inteiro. Isso, é claro, pode render alguma coisa no curto-prazo, com ganhos em cima da valorização da Bolsa, mas abre mão dos dividendos -- ou, como ele gosta de falar, o "Faz Me Rir".
"É preciso fazer investimento constante, qualquer valor", disse Lírio Parisotto, na live da Ações Garantem Futuro. "E investir em empresas com histórico de pagar dividendos.
"Com a distribuição do 'Faz Me Rir', você compra mais ações. Depois de um tempo disso, você passa a gostar. Chega uma hora que você investe por prazer, vira um jogo gostoso, que você vê o ganho acontecendo e as ações acontecendo. O segredo é a consistência e o tempo faz o resto. Claro que vai ter o momento de alta e de baixa, mas isso é normal".
Lírio Parisotto
Luiz Barsi Filho, maior investidor individual da Bolsa e que faz investimentos regulares desde os anos 1970, segue por um caminho bem similar.
"Nunca tive a visão de ser dono da empresa, mas sempre parceiro. Essa postura e a regularidade de comprar ações me fez ter participações expressivas em empresas que pagam dividendos expressivos", explica Barsi Filho.
"Invista. Você investindo em projetos de empresas, está investindo na circulação da riqueza. Hoje, caminhamos para um mercado incipiente, já que a maioria no nosso mercado não é de investidores, mas de especuladores de olho no curto prazo".
Luiz Barsi Filho
Dicas para dividendos
Além disso, alguma dica prática? Várias. Parisotto deu o caminho das pedras. "O melhor é a pouca concentração", diz o investidor.
"Falo de 12 ações [na carteira] só por não ter personalidade o suficiente para investir em uma só. Quem quiser começar agora, escolha uma ou duas elétricas, uma siderúrgica, uma petroquímica, uma mineradora. Tem a Vale, que não pode ficar de fora. Um banco, ou até dois".
Lírio Parisotto
Segundo ele, para os que sonham em viver de dividendos, Vale e Petrobrás são obrigatórias.
"Ano passado, 60% dos dividendos distribuídos no Brasil foram da Vale e da Petrobras. O tempo mostra que são várias maneiras de encontrar o caminho certo e muitas outras maneiras de ir para o inferno", diz.
Lírio Parisotto
Com visão humanista, de olho na circulação de riqueza e nos ganhos que isso rende ao País, Luiz Barsi não poupou especuladores de críticas.
"É importante investir e não especular. Especulação só enriquece a Bolsa e as corretoras", disse o investidor.
"É bom direcionar seus recursos para empresas com fundamentos e históricos positivos, em setores de atividades perenes. A Klabin tem 130 anos e continua investindo de forma agressiva no mercado para aumentar operações, resultados e as suas distribuições".
Luiz Barsi
Luiz Barsi, aliás, é quem aponta o caminho do que não investir. "Já comprei fundos imobiliários, Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), previdência privada. Nenhum gera resultado. Aqui no Brasil não existe renda fixa, existe perda fixa", provoca o investidor.
"Ao invés de ser dono de um único posto de gasolina, prefiro ter uma pequena participação em oito mil postos, que é o que tem a Petrobrás hoje em dia".
Luiz Barsi
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