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Mercado
Economia

Inflação americana avança 1,2% em março ante fevereiro e tem a maior alta anual desde 1981

Com o resultado, especialistas reforçam apostas em alta de 50 pontos base na taxa básica de juros do país em maio

Data de publicação:12/04/2022 às 10:45 -
Atualizado 2 anos atrás
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A inflação americana, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), avançou 1,2% em março ante fevereiro (0,8%), segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta terça-feira, 12, pelo Departamento do Trabalho.

O CPI de março veio em linha com as estimativas dos analistas do mercado, que esperava alta de 1,1%. Em 12 meses, o indicador atingiu 8,5%, a maior variação desde dezembro de 1981.

Inflação dos EUA sobe 1,2% em março ante fevereiro e atinge maior salto anual desde 1981
CPI americano de março veio em linha com as estimativas do mercado, mas atinge maior salto anual desde 1981 - Foto: Envato

Apenas o núcleo do CPI, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, avançou 0,3% na comparação mensal de março. Neste caso, o consenso do mercado era de acréscimo maior, de 0,5%.

Na comparação anual, o núcleo teve incremento anual de 6,5% no último mês - o maior desde agosto de 1982 -, como previsto.

Política monetária do Fed

O resultado mais acentuado, apesar de ter vindo dentro das estimativas do mercado, joga mais lenha na fogueira do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que, na ata da última reunião do Fomc (Copom americano), adotou um tom mais duro na condução da política monetária com o intuito de frear a inflação.

O próprio Fed já sinalizou, após ter feito um ajuste de 0,25 ponto porcentual nos Fed Funds, que deve apertar o ciclo, com alta de 50 pontos base na próxima reunião, estimativa que passou a ser considerada também pelos especialistas do mercado.

Ao longo do dia, três dirigentes da autoridade monetária americana farão discursos e o mercado seguirá atento em busca de novas pistas e análises sobre a inflação e as taxas de juros.

O que pensam os economistas sobre a inflação americana?

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, aponta que o fato de o número mensal ter vindo em linha e o núcleo da inflação um pouco abaixo “dá uma falsa impressão para o mercado americano de que as coisas estão sob controle”.

Para ele, os juros nos EUA vão subir “mais rápido do que a gente esperava e vamos ter efeito secundário no Brasil, já que temos inflação alta e o BC talvez não consiga parar de subir juros na próxima reunião. É um momento bem delicado com tudo o que está acontecendo”.

Aumento dos preços das commodities

Os analistas do BTG apontam que a alta expressiva da inflação, um número atípico para o indicador norte-americano, reflete o forte aumento nos preços das commodities, além de impactada por habitação e serviços.

Para os especialistas da casa, o impacto das commodities ainda deve ser sentido na inflação de abril, porém em uma escala menor.

“A taxa mensal deve desacelerar no próximo mês, puxado pela menor contribuição de energia, assim como a taxa acumulada em 12 meses – que deve ter seu pico nesta leitura atual – podendo acomodar a pressão da inflação implícita na curva americana”

BTG Pactual

O banco acredita que a inflação persistente “deve contribuir para o speech de alta de 50 bps em maio, bem como manter o cenário de CPI no final do ano mais próximo de 5% do que 4%”.

Sobre o autor
Julia Zillig
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