Hashdex lança ETF atrelado à internet do futuro
O produto chega à Bolsa com o intuito de permitir ao investidor alocar seus recursos nas principais plataformas de contratos inteligentes do mundo
A nova aposta da Hashdex em ETFs tem como foco a internet do futuro. No próximo dia 24, a gestora de critpoativos lançará o ETF WEB311, novo fundo de índice com foco em criptoativos desenvolvido em parceria com a CF Benchmarks, um dos provedores globais de índices do mercado de ativos digitais mais conhecidos globalmente.
O produto chega à Bolsa – é o quinto ETF que a Hashdex coloca na prateleira da B3 - com o intuito de permitir ao investidor alocar seus recursos nas principais plataformas de contratos inteligentes do mundo – os chamados smart contracts. As reservas do ativo tiveram início na segunda-feira, 14 e devem estrear na B3 no dia 30.
Baseada na tecnologia blockchain e operadas por redes descentralizadas, as plataformas de contratos inteligentes são a infraestrutura base de todas as aplicações dessa plataforma, incluindo a web 3.0, uma nova versão da internet que, segundo Samir Kerbage, diretor de Tecnologia da Hashdex, “deverá acelerar ainda mais a transformação digital da nossa sociedade”.
"Este novo ETF cripto vai buscar garantir as melhores oportunidades de investimento nessas plataformas. Trata-se de uma oportunidade única para investir, de forma regulada, nos projetos que serão o motor da internet do futuro", diz.
ETFs setoriais
Kerbage ressalta que, diferentemente do ETF HASH11, primeiro ETF atrelado a criptos lançado pela gestora que investe em ativos de maior valor do mercado, o WEB311 captura setores que são interessantes dentro do mercado de criptoativos, mas que ainda não tem tanta relevância quanto o bitcoin ou Ethereum.
“Por isso estamos focados na estratégia de lançar alguns ETFs setoriais, que complementam a alocação do HASH11, por exemplo. E a plataforma de smart contracts tem crescido muito nos últimos anos. Antes, o ethereum era o principal ativo. E hoje em dia há bastante concorrência, com produtos que tem potencial grande de crescimento nos próximos anos”.
Samir Kerbage, diretor de Tecnologia da Hashdex
Inicialmente, o WEB311 vai investir em sete grandes projetos (tokens), seguindo a composição de ativos como Ethereum (22,5%); Cardano (22,5%); Solana (22,1%); Polkadot (19,5%); Algorand (8,8%); Tezos (3,5%); e, por fim, Cosmos (1,1%).
A coordenação da oferta será feita pelo Banco Genial, Itaú BBA, XP Investimentos e BTG Pactual. O WEB311 terá taxa de administração total de 1,3%, e a Hashdex estima que o valor inicial da cota seja de R$ 50.
HASH11: o primeiro da lista da Hashdex
Com o forte crescimento do mercado de criptomoedas e dos ETFs no Brasil, a Hashdex lançou o primeiro fundo de índice atrelado ao universo cripto, o HASH11, em abril do ano passado, que começou com cerca de 38 mil investidores. Atualmente, o fundo conta com mais de 150 mil, porém acumula queda de 31,20% desde o seu lançamento.
Diante das condições macroeconômicas deterioradas, com taxa de juros e inflação em alta tanto no Brasil quanto lá fora, o universo dos criptoativos tem sentido fortemente o impacto disso. De acordo com Kerbage, é preciso ter visão de longo prazo para investir nesse tipo de ativo.
“Para investir em criptos, o investidor mirar um horizonte de investimento de longo prazo de, no mínimo, três anos, e esquecer a volatilidade que o mercado está vivendo nesse momento”, ressalta.
Samir Kerbage, da Hashdex
A gestora decidiu investir em um mercado que, incluindo os ETFs de criptos, deve atingir US$ 18 trilhões até 2026, segundo um estudo da consultoria PwC divulgado pelo Valor Investe. Os executivos entrevistados apontam que os ETFs de criptomoedas estão entre as tendências de alta.
BITH11, ETHE11 e DEFI11
Na sequência, em agosto do mesmo ano, a gestora trouxe ao mercado o BITH11, primeiro ETF verde de bitcoin do Brasil, que reflete o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price FI.
Na mesma toada, a Hashex lançou o ETHE11, fundo de índice que investe totalmente na criptomoeda Ethereum. E, recentemente, em fevereiro deste ano, a empresa disponibilizou o DEFI11, ETF que aposta no disruptivo mercado de finanças descentralizadas.
Entretanto, a captação do fundo na oferta primária ficou muito aquém das projeções. Dos R$ 500 milhões esperados, o DEFI11 conseguiu pouco mais de 10% do total, cerca de R$ 55,5 milhões.
A estrada é longa
Para Kerbage, é difícil traçar um cenário assertivo para o mercado de criptoativos. “Assim como as empresas de tecnologia, as criptos têm sofrido bastante. No curto prazo, acreditamos ainda em muita volatilidade para o mercado, mas ainda é cedo para dizer se lá na frente se as criptos vão cair mais, subir ou se recuperar”.
O diretor de Tecnologia da Hashdex destaca que a guerra na Ucrânia trouxe mais visibilidade para o bitcoin.
“Até durante a guerra, o bitcoin mostrou seu valor, com a adoção da criptomoeda como forma de preservar a riqueza dos ucranianos. Além disso, até o governo da Ucrânia está recebendo doações em bitcoin”.
Kerbage, da Hashdex
Segundo Kerbage, o mercado de criptomoedas veio para ficar e pode ser uma alternativa para investimento tanto para investidores mais tradicionais quanto para os mais arrojados.
“Os investidores que têm mais aversão ao risco podem começar alocando 0,5% de seus investimentos em criptos, para não sofrer tanto em períodos de queda. Já os que têm um perfil mais arrojado, podem alocar entre 5% a 10%”.
O diretor orienta quem quer investir em criptomoedas com três importantes dicas: mirar horizonte de longo prazo – acima de três anos – fazer pequena alocação e rebalanceamento constante da carteira.
Saiba mais sobre os demais ETFs de criptos da Hashdex
HASH11 | ETHE11 | BITH11 | DEFI11 |
Investimento diversificado em criptos | Exposição à principal plataforma de aplicativos descentralizados/Ethereum | Primeiro ETF verde de cripto do Brasil | ETF de Finanças Descentralizadas (DeFi) |
Primeiro ETF de cripto do Brasil | Acesso ao principal ativo que viabiliza a Web 3.0, uma infraestrutura descentralizada para a internet | Acompanha o "ouro digital" com grande potencial como reserva de valor | Exposição aos principais protocolos de DeFi e à infraestrutura completa que viabiliza suas operações |
*Preço sobre Lucro (PL): R$ 1.628.203.797,85 | *Preço sobre Lucro (PL): R$ 126.985.638,81 | *Preço sobre Lucro (PL): R$ 245.817.531,32 | *Preço sobre Lucro (PL): R$ 49.929.126,75 |
Rentabilidade (desde 22/4/2021): -33,37% | Rentabilidade (desde 17/8/2021): -25,57% | Rentabilidade (desde 03/8/2021): -9,32% | Rentabilidade (desde 03/8/2021): -24,46% |
*Dados obtidos até 08/3/22
De fato, o que é um ETF?
O ETF é um fundo de ações que tem como referência um índice da Bolsa de Valores. Sua composição é feita com o objetivo de atingir rendimentos iguais ou superiores ao indicador utilizado. Por exemplo, o BOVA11tem como referencial o índice Bovespa (IBOV).
Investir em ETF pode ser uma boa alternativa para os iniciantes na Bolsa, pois ele tem exposição indireta ao mercado de ações e possui gestão passiva. Seu patrimônio é dividido igualmente em cotas, que são negociadas na Bolsa. Assim, o preço delas varia conforme os valores das ações que o compõe.
Vantagens dos ETFs
Uma das grandes vantagens de investir em ETF é a diversificação. Geralmente, ele é composto por diversos papéis e de segmentos diferentes, sem contar que esse tipo de ativo é focado em um índice da renda variável.
Outra vantagem do ETF é a volatilidade mais baixa. Como a sua exposição é indireta, mesmo que uma das ações tenha alta volatilidade, há outra que é mais estável. Então, o todo mantém o equilíbrio.
No Brasil, esse tipo investimento ainda é bastante recente. Foi lançado em 2004, inicialmente para investidores institucionais, mas foi em 2020 que esse mercado deu um salto ao tornar-se disponível também para o investidor pessoa física.
A gestão desse investimento é feita por profissionais especializados, que diariamente acompanham o mercado para tomar decisões certeiras de compra e venda e, assim, obter os melhores resultados.