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Economia

Itaú BBA revisa projeções e espera menos crescimento, mais juros e inflação para o País em 2021 e 2022

Pressão nos preços, política fiscal contracionista e saída de capitais são alguns dos aspectos analisados

Data de publicação:15/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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O Itaú BBA revisou suas projeções para o cenário macroeconômico do País em 2021 e 2022. Segundo relatório divulgado pelo banco nesta terça-feira, 14, o Brasil vai enfrentar maiores riscos ficais, lidar com juros mais altos e apresentar menos crescimento.

Foto: Envato
Itaú BBA aposta em menos crescimento para este e o próximo ano, segundo relatório do banco - Foto: Envato

O BBA reajustou para baixo suas estimativas para o PIB e, no caminho contrário, adotou viés altista para os ajustes nas expectativas da taxa Selic, da inflação e do câmbio.

Os analistas destacam que o avanço da vacinação pode influenciar no cenário proposto, porque deve permitir uma volta à normalidade econômica ainda neste ano. Porém, alertam sobe a possibilidade do surgimento de novas variantes do vírus da covid-19 que venham a colocar em cheque a eficácia das vacinas aplicadas no Brasil.

PIB

Apesar de projetarem um PIB mais robusto para o segundo semestre deste ano, os analistas do Itaú BBA revisaram suas projeções para o crescimento anual do País de 5,7% para 5,3% em 2021, e de 1,5% para 0,5% em 2022.

Segundo eles, as novas estimativas decorrem da expectativa de taxas de juros mais elevadas, além de uma política fiscal contracionista, “mesmo levando em conta o novo programa de transferência de renda, pois o gasto público total deve recuar para nível próximo ao observado em 2019 em termos reais", já descontada a inflação do período.

“Vemos desaceleração do setor industrial global e queda de preços de commodities ano que vem. Por último, a atividade econômica não se beneficiará mais do impulso advindo da reabertura do setor de serviços, algo que, na nossa visão, ficará restrito ao segundo semestre deste ano”,

O crescimento do PIB deve melhorar no segundo semestre deste ano, especialmente devido à esperada normalização dos setores de serviços que dependem de interação social.

Inflação

Com a surpresa da alta de 0,87% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, os analistas do Itaú BBA alteraram sua projeção para a inflação de 7,7% ´para 8,4% em 2021, e de 3,9% para 4,2% em 2022.

De acordo com o banco, a projeção também incorpora o anúncio da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de cobrança da chamada bandeira tarifária de escassez hídrica no valor de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. O novo valor deve valer de setembro deste ano até abril de 2022.

“A inflação permanece pressionada e com alta disseminada. As medidas de inflação subjacente seguem rodando pressionadas e acima do compatível com a meta de inflação, tanto em bens, que ainda não mostraram sinais de arrefecimento, quanto em serviços, já com sinais de aceleração em itens mais inerciais”, enfatizou o BBA.

Selic

Com a piora do balanço de riscos, as projeções para a Selic, taxa básica de juros do País, também foram alteradas. “Passamos a projetar alta da Selic para nível mais contracionista, com três aumentos de 1 ponto percentual consecutivos e um último de 0,75 p.p ao longo das próximas reuniões, chegando a 9,0% em 2022”.

Os analistas do banco acreditam que o Copom ainda não deve considerar que as condições estejam adequadas para indicar uma redução do ritmo de elevação da taxa de juros.

“Olhando mais adiante, esperamos que a inflação tenha uma dinâmica mais benigna que a atual em 2022 -menor pressão de gargalos e estoques baixos sobre bens transacionáveis e inflação de serviços bem-comportada -, fazendo com que a autoridade monetária encerre o ciclo de elevação de juros com uma última alta de 0,75 p.p. em fevereiro do ano que vem”, avaliam.

Com a projeção do IPCA acima da meta no horizonte relevante para política monetária, o BBA concorda com a postura do BC de elevar a taxa de juros para um patamar restritivo.

Câmbio

A aposta dos analistas do Itaú BBA para 2021 é de um câmbio apreciado em relação aos patamares atuais, porém, de forma menos intensa por conta das incertezas domésticas.

“Revisamos a nossa projeção para R$ 5,00 por dólar ao final de 2021, ante R$ 4,75.  Para o final de 2022, o dólar valerá R$ 5,20, ante R$ 5,10”, destacaram os especialistas. O cenário global de juros mais elevados e dólar mais forte tende a pressionar a moeda, de acordo com o BBA.

O banco destaca ainda que que vem alertando sobre o aumento dos riscos para o cenário de apreciação cambial, que se tornou mais intenso nos últimos meses.

“O principal deles está relacionado a uma deterioração fiscal significativa que resulte numa saída mais forte de capitais, promovendo depreciação do real. Somam-se a isso fluxos pontuais, como aqueles relacionados às mudanças que a Lei 14.031/2020 promoveu sobre a tributação de investimentos no exterior ou à eventual antecipação de dividendos em função da reforma tributária”, ressaltaram os especialistas.

Déficits primários

No documento, os analistas do banco alimentam a expectativa de déficits primários de 1,4% do PIB em 2021 e de 0,7% no Produto Interno Bruto em 2022. Além disso, esperam que a dívida bruta alcance 81,8% do PIB em 2021 e 83,3% em 2022 – em 2020, essa participação era de 88,8% e em 2019, de 74,3%.

“Acreditamos que os riscos em torno da manutenção da disciplina fiscal estejam aumentando, seja pela renúncia de receitas prevista na proposta de mudança na tributação de renda e lucro, seja pelas maiores dificuldades de conciliar o cumprimento do teto e de gastos com a aceleração da inflação”, analisam os especialistas.

Somam-se a isso, ainda, “o aumento inesperado do gasto com precatórios e as pressões para aumento do Bolsa Família, que podem levar a maiores créditos extraordinários não sujeitos ao teto de gastos”.

Sobre o autor
Julia Zillig
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