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China
Economia

Por que a China pode ser uma boa alternativa para investimentos?

Relevância econômica global, forte mercado de renda variável e fixa, classe média em ebulição, entre outros, são alguns dos motivos apontados pela casa de análises

Data de publicação:08/02/2022 às 00:30 -
Atualizado um ano atrás
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Andando na contramão do mundo, que tem adotado políticas monetárias contracionistas com o avanço da inflação, a China injeta dinheiro na economia para estimular o crescimento. Por isso, na visão da XP, ainda é um local para ser olhado com carinho quando o assunto são investimentos internacionais.

De acordo com o relatório "Ano do Tigre: vale a pena investir na China em 2022?" produzido pela casa de análises, quatro motivos levam a essa tese: o primeiro, trata-se da segunda maior economia do mundo, que deve ultrapassar a primeira – os Estados Unidos – até o fim desta década.

Por que a China pode ser uma boa alternativa para investimentos lá fora? A XP aponta os motivos
China está injetando recursos na economia para continuar crescendo - Foto: Pexels

“A China viu sua economia contrair 6,8% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior, pela primeira vez em quarenta anos. Mas a segunda maior economia do mundo conseguiu fechar o ano com crescimento de 2,3%, com PIB de US$ 14,7 trilhões, enquanto a economia global fechou 2020 no negativo”, ressalta a XP.

O segundo motivo é que a China é o segundo maior mercado do mundo, tanto em renda fixa quanto variável, enquanto o Brasil representa apenas entre 1% e 2% desses dois universos sob o ponto de vista global.

Já o terceiro envolve o fato de que o país ainda tem uma classe média emergente, que está em ebulição. “Estima-se que meio bilhão de pessoas saiam da classe mais pobre e entrem na classe média, e que consumam mais tecnologia, saúde, serviços financeiros, entre outros até o final desta década”, enfatiza a casa no documento.

E o quarto ponto a favor é que a China tem uma grande ambição de se tornar referência tecnológica mundial, não no universo das redes sociais, como o TikTok, mas sim de tecnologias de ponta, como semicondutores e inteligência artificial, e competir com os Estados Unidos.

País cada vez mais relevante globalmente

Em relatório sobre a China, a JP Morgan Asset Management destacou que a contribuição do país ao crescimento global saltou de 2% em 1990 para cerca de 16% em 2020. Além disso, o país é hoje responsável por 35% da demanda mundial por artigos de luxo.

“A China deve apresentar crescimento real de 4,4% ao ano, em média, na próxima década. Também se espera que o PIB e a renda sejam cerca de 50% maiores até 2030, o que significa que a China passará de um país de renda média, para um país de alta renda. Um aumento esperado na renda, somado aos números absolutos da população, nos dão a dimensão do tamanho da oportunidade para setores distintos de consumo, como alimentos, saúde, comércio online”.

JP Morgan Asset Management

Forte consumidora de commodities

 A China é uma forte consumidora de commodities, o que influencia diretamente o mercado brasileiro. O país foi destaque nas exportações dos produtos de 2021. “Com a retomada econômica mais acelerada, a tendência e expectativa do mercado é que a balança comercial se equilibre, com a China aumentando o volume de importações. Essa movimentação é positiva pela grande possibilidade de alta nos preços das commodities, por conta do crescimento da demanda do mercado chinês”, avalia.

Com esse movimento, os países e empresas que negociam diretamente as commodities – incluindo o Brasil – podem ser beneficiados. Algumas empresas refletem diretamente esse cenário, como é o caso da Vale, empresa de maior peso do Ibovespa, que tem uma correlação forte com o preço do minério de ferro. A BRF se destaca na exportação de proteína suína e de frango, a Boa Safra com o comércio de soja e a Klabin, com celulose de fibra curta.

O que está acontecendo na China atualmente?

No ano passado, o país do dragão vermelho ficou entre os mercados com as performances mais fracas do mundo, quando comparada aos principais índices das bolsas globais.

De acordo com a casa de análises, seis fatores influenciaram nessa retração, incluindo a crise do setor imobiliário desencadeada pela Evergrande, regulação das empresas de tecnologia, desaceleração econômica, política zero covid-19 e políticas de transição energética.

Crise no setor imobiliário

Em setembro do ano passado, a Evergrande, uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China, causou turbulência no mercado ao sinalizar que não iria conseguir pagar parte dos juros de suas dúvidas.

As ações da incorporadora desabaram e o mercado começou a questionar sobre um possível contágio para outras empresas e para o mercado global. A turbulência foi parcialmente controlada após o envolvimento do governo chinês em participar do processo de reestruturação dos mais de US$ 300 bilhões em dívidas por parte da empresa.

De acordo com a XP, o consenso agora é de que não haverá uma grande crise imobiliária global causada pela gigante chinesa. “Mas o mercado segue de olho pelo fato de o setor imobiliário ser muito relevante para a economia chinesa”, enfatiza a casa, referindo-se ao fato de que esse mercado responde por 25% do PIB da China.

Cerco fechado em cima das techs chinesas

Com grande parte dos seus principais índices dominados pelas gigantes da tecnologia e do varejo, o mercado de ações chinês sentiu o peso da forte regulação em cima das grandes empresas desses setores durante os últimos dois anos.

O governo chinês iniciou investigações e multou 13 empresas, incluindo Alibaba, Baidu, JD.com e Tencent, por violação de leis antitruste, também como conhecidas como leis antimonopólio. Segundo as investigações, essas empresas não teriam comunicado 43 aquisições desde 2012, e muitas delas fizeram com que as empresas se tornassem líderes de mercado.

Essa movimentação levou a perda de mais de US$ 40 bilhões do valor de mercado dessas companhias, segundo o Nasdaq Golden Dragon China Index, índice das empresas chinesas listadas nos EUA, em novembro de 2020.

Em abril do ano passado, o Alibaba Group já havia sido multado em US$ 2,8 bilhões por práticas anticompetitivas. Mais tarde, em novembro, as outras três empresas investigadas foram multadas em US$ 78 mil (500 mil yuans) por cada violação nas leis antimonopólio, ou seja, cerca de 2 milhões de yuans em multas.

Outro caso que ganhou notoriedade como exemplo do “risco China” foi o IPO da Didi, considerada um “Uber” chinês, na Nasdaq. Após levantar US$ 4,4 bilhões em sua oferta pública e ser avaliada em cerca de US$ 70 bilhões, a ação perdeu um quinto do seu valor em cerca de três dias, após o governo chinês proibir o aplicativo de receber novos usuários e posteriormente retirá-lo das lojas virtuais.

De acordo com a XP, o governo planeja estender as investigações e enrijecer a regulação em outros setores, como saúde, financeiro, educação e transporte até 2025.

Economia retraída e injeção de ânimo do governo chinês

No ano passado, o PIB da China cresceu 8,1%, o maior crescimento anual obtido desde 2011, surpreendendo expectativas do mercado e de seu próprio governo.

No entanto, apesar do otimismo, alguns dados do último trimestre do ano passado sinalizaram uma leve desaceleração, com o varejo expandindo abaixo do esperado e o enfraquecimento do setor imobiliário foram os pontos negativos, segundo a análise da XP.

“Porém, os fortes índices nas exportações seguraram as pontas para levar o PIB chinês ao resultado positivo”, aponta a casa.  A reação do governo local foi imediata, cortando a taxa de sete dias de recompra e injetou US$ 31 bilhões no sistema financeiro.

Política zero covid-19

Desde o início da pandemia, o governo chinês tem adotado uma estratégia de tolerância zero com a covid-19, com regras rígidas de entrada de pessoas no país.

Embora essa postura esteja se mostrando eficaz no controle da contaminação, o preço pago por isso pode cair na conta da economia chinesa, aponta a casa. Segundo a Moody’s, agência de serviços financeiros, essa nova política já mostrou seus efeitos afetando a retomada da cadeia de suprimentos.

Com a demanda seguindo alta, os preços dos materiais se elevaram, assim como a inflação global. “Mesmo que seja algo temporário, isso deve dificultar uma retomada econômica mais tranquila e gradual. Os surtos de covid-19 causados pela variante ômicron nos grandes centros europeus pode acrescentar mais um obstáculo ao caminho acidentado da retomada global e da China”, prevê a XP.

Políticas de transição energética

De olho na sustentabilidade, os grandes debates na China estão direcionados para dois pontos importantes, como a transição energética e as emissões de carbono, tópicos que foram bastante discutidos na COP26, em Glasgow, no ano passado e que geraram pressões sobre todos os países ao redor do globo.

Os analistas da XP destacam que, apesar da estrutura energética do país ser baseada em carvão, o consumo de energias renováveis tem sido crescentemente incentivado pelo governo e o potencial de capitalização de oportunidades de crescimento em tecnologias de baixo carbono é grande, principalmente para operações intensivas em emissões.

De acordo com o Global Sustainable Investment, o pico de carbono e os compromissos de neutralidade da China têm formado uma importante força motriz para o desenvolvimento do mercado de investimento sustentável do país, e a expectativa dos agentes é que o comércio nacional de emissões de carbono impulsione a transição para investimentos de baixo carbono.

Em relação ao mercado de crédito de carbono, vale destacar que recentemente o governo anunciou que a Bolsa Verde de Pequim sediará a plataforma nacional de comércio de CERs (sigla do termo em inglês Certified Emission Reductions) e que a bolsa chinesa também estará aberta a investidores globais e atualizada para ser o centro de financiamento verde da China.

Para 2022, conforme os analistas da XP, espera-se que o desenvolvimento de novos produtos de carbono em bolsas como China Beijing Environment Exchange, China Emissions Exchange Guangzhou e SEEE preparem o caminho para “que os investidores institucionais desempenhem um papel no aumento do tamanho e da liquidez do mercado de carbono, que até o momento tem sido dominado por transações em massa de empresas estatais para cumprir as metas de emissão com comércio limitado por meio de transações listadas”.

Motivos para investir na China

  • Segunda maior economia do mundo
  • Segundo maior mercado mundial em renda fixa e variável
  • Classe média emergente em crescimento
  • Busca por se tornar uma referência tecnológica global
  • Crescimento de sua relevância econômica mundial
  • Forte consumidora de commodities
Sobre o autor
Julia Zillig
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