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Economia

China: tudo o que você precisa saber sobre uma potência mundial

Já faz algum tempo que a China deixou de ser um simples país emergentes e se transformou em uma das grandes potências econômicas globais. Hoje em…

Data de publicação:08/04/2021 às 06:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Já faz algum tempo que a China deixou de ser um simples país emergentes e se transformou em uma das grandes potências econômicas globais. Hoje em dia, é difícil encontrar produtos que não tenham alguma relação com o país asiático.

Esse cenário de crescimento, ao mesmo tempo que revela uma estratégia agressiva do governo chinês, também traz uma série de dúvidas para os investidores brasileiros.

Afinal, por que a China hoje está no centro do noticiário econômico? Ela vai passar os Estados Unidos e se tornar a maior potência global? Eu devo investir na China? Hoje, vamos trazer um panorama geral do país asiático para que você pode ter essas perguntas respondidas.

Por que a China cresceu tanto?

Não faz tanto tempo assim, a China era considerada como "apenas" um país emergente ao lado de Brasil, Rússia e Índia. No começo do século, eram essas nações que formavam o BRICs, nomenclatura para as nações com bom potencial de crescimento econômico.

Se hoje parece sem sentido apontá-la em paridade com os demais países do grupo, é preciso lembrar que, algumas décadas atrás, a China enfrentava sérios problemas econômicos e sociais. A sua indústria era extremamente ultrapassada e os níveis de pobreza da sua população se destacavam negativamente em relatórios globais.

"Capitalismo de Estado" ou "Socialista de Mercado"?

A grande reviravolta chinesa começa no final da década de 1970, período no qual o país asiático iniciou uma série de reformas econômicas. O processo envolveu também uma ruptura parcial com seu regime político histórico.

Até então essencialmente comunista e com economia fechada, o governo chinês decretou um novo modelo estratégico que manteve o poder político e social, mas também abriu o país economicamente para relações com o comércio internacional — especialmente via exportações.

Essa gestão foi originalmente batizada como "modelo comunista chinês", mas logo ganhou alcunhas mais criativas como "Socialismo de Mercado" ou "Capitalismo de Estado".

É claro que o nome do modelo econômico chinês é o que menos importa. Embora seja bastante particular e crie ótimas discussões sobre o posicionamento do país asiático, o fato é que o crescimento chinês passa justamente pela mescla de interesses políticos e econômicos.

Quais os fatores que permitiram o crescimento chinês?

E quais foram esses fatores que levaram o país asiático a um crescimento exponencial, responsável por praticamente um terço do crescimento global ao longo dos últimos anos?

Em primeiro lugar, como é amplamente conhecido nos dias de hoje, o foco do governo chinês estava em se tornar uma potência exportadora. Para isso, aproveitou a mão de obra barata que, entre outros fatores, atraiu investimentos estrangeiros em busca da redução do custo de produção.

Ao mesmo tempo, os produtos chineses se tornaram extremamente baratos diante de concorrentes globais — algo que, naturalmente, converteu-se em uma vantagem competitiva extremamente relevante.

Só que essa é apenas a ponta do iceberg do crescimento chinês. Além da competitividade dos produtos, o governo manteve alguns fatores que explicam a ascensão meteórica. Veja alguns deles:

  • Educação: a China nunca teve uma geração com formação tão qualificada como atualmente. O foco das formações está em áreas que possam contribuir com seu crescimento como engenharia ou tecnologia, por exemplo.
  • Infraestrutura: a China cresce, independente do cenário econômico. Mesmo em período de recessão, o governo chinês exige a aplicação do seu plano estratégico, algo que envolve construções imobiliárias e investimentos em infraestrutura.
  • Produtividade: a população chinesa está entre aquelas que mais trabalham no mundo em carga horária. Se a qualidade de vida do chinês pode e deve ser questionada, para o país esse cenário gera outra vantagem competitiva em relação aos concorrentes.
  • Tecnologia: engana-se quem mantém a imagem de uma China ultrapassada. O país asiático investe fortemente em inovação, tanto que há mais empresas do setor no seu território do que nos Estados Unidos, por exemplo. Aplicativos desenvolvidos por lá como WeChat e TikTok são exemplos disso.

Trade War: a China vai superar os Estados Unidos?

O cenário de forte crescimento chinês já traz, há alguns anos, a discussão sobre em qual momento a China pode ultrapassar os Estados Unidos e se tornar a principal economia global. Esse embate, claro, já é monitorado pelo governo dos dois países.

Em função desse confronto pela liderança da economia global, explodiu a Trade War (Guerra Comercial), uma espécie de Guerra Fria em nova versão que começou lá em 2016, com o então candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, acusando os chineses de abuso nas relações comerciais.

Após eleito, já em 2018, Trump intensificou ações de modo a enfrentar o crescimento asiático. A principal delas foi o aumento das tarifas sobre produtos da China, algo que foi respondido na mesma moeda pelo governo chinês. Em menos de dois anos, a tarifa média sobre produtos americanos triplicou na China, enquanto que a tarifa média sobre produtos chineses multiplicou-se em sete vezes em território norte-americano.

A Trade War vem sendo marcada por troca de acusações. Os Estados Unidos questionam os métodos chineses, em especial os subsídios do governo repassados para empresas nacionais. Também houve acusação de manipulação na desvalorização da moeda chinesa, algo que tornaria seus produtos ainda mais baratos.

A verdade é que, conforme o tempo passa, mais vantajosa a situação chinesa nessa relação comercial. O déficit americano vem crescendo na balança entre importações e exportações, o que significa que a ameaça sobre a liderança global é cada vez maior.

Em janeiro de 2020, de modo a resolver os conflitos, os governos celebraram a primeira fase do acordo comercial. No ato, ficou decidido que os Estados Unidos reduziriam as tarifas sobre produtos chineses, enquanto que o país asiático aumentaria suas importações americanas. A explosão da pandemia, contudo, não permitiu grandes avanços neste sentido.

Como investir na China?

Em termos de investimentos, sempre defendemos por aqui a importância da diversificação. E, neste sentido, não basta uma variação setorial de ativos: é essencial buscar a globalização do seu portfólio.

Considerando o forte crescimento que a China vem apresentando ao longo dos últimos anos, passou a ser muito discutido no Brasil sobre a inclusão de investimentos relacionados ao país asiático de modo a ter uma parcela do seu patrimônio exposta a uma das grandes potência econômicas.

Hoje em dia, investir em ativos internacionais é cada vez mais fácil. Desta forma, não há motivos para não diversificar a sua carteira de um modo global.

E como podemos investir na China? Abaixo estão algumas das opções de ativos para essa estratégia.

Fundos de investimentos globais

Alguns fundos de investimentos oferecem essa facilidade de acessar produtos internacionais. Ou seja, você investe o seu dinheiro em um produto aqui no Brasil e terceiriza a tomada de decisão para o gestor.

Aqui, a vantagem está na praticidade, assim como é comum para fundos de investimentos nacionais. Contudo, não há poder de decisão sobre os ativos utilizados. Tudo é definido pelo gestor do fundo e, geralmente, não há obrigatoriedade de usar ativos chineses no mandato do produto (o que pode ser um problema se você deseja esse tipo de exposição).

BDR

Para quem prefere investir de forma mais ativa, selecionando as próprias empresas, uma boa solução é o uso do BDR (Brazilian Depositary Receipt). Esses são certificados atrelados às ações internacionais, permitindo que você tenha um investimento às empresas selecionadas e também à variação cambial.

A melhor notícia é, atualmente, que a compra e venda dos BDRs é feita em reais, pela nossa Bolsa de Valores. Ou seja, você pode investir nesses papéis sem precisar sequer sair do Brasil ou ter conta em uma corretora internacional, assim como fazemos com as ações nacionais.

O ponto negativo é que ainda são poucas empresas chinesas listadas na B3, o que reduz consideravelmente as nossas oportunidades. No momento em que este artigo foi produzido, essas eram algumas das principais companhias disponíveis:

  • Alibaba (BABA34)
  • Baidu (BIDU34)
  • China Mobile (C1HL34)
  • China Petroleum (C1HI34)
  • JD.com (JDCO34)
  • Netease (NETE34)
  • Petro China (PTCH34)
  • Trip.com (CRIP34)

ETF

Por fim, ainda temos os ETFs (Exchange Traded Funds) que são os populares "fundos de índices" ou, de forma mais técnica, fundos passivos. Eles possuem como objetivo replicar algum indicador, como o MSCI China, que é uma carteira fictícia com as principais empresas chinesas.

Um exemplo de ETF recente para quem deseja investir na China é o XINA11. Lançado no período recente pela XP Investimentos, o produto tem por objetivo replicar o desempenho da Bolsa de Valores chinesa, contando com mais de 700 companhias na sua composição.

A vantagem do ETF é a simplicidade do produto, algo que permite que as taxas sejam menores do que fundos de investimentos com gestão ativa. Por outro lado, assim como acontece com o Ibovespa, você conta com um pacote bem grande de empresas. Portanto, não há um filtro tão seletivo, algo que prejudica um pouco a rentabilidade em relação à escolha de bons negócios.

Vale a pena investir na China?

Como vimos, não faltam oportunidades para os investimentos na China. E, dado o potencial de crescimento do país asiático que, inclusive, já ameaça a liderança histórica dos Estados Unidos, essa é uma alternativa interessante para globalizar o seu patrimônio e diversificar os riscos.

Além disso, em termos de investimentos, a China reúne algumas características bem atrativas para quem busca crescimento de capital. Ao investir na economia chinesa, você está contando com empresas globais (como Alibaba e Xiaomi, por exemplo) e com forte potencial de crescimento para o médio prazo. Isso sem falar que, na média, as ações de boas companhias chinesas são mais baratas que boas companhias americanas.

Por outro lado, não significa que não existam riscos envolvidos. Temos um governo com forte influência nas empresas, algo que nem sempre é positivo. Ademais, as companhias chinesas tendem a focar no crescimento do país — o que pode, ocasionalmente, deixar a rentabilidade em segundo plano.

Cabe ao investidor ponderar todo o cenário que discutimos ao longo do artigo e analisar se os ativos chineses fazem sentido dentro de uma estratégia de investimentos. De um modo geral, a diversificação global traz efeitos interessantes no equilíbrio entre risco e retorno. Até onde a China pode chegar, ninguém sabe. Mas é certo de que ela estará por muitos anos no centro da economia global.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.
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