Entenda como funciona o plano de US$ 2,3 tri de Biden para investimentos em infraestrutura
Em discurso na cidade de Pittsburgh, onde começou sua campanha presidencial há dois anos, Joe Biden apresentou na quarta-feira, 31 de março, um ambicioso plano financeiro…
Em discurso na cidade de Pittsburgh, onde começou sua campanha presidencial há dois anos, Joe Biden apresentou na quarta-feira, 31 de março, um ambicioso plano financeiro que mobiliza US$ 2,3 trilhões em investimentos na infraestrutura, aumentando significativamente a carga tributária do pais.
O objetivo do presidente americano é ampliar a competitividade frente ao avanço de potências como China.
O projeto contempla irrigar a economia com dinheiro público ao longo de oito anos, verba bancada sobretudo pelo aumento de impostos de empresas e dos mais ricos.
Joe Biden garantiu que nenhum americano que ganhe menos de US$ 400 mil por ano terá que pagar mais impostos federais.
O plano, se aprovado pelo congresso, representa a maior jogada econômica bancada pelo governo dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial.
Os esforços seriam concentrados em modernização dos sistemas de transporte, incluindo a construção de estradas e pontes, investimento em biotecnologias e no acesso à internet, além de portos, aeroportos e na transição para uso de energia limpa.
"Hoje, estou propondo um plano para a nação que recompensa o trabalho, não apenas recompensa a riqueza. Isso constrói uma economia justa que dá a todos uma chance de sucesso ", disse Biden.
"É grande, sim. É audacioso, sim. E nós podemos fazê-lo!", afirmou o presidente. "Isso criará a economia mais resiliente, forte e inovadora do mundo", acrescentou, enfatizando que quer "vencer" a competição com a China.
Quais os impactos esperados pelo plano de Biden
Segundo o presidente, os Estados Unidos têm investidor atualmente menos de 1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisas, ponto que deixa o país para trás na concorrência com outros países pelo mundo. Ele citou diretamente a China e a Rússia em seu discurso.
Para ele, cálculos de economistas apontam que o plano poderia trazer 10 milhões de empregos, desempenho turbinado pelo recentemente aprovado pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão.
De onde viria o dinheiro
Os recursos para bancar esse novo megapacote financeiro viria do aumento de impostos. As grandes empresas teriam uma elevação de 21% a 28% em impostos federais, ao passo que os mais ricos (aqueles com renda inferior a US$ 400 mil por ano), teriam um acréscimo mínimo de 21% na tributação.
Com isso, o governo espera ampliar em 10 anos a arrecadação em pelo menos US$ 1 trilhão. "O plano é fiscalmente responsável e reduz a dívida ao longo prazo", garantiu.
EUA começam a debater o plano
Após apresentado, o plano agora é fruto de intensos debates nos Estados Unidos. Analistas dizem que, se efetivado, ele enterraria o ideário liberal implementado por Ronald Reagan há dez anos nos anos 80.
"Levará anos para saber se a iniciativa de Biden terá o poder duradouro do New Deal ou se mudará o paradigma econômico dos Estados Unidos", escreveu o setorista-sênior da Casa Branca para o 'New York Times', David E. Sanger.
"No entanto, já está claro que se baseia na aposta de que o país está pronto para dispensar um dos principais princípios da revolução Reagan e mostrar que para algumas tarefas o governo pode impulsionar a economia com mais eficiência do que as forças de mercado", analisou o jornalista.