Bolsa fecha a semana com alta de 3,17% com clima mais positivo no exterior; dólar recua 2,87% no período
Melhora em relação à pandemia na China, ata do Fomc moderada e inflação americana em queda animaram os mercados
A Bolsa fechou a semana nesta sexta-feira, 27 com alta de 3,17%, e o dólar em queda de 2,87% no período, influenciados por um cenário internacional mais positivo. No mês, o saldo da B3 é de avanço de 4% e de 7% no ano.
Ao longo da semana, a melhora em relação ao cenário pandêmico na China, com a reabertura parcial da capital Xangai, somado à sinalização de redução nas taxas de juros de longo prazo do país, ajudou a melhorar as expectativas em relação à atividade chinesa e aliviar os temores inflacionários que pairavam em torno da política covid zero.
Outro ponto importante da semana foi a divulgação da ata da última reunião Fomc (Copom americano), ocorrida entre os dias 3 e 4 de maio, pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que não trouxe surpresas, sinalizando dois aumentos de 0,5 ponto porcentual nas próximas reuniões.
André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, acrescentou ainda como fator de ânimo nos mercados o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA referente ao mês de abriu, que arrefeceu de 6,6% em março para 6,3% em abril, “ajudando a reduzir os temores de que o Fed precisaria levar o país à recessão para controlar os preços”.
Esse cenário, de acordo com o especialista, reduziu a aversão ao risco por parte dos investidores. Em Wall Street, o S&P 500 concluiu a semana com alta de 6,59%, Dow Jones Industrial Average com avanço de 6,24% e Nasdaq 100, com valorização de 7,14%.
Internamente, a Bolsa brasileira foi favorecida pelo aumento global da demanda por ações de valor, o que tende a beneficiar o setor financeiro, responsável por mais de 25% do índice, segundo Meirelles.
O dia na Bolsa
Maiores altas
BRF (BRFS3) | +4,82% |
Minerva (BEEF3) | +4,40% |
CSN (CSNA3) | +3,10% |
PetroRio (PRIO3) | +2,64% |
Alpargatas (ALPA4) | +2,53% |
Maiores baixas
Petrobras (PETR4) | -4,76% |
Yduqs (YDUQ3) | -4,49% |
Petrobras (PETR3) | -4,17% |
Via (VIIA3) | -2,99% |
Energia (ENGI11) | -2,58% |
Petrobras: alvo de atenção ao longo da semana
No lado negativo, os investidores ficaram às voltas com a situação da Petrobras, cujo presidente José Mauro Coelho foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro com pouco mais de 40 dias à frente da petroleira.
No pregão desta sexta-feira, as ações da estatal, tanto ON quanto PN, fecharam a sessão com baixa de mais de 4%.
Segundo Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, após a mudança de presidente, o mercado está receoso sobre uma possível mudança na política de preços da estatal, o que pode trazer prejuízos para o caixa da companhia.
O mercado reagiu negativamente à troca de comando, cuja presidência deve ser ocupada por Caio Mário Paes de Andrade, indicado pelo Ministério de Minas e Energia.
Mercado internacional: bolsas europeias fecham em alta
As bolsas europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, com exceção do mercado acionário de Lisboa. As praças no Velho Continente ganharam força após a abertura positiva em Wall Street.
Os ganhos desta sexta-feira encerram uma semana bastante positiva para os mercados europeus, no geral. No acumulado semanal, o Stoxx 600 avançou 2,98%, enquanto a alta diária foi de 1,42%, aos 443,93 pontos.
Na próxima semana, haverá a leitura preliminar da inflação na zona do euro de maio, na qual a expectativa gira em torno de uma alta anual de 8,0%, devido aos custos de energia, mas também às pressões crescentes de alimentos e serviços.
“O dado só tornará o Banco Central Europeu (BCE) mais determinado, pensamos, a anunciar uma alta de juros em julho, após a reunião de junho"
Morgan Stanley, em análise sobre o assunto
Entre os principais mercados europeus, o índice londrino FTSE 100 fechou em alta de 0,27%, aos 7.585 pontos. No Reino Unido, também pesa a perspectiva de aperto monetário, cujo ciclo já teve início após três altas de juro em reuniões consecutivas do Banco da Inglaterra (BoE).
Em Frankfurt, o índice DAX teve forte alta, de 1,62%, aos 14.462 pontos, seguido de perto pelo parisiense CAC 40, que subiu 1,64%, aos 6.515 pontos.
Para ficar atento na próxima semana
Durante a próxima semana, o mercado deve permanecer atento aos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Nessa sexta-feira, a Rússia pagou a parcela de juros de dois eurobonds que vencia hoje e evitou o calote mais uma vez.
Novas sinalizações do governo chinês em relação a pandemia também devem permanecer no radar.
No Brasil, os destaques da semana que vem vão para divulgação de dados do PIB, IGP-M, desemprego e produção industrial. / com Agência Estado
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