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Renda Variável

Proteção de carteira: entenda o mercado de opções, suas vantagens e riscos

Veja como os derivativos podem protege o patrimônio da oscilação de preços dos ativos

Data de publicação:27/05/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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No mercado financeiro, muito se fala — com razão — sobre a importância de proteger uma carteira de investimentos por meio da diversificação das classes de ativos. No entanto, você sabia que esse não é o único recurso ou ferramenta que temos disponível na atualidade para atingir o objetivo de proteção? O mercado de opções é um deles.

foto: reprodução

Pois é! Outra estratégia bem interessante pensando em reduzir os riscos de exposição do seu portfólio está no mercado de opções. E antes que você possa se assustar, no artigo de hoje vamos explicar como ele pode ser útil para defender o seu patrimônio e acabar com mitos que envolvem estes ativos. 

O que é o mercado de opções? 

O mercado de opções é um tipo de investimento considerado como derivativo. Isto é, a sua dinâmica de resultados é originada em outro investimento (chamado de ativo-objetivo), apresentando uma rentabilidade de acordo com a movimentação de preços desse investimento escolhido. 

A teoria parece confusa, não é? Mas não se preocupe! Esse mercado não é tão complexo assim. Na prática, as opções nada mais são do que instrumentos (contratos) negociados no mercado financeiro para acordar preços para determinados ativos usando uma data futura — algo que pode ser feito pensando em fixar um preço ou mesmo especular, por exemplo. 

Dessa forma, um instrumento de opções deve conter os seguintes elementos:  

  • Ativo que será utilizado como referência para o contrato. 
  • Prazo de validade do acordo. 
  • Preço de exercício da opção, também chamado como strike price

Como funcionam as opções? 

No mercado de opções, nós podemos realizar operações sobre dois tipos de opções:  

  • Call: é o nome da operação com uma opção de compra de um ativo. 
  • Put: é o nome da operação com uma opção de venda de um ativo. 

Além disso, para que exista uma negociação, é necessário que dois investidores estejam em posições contrárias. Assim, nós temos um comprador da opção (chamado de titular) e um vendedor da opção (chamado de lançador). Ou seja, nós podemos ter quatro tipos de operações no mercado de opções: compra de Call, compra de Put, venda de Call ou venda de Put. 

Importante mencionar que o comprador de uma opção recebe o direito de exercer o preço exercício do seu contrato, mas ele não é obrigado a fazê-lo caso não tenha interesse. Já o vendedor de uma opção, em um cenário no qual o titular exerça o seu direito, é obrigado a cumprir a sua parte do acordo. 

Imagine, por exemplo, que você realize a compra de uma Call (opção de compra) de dólar a R$5,50. No entanto, no dia de vencimento do instrumento, suponha que a moeda americana esteja negociada a R$5,30. 

Neste caso, não faz sentido exercer a Call adquirida na medida em que o investidor pode comprar dólar mais barato nas condições de mercado. Por outro lado, se a moeda estiver cotada a R$5,80, esse instrumento permite uma compra do câmbio com um valor abaixo do que é negociado naquele momento — configurando-se em um benefício. 

Por que usar opções para proteção da carteira? 

Agora que você conheceu um pouco mais sobre o mercado de opções, como ele pode ser útil na estratégia de proteção de uma carteira de investimentos?

Basicamente, a principal estratégia disponível, embora não seja simples, é a técnica de hedge. Isto é, abrir posições no mercado de opções que sejam contrárias ao que você tem como investimento para que, em caso de quedas, elas possam ajudar a mitigar danos ao seu patrimônio.

Como, geralmente, nós investimos comprando ativos, as nossas posições dependem de uma valorização desses produtos. No entanto, especialmente em um ambiente de renda variável, o crescimento não é linear. É aqui que a compra de Puts (opções de venda) podem ajudar.

Exemplo prático da proteção de uma carteira com puts

Imagine, por exemplo, que você seja investidor de Itaúsa, a holding controladora do Banco Itaú. Considere ainda que, neste processo, a aquisição tenha sido de 1.000 ações ao preço de R$10 cada uma. Ou seja, uma posição de R$10.000 na empresa.

No entanto, em um cenário hipotético de crise econômica, vamos imaginar que o mercado tenha se mostrado pessimista com o futuro da companhia e gerado uma pressão vendedora que baixou o preço das ações da Itaúsa para R$7,50. Isto é, uma perda de 25%.

Sem ter qualquer tipo de proteção, esse seria o seu prejuízo de momento. Ou seja, uma perda de R$2.500 nesse período específico. No entanto, essa perda poderia ser minimizada se você tivesse comprado Puts (opções de venda) da ação de Itaúsa. Vamos supor que você tivesse feito isso ao preço de R$9,50.

Ou seja, nesse momento em que a ação de Itaúsa está cotada a R$7,50, você poderia vender os mesmos papéis por R$9,50. Em outras palavras, o prejuízo do momento seria de apenas 5% em função de uma proteção montada com o mercado de opções. 

E se a ação valorizasse? Neste caso, era só deixar a opção expirar e assumir um pequeno custo operacional.

Além disso, é muito trabalhoso comprar Puts de todas as suas ações. Uma alternativa seria comprar Put de algum índice do mercado acionário brasileiro, como o ETF BOVA11, por exemplo, protegendo-se de quedas sistêmicas da nossa bolsa.

O mercado de opções não aumenta o meu risco? 

Quando falamos sobre o mercado de opções, é bem comum encontrar investidores receosos por conta do risco de investir em derivativos. No entanto, o medo vem muito mais da falta de conhecimento desse mercado.

O que acontece na prática é que, visando acelerar os lucros, muitos dos investidores optam por usar os instrumentos derivativos como especulação. Ou seja, apostando na direção do preço dos papéis — algo que, comprovadamente, é muito difícil de realizar.

Neste caso, como a opção tem um viés apenas de aposta, acaba gerando altos ganhos para o investidor ou a perda total do capital investido (quando a opção "vira pó", para usar uma expressão do próprio mercado financeiro). É quase que um "tudo ou nada".

No entanto, essa não é a estratégia que foi proposta ao longo do artigo. Ao usar as opções como um instrumento de proteção de carteira, elas se tornam muito mais aliadas no objetivo de reduzir os riscos do seu portfólio do que propriamente um ativo que visa os lucros.

Portanto, se você busca equilibrar ainda mais a relação entre risco e retorno da sua carteira, o mercado de opções pode sim se apresentar como uma alternativa interessante. No entanto, reforçamos a importância de estudar e entender a sua dinâmica antes de começar a aplicar esta estratégia na prática.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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