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Mercado Financeiro

Como formar uma carteira de dividendos rentável: o Inter dá as dicas

Entre as empresas estão companhias do setor financeiro, elétrico, mineração, commodities, saúde e seguros

Data de publicação:25/10/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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O início da temporada dos balanços corporativos do terceiro trimestre se aproxima e, com isso, o mercado redobra a atenção para os números, especialmente para lucro líquido, receitas e custos. Para quem aloca seus recursos em uma carteira focada em dividendos, avaliar com lupa esses resultados traz um norte para saber o que vem por aí em proventos para os últimos meses do ano e em 2022.

Para o quarto trimestre do ano, o Inter elaborou sua carteira de ações focadas em proventos, optando por manter a diversificação com exposição em diversos setores, como financeiro, elétricas, commodities e setores ligados ao retorno da mobilidade.

Foto: Envato
Seleção por dividendos inclui setores elétrico, saúde, bancos, seguros, saneamento, siderurgia e mineração Foto: Envato

De acordo com um relatório do banco a respeito do assunto, a expectativa é positiva em relação aos números trimestrais que as empresas irão apresentar ao mercado, porém sem deixarem de refletir o impacto em maior escala por custos mais elevados e Selic - taxa básica de juros do País - em ascensão.

“Devemos ver impactos fortes nos custos, em razão da elevação nos preços de energia e das commodities. Além disso, a escassez de insumos em nível global pode comprometer o faturamento de algumas companhias”, avaliam os analistas do Inter.

A escolha das companhias para a carteira, segundo o documento do Inter, seguiu dois critérios importantes: manutenção de desempenho satisfatório e política de dividendos atrativa.

O Inter realizou algumas realocações em sua carteira de dividendos para o quarto trimestre. A companhia continua avaliando positivamente a Energias do Brasil, Taesa e Isa CTEEP no setor elétrico; Cyrela, no mercado de construção; Copasa, em Saneamento; Odontoprev e BB Seguridade para o setor de saúde e seguradoras; Vale, no setor de mineração; Gerdau, que entra no lugar da CSN em siderúrgicas; Banco do Brasil, no setor financeiro, no lugar do Bradesco.

A faixa de dividend yield dessas companhias varia entre 4,43% (mínimo) a 11,7% (máximo) – acima da inflação e da taxa de juros do País.

Pano de fundo e desafios

A entrega de proventos aos acionistas tem como pano de fundo um cenário monetário e fiscal desafiador no País. Com o avanço da inflação, os analistas seguem revisando suas projeções para os ajustes na taxa Selic.

Na última quinta-feira, o JP Morgan divulgou um relatório no qual aposta que o Banco Central fará um ajuste de 1,25 ponto porcentual na taxa na próxima reunião do Copom, que acontece nesta semana. Previamente, o BC sinalizou que iria ajustar a Selic em 1,00 p.p., porém ressaltou que fará o que for preciso para ancorar a inflação.

De acordo com o documento do Inter, os analistas da casa destacam que o cenário é de aperto monetário e, por conta disso, o resultado deve ser uma desaceleração do crescimento da economia em 2022.

Já no mercado financeiro, a Bolsa busca recuperação, após vários meses com resultados aquém do esperado. No mês passado o Ibovespa fechou o período com perda acumulada de 6,57%, o pior resultado desde março de 2020, no início da pandemia da covid-19.

Em outubro, a Bolsa vem tomando vários tombos por conta das incertezas fiscais do País: indefinições em relação ao programa social do governo, Auxílio Brasil, à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios, além da trava nas reformas administrativa e tributária. Não bastasse isso, o clima de tensão aumentou por conta de demissões no Ministério da Economia na última semana.

Na sequência, conheça um pouco mais sobre as ações escolhidas pelo Inter como boas apostas no pagamento de dividendos para o próximo ano.

Elétricas

Apesar de o setor elétrico estar enfrentado maus bocados por conta da crise hídrica no País, nem todos os segmentos que integram esse mercado estão sendo afetados de maneira igual, e passam por momentos distintos.

As geradoras têm lidado com várias dificuldades refletindo a escassez de chuva e, consequentemente, baixos níveis nos reservatórios, o que leva essas companhias a ter que adquirir energia “fora de casa” para cumprir seus contratos, pagando mais caro pelo produto.

Já a área de distribuição tem tido boa performance, apesar de estar mais exposta ao consumidor final.  E o segmento de transmissão é o mais previsível e com menos risco. As companhias que fazem o transporte de energia têm receitas fixas e indexadas à inflação, por meio de contratos regulados de longa duração.

Uma das escolhas do Inter nesse universo é a Energias do Brasil, que atua em toda a cadeia do setor. Em 2016, a companhia ingressou no segmento de transmissão e atua, ainda, com a comercialização de energia e prestação de serviços de soluções energéticas.

De acordo com o Inter, apesar de as ações da companhia poderem sofrer alguma volatilidade por conta da ausência de uniformidade na atuação das áreas que integram o setor, a Energias do Brasil tem um bom histórico de pagamento de proventos que deve se manter em 2022.

Em transmissão, o banco destaca a ISA Cteep, que também tem registros de pagamentos de dividendos constantes e bem atrativos. Os especialistas do Inter apontam que a constância da Receita Anual Permitida (RAP) da companhia é outro ponto favorável.

A RAP da ISA Cteep, principal linha do faturamento, por ser regulada e estipulada em contrato, apresenta certa constância ao longo do tempo. Atualmente, o RAP dos empreendimentos que estão em fase operacional e em construção da ISA soma mais de R$ 4,2 bilhões ao ano”, ressalta a empresa no relatório.

Ainda em transmissão, o Inter também preserva  a Taesa em sua carteira de dividendos. De acordo com a análise dos especialistas, a empresa se destaca por ter uma estrutura enxuta de custos, com margens bem elevadas, o que acaba se traduzindo em um retorno atrativo para o acionista.

“O setor de transmissão apresenta um risco muito baixo, uma vez que as companhias desse mercado são remuneradas pela disponibilidade de linhas e não pelo volume de energia que transmitem”, avaliam os especialistas.

Bancos

Uma das alterações que o Inter fez em sua carteira de dividendos, no setor financeiro, foi substituir o Bradesco pelo Banco do Brasil. Segundo o Inter, apesar da percepção de risco de interferências políticas no banco, seu balanço continua sólido e demonstrando ótima capacidade de manter seu payout em atuais 40%.

Os últimos resultados apresentados pelo BB surpreenderam as expectativas do mercado. Os especialistas do Inter destacam que o banco conseguiu demonstrar um ótimo controle de custos, como as despesas com provisões que devem performar em linha com o guidance de R$ 15 bilhões.

“Apesar das margens sofrerem pressão com o aumento do custo de crédito, acreditamos que um movimento gradual de aumento dos spreads deve retirar a pressão na margem financeira no médio prazo”, enfatiza o Inter.

Os analistas pontuam que as ações do Banco do Brasil, trazem boas oportunidades não somente em proventos, mas também em de capital. “As ações do BB estão sendo negociadas a múltiplos muito abaixo do histórico e a 0,6x patrimônio, com ótima qualidade, ROE buscando ascensão e Basileia acima da média do mercado”.

Mineradoras

Nesse mercado, o Inter manteve a Vale em sua carteira de dividendos no setor de mineração. Segundo o Inter, a empresa tem se beneficiado fortemente do bom momento de mercado para as commodities em geral.

“Isso deve impactar suas receitas no período, contribuindo para resultados operacionais robustos”.  Nesta semana, a empresa divulgou sua prévia do terceiro trimestre que apontou uma produção de 89,4 milhões de toneladas de minério de ferro, alta de 0,8% frente ao mesmo período do ano passado.

As vendas do minério de ferro, por sua vez, somaram 67,8 milhões de toneladas entre julho e setembro, alta de 3,2% ante o terceiro trimestre de 2020 e avanço de 0,9% na comparação com o segundo trimestre.

Os analistas do Inter destacaram ainda que a estrutura operacional da companhia tem evoluído e seu custo de produção é um dos menores da indústria mundial.

Outro aspecto apontado pelo banco é que, com a forte queda vista nos últimos meses em razão da deterioração dos preços do minério de ferro nos mercados internacionais, as ações da Vale abriram oportunidade de entrada.

“Esperamos a continuidade da forte geração de caixa e remuneração aos acionistas, mesmo em cenário de preços menores, uma vez que nosso modelo considera um preço de minério de ferro no longo em torno de US$ 60 por tonelada”, ressalta o Inter.

Siderúrgicas

No mercado de siderurgia, a Gerdau é a aposta do Inter. A siderúrgica tem como ponto favorável o fato de estar exposta a diferentes segmentos da cadeia do aço e também geografias para aproveitar as oportunidades e se sobrepor aos desafios que o banco espera para 2022.

Entre os mercados nos quais a Gerdau atua, os analistas do banco destacam o segmento de longos, impulsionado pelo aumento das reformas residenciais, assim como novos lançamentos feitos pelas incorporadoras.

A área de infraestrutura também deve beneficiar os negócios da siderúrgica, principalmente nos Estados Unidos, com o pacote de US$ 1,2 tri de Biden e de energia renovável. “Deverá ser o grande impulsionador da demanda do setor”, reforça o relatório.

Em vista das expectativas positivas para os resultados da empresa no segundo semestre deste ano, segundo o Inter, “os fundamentos seguem confortáveis. Seguimos acreditando na atratividade do risco versus retorno da empresa”.

Construtoras

Os números sólidos apresentados pela Cyrela no segundo trimestre deste ano incentivam o Inter a ter uma impressão positiva sobre os próximos passos da construtora.

“Além da manutenção da atividade em nível acelerado, a companhia manteve controle nos custos diretos, sucesso nos repasses de preço e boa demanda pelos empreendimentos de alta renda”, analisa o Inter.

A expectativa da empresa é que a construtora mantenha no longo prazo sua resiliência nos principais indicadores operacionais, apesar da desaceleração esperada de vendas nos próximos meses em virtude das condições mais restritivas do crédito imobiliário, por conta da elevação da taxa de juros.

Empresas de saneamento

Considerada uma das maiores empresas de saneamento do Brasil, a Copasa conta com uma política de dividendos interessante, de acordo com o banco, distribuindo entre 25% e 50% de seus lucros de forma recorrente, além dos pagamentos extraordinários.

Um dos pontos positivos da empresa, além dos proventos, é a evolução na gestão de seus custos. “Embora a Copasa não tenha margens tão elevadas, apresenta evolução na gestão de seus custos, o que pode desdobrar em maior geração de valor para o acionista caso esse movimento persista”, apontam os especialistas da casa.

Seguradoras

A BB Seguridade possui um modelo de negócio resiliente com a utilização do canal bancário do Banco do Brasil. “Seu balanço leve em ativos acaba proporcionando altos níveis de rentabilidade”.

O Inter destaca que a seguradora tem obtido um bom ritmo de retomada nas receitas nos seus negócios de seguros – Brasilseg – e previdência – Brasilprev. De acordo com os analistas, há a expectativa de que a alta das taxas de juros alivie o resultado financeiro da empresa, beneficiando seus ativos, “já que o aumento recente da inflação nos parece pontual”.

Saúde

A Odontoprev viu sua sinistralidade cair por conta da pandemia, com as pessoas reduzindo suas visitas ao dentista. De acordo com os analistas do Inter, isso deixou o caixa da companhia robusto.

“Ainda que no segundo trimestre tenha demonstrado retomada, a sinistralidade segue abaixo dos níveis históricos pré-pandemia. Por outro lado, o lockdown afetou o crescimento de adesões aos planos odontológicos”, analisa o Inter.

Os especialistas acreditam que a empresa deve continuar pagando dividendos atrativos nos próximos anos. “O modelo de negócio da Odontoprev já é maduro e estruturado, com forte capacidade de geração de caixa e planos de difícil replicabilidade”, acrescentam.

A política de dividendos da operadora prevê pagamento mínimo de 50% do lucro líquido, mas, segundo o Inter, a Odontoprev vem praticando porcentuais bem acima disso – em 2020 chegou a pagar 92% do lucro.

Sobre o autor
Julia Zillig
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