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petróleo
Renda Variável

Por que ter ativos ligados às commodities pode ser a melhor proteção contra a inflação; entenda

A mesma alta no preços das commodities que eleva a inflação pode proteger o investidor

Data de publicação:30/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Na tentativa de se proteger contra a inflação, que no acumulado dos últimos 12 meses já gira em torno dos dois dígitos, os investidores costumam buscar as ações defensivas, emitidas por empresas e setores consolidados e com uma geração de caixa forte o suficiente para passar por momentos de crise econômica. Entre essas ações muitas estão ligadas às commodities.

Como essa escalada nos preços em boa parte pode ser atribuída à valorização das commodities, especialistas consideram que o setor é a melhor opção para a proteção do patrimônio do investidor dentro da renda variável.

Foto: envato commodities
Plataforma de petróleo - Foto: Envato

Para quem não acompanha de perto o desempenho das exportadoras ou as questões externas, que podem interferir diretamente no preço das commodities e de suas ações, os fundos que investem no setor se apresentam como uma possibilidade mais segura e especializada.

A escalada da inflação no País - e em boa parte do mundo - reflete a retomada econômica, após o relaxamento das medidas restritivas de circulação por conta da pandemia de coronavírus. Com as pessoas e empresas voltando a consumir e produzir, a demanda por petróleo, minério de ferro e outras commodities disparou no mercado, enquanto a oferta manteve-se reduzida também em consequência da pandemia, pressionando para cima o preço desses produtos.

Não bastasse o choque de preços das commodities, internamente, o Brasil vive uma de suas piores crises hídricas, o que reduz a oferta de energia elétrica e encarece as contas de luz, tanto para as famílias, quanto para as indústrias. Assim, com as matérias-primas mais caras, a produção também tem seu preço elevado, o que acaba sendo repassado no valor final dos produtos para os consumidores.

Onde investir?

Paula Zogbi, analista de Investimentos da Rico, explica que, para obter retorno acima da inflação, o investidor deve ter em seu portfólio justamente os ativos que estão influenciando essa alta dos preços. A lógica é simples: uma pessoa que investe em petróleo, por exemplo, vai se beneficiar da valorização do produto, ocasionada pela alta demanda.

Neste contexto, o investidor pode encontrar algumas opções disponíveis no mercado. No caso do petróleo, há a possibilidade de investir em ações de empresas que sejam ligadas ao setor, contratos futuros negociados em bolsa ou, até mesmo, em fundos de investimento que tenham alguma exposição à commodity.

A especialista considera que a escolha de onde alocar parte do patrimônio depende do investidor, que deve considerar o seu perfil, se conservador ou mais arrojado, seus objetivos e pensar sempre na diversificação. Tendo em vista que o preço das commodities pode oscilar muito rapidamente nos mercado globais, influenciado por fatores diversos, "não é interessante concentrar muito da carteira em um único produto", afirma ela.

Mercado de ações

Alguns pontos devem ser observados, entretanto, pelo investidor que pretende amplificar seus resultados. Ainda usando o petróleo como exemplo, Paula menciona a Petrobras para explicar que além dos fatores externos e preço das commodities no exterior, há ainda outras variáveis que precisam ser consideradas. Por exemplo, por ser uma estatal, a petroleira fica mais exposta a medidas políticas em ano pré-eleitoral. Esse é um ponto relevante, porque pode desvalorizar seus papéis mesmo com o petróleo em patamares elevados no mercado internacional.

O contrário também pode acontecer. Dentre as principais commodities do mercado, o minério de ferro é a única que vem enfrentando um período de queda acentuada, como consequência de medidas restritivas adotadas pelo governo chinês no sentido de reduzir a produção de aço - feito a partir do minério - para a preservação ambiental. Muitas empresas do setor, como a Vale, reportaram quedas acompanhando o movimento da matéria-prima na última semana.

A mineradora - que corresponde a cerca de 14% da carteira teórica da B3 - porém, continua sendo avaliada positivamente por boa parte dos analistas do mercado, que levam em conta, também, outros aspectos da companhia, como pagamento de dividendos, novos projetos, níveis de produção e agenda ESG. Dessa forma, quando a empresa é consolidada, seu ativo é considerado de qualidade, a desvalorização do papel tende a ser inferior à da própria commodity.

Fundos de investimento em commodities

Outra alternativa para os investidores que buscam proteção contra a inflação por meio das commodities são os fundos de investimento.

A principal vantagem de alocar capital em fundos com exposição a esses produtos, de acordo com a analista de investimentos da Rico, é a possibilidade de garantir uma diversificação no portfólio com menos dinheiro. Ou seja, enquanto alguém que opta pelas ações tem que comprar cada uma separadamente, é possível investir nos fundos por um valor fechado.

Paula cita o Trend Commodities FIM, fundo da XP, que pode ser acessado por um valor inicial mínimo de R$ 100 e oferece ao investidor uma "cesta diversificada de commodities".

Por ter uma exposição direta às commodities e não às ações de empresas ligadas ao setor, os fundos que investem nesses produtos, ainda que apresentem volatilidade, podem ter uma oscilação diferente do que a observada no mercado de ações.

A especialista afirma, ainda, que "em momentos de atividade econômica em queda ou estagnação, quando a demanda está muito fraca, as commodities se tornam menos atrativas". É que com a oferta maior que a demanda, os produtos tendem a passar por um período de desvalorização.

Sobre o autor
Bruna Miato
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