Inflação alta, juros em dois dígitos, baixo crescimento… O que esperar da economia e dos investimentos em 2022?
A alta da inflação no planeta vai levar à uma elevação dos juros e crescimento menos da economia mundial. Veja como ficam os investimentos em 2022
Inflação alta, que vai levar à elevação de juros e um crescimento mais modesto da economia são perspectivas que estão no centro não só das preocupações no Brasil, mas na pauta mundial. Elas precisam estar na mira também de quem pretende estar prevenido com as movimentações no tabuleiro dos investimentos e fazer as escolhas mais adequadas para seus investimentos em 2022.
Inflação é questão central no mundo
Ainda que seja um tanto complicado tentar fazer previsões em cenário coalhado de incertezas, há consenso de que a inflação será a protagonista em qualquer análise para 2022. Os especialistas da XP Investimentos, Caio Megale, Fernando Ferreira e Jennie Li, destacam os gargalos nas cadeias de suprimento globais, que aumentam os custo de insumos e limitam a produção industrial como fator de alimentação da alta dos preços.
"No início de 2021, pensávamos que, com o avanço da vacinação e a reabertura da economia, esses problemas de abastecimento iriam se normalizar. Mas, no curto prazo, está ocorrendo o contrário. A demanda por bens duráveis acelerou na frente da oferta, agravando os desequilíbrios".
XP Investimentos
Eles explicam que as pressões de custo em diversas cadeias produtivas se juntaram à demanda em recuperação, que foi turbinada por políticas monetárias e fiscais bastante expansionistas, e pelo efeito da reabertura da economia com o avanço da vacinação. São restrições que limitam a atividade econômica e pressionam a inflação.
Esses desequilíbrios persistirão no ano que vem 2022? Por quanto tempo esse descompasso entre oferta e demanda persistirá? Qual o impacto nas projeções de PIB e inflação? E nos investimentos em 2022? São as principais questões a serem colocadas.
Além disso, uma crise energética não está descartada no continente europeu com a chegada do inverno. Os estoques já baixos de gás tendem a cair ainda mais pressionando os preços da energia em geral. Trata-se de mais uma pressão para a alta dos preços no contexto internacional.
Como se vê, são muitas e fortes as razões para os banco centrais adotarem políticas monetárias restritivas, como já sinalizadas e colocadas em prática nesses últimos dias. Os estímulos monetários deverá ser retirados da economia. Os juros vão subir nos Estados Unidos, e há quem aposte que o início do ciclo de alta, previsto para três etapas em 2022, aconteça ainda no primeiros trimestre do ano. Já o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão já iniciaram o processo de alta das taxas.
As incógnitas não se limitam à inflação e a alta dos juros. A propagação da variante ômicron chega em uma Europa enfrentando novas ondas de pandemia, com países adotando restrições de mobilidade e fechando suas fronteiras. Embora ainda se saiba pouco sobre a ômicron e os primeiros estudos indiquem menor gravidade e letalidade, o fato é que a covid-19 ameaça novamente travar a economia.
Perspectiva que, no entanto, pode levar as autoridades monetária a suavizar a curva de alta dos juros nos mercados.
O que vai acontecer no Brasil?
Para o economista e colunista da Mais Retorno, Stefano Bozza, o Brasil deve ter um ambiente bem desafiador de baixo crescimento econômico, mas ainda com níveis altos de inflação. A que se dá o nome de estagflação.
"Caso venha a se confirmar, o ambiente deve ser bem desafiador para os investimentos. Isso porque, nesta situação, nós temos um aumento dos preços que não é acompanhado pelo crescimento do PIB. Além disso, o desemprego segue com altos índices, algo que prejudica o poder de compra da população. E há ainda a necessidade de estar atento à balança comercial, dado que devemos ter uma normalização da cadeia produtiva global."
Stefano Bozza
Como fica a inflação
Os analistas da XP destacam que a inflação medida pelo IPCA superou 10% no acumulado em 12 meses, quase três vezes acima da meta do Banco Central, de 3,75% para 2021. Depois desse forte estouro, a questão que colocam é se a autoridade monetária conseguirá trazer a inflação de volta a trajetória de metas em 2022.
A resposta deles é negativa. A meta de inflação fixada pelo Banco Central para ano que vem é de 3,75%, esse é o miolo da meta, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Isso permite dizer que para ficar dentro das diretrizes do BC, a inflação teria de transitar entre 2,25% e 5,25% em 2022. Já a projeção dos analistas é a de que o IPCA fique acima disso.
Além dos gargalos nas cadeias de suprimento globais, que aumentam os custos de insumos e limitam a produção industrial, eles explicam que aqui a inflação importada do exterior foi turbinada pela taxa de câmbio persistentemente depreciada e pela crise hídrica, que impactou os preços dos alimentos e energia.
Esse movimento ainda não deu sinais de acomodação, apontam eles. Os índices de preço no atacado voltaram a acelerar no exterior nos últimos meses, e a inflação mais alta este ano pesa em 2022 por conta do repasse inercial, quer dizer, o processo de reajuste automático de preços, que se baseia na inflação passada e reflete os preços presentes. Principalmente em preços de serviços e bens administrados.
Como ficam os juros no País
Diante desse quadro desafiador da inflação, o Banco Central já vem reagindo com mãos firmes na elevação dos juros e deve levar a taxa Selic para dois dígitos, acima de 10%, já na primeira reunião do Copom no início de fevereiro. Para os analistas da XP, a taxa de juros Selic, que começou 2021 em 2% ao ano, deve subir até 11,5% em 2022, e fechar o ano em 11%.
Stefano Bozza, economista a articulista da Mais Retorno, concorda com a projeção de que a inflação transite pelos dois dígitos em 2022 e explica que quando o País está com taxa de juros elevada, uma das consequências naturais é um impacto na atividade econômica. O financiamento fica mais caro e o endividamento mais perigoso. A tendência é reduzir o consumo, algo que dificulta o crescimento do PIB.
Acreditamos na potência da política monetária e, portanto, em um processo de perda de força da inflação ao longo de 2022 (desinflação). Vale lembrar que: diferente dos ciclos anteriores de alta dos juros no Brasil, os bancos públicos não devem expandir o crédito, o que anularia parte da ação do BC; os demais bancos do mundo, inclusive o Fed, devem reverter os estímulos, reduzindo a inflação global.
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Como fica o PIB
Os analistas da XP Investimentos projetam um crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto para 2022. Eles ponderam que a falta de insumos e a forte elevação dos custos, especialmente os de energia explicam, em grande medida, a retração da produção industrial já ao longo de 2021. O setor automotivo, muito impactado pela escassez de chips e semicondutores, viu seus estoques de veículos chegarem a patamares historicamente baixos.
Olhando para 2022, o desempenho do setor industrial está repleto de incertezas. Esperamos uma normalização gradual das cadeias de suprimentos no ano que vem, destravando a produção em cadeias manufatureiras importantes e permitindo, assim, a recomposição de estoques.
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Em contrapartida, o provável arrefecimento dos investimentos e do consumo das famílias causado pela política monetária contracionista, afirma o time da XP, também deve contribuir para o reequilíbrio entre oferta e demanda em 2022. Ou seja, não necessariamente um cenário otimista, mas ao menos perspectivas de redução de desequilíbrios econômicos. Nem todo mundo concorda com essas premissas, elas não são consensuais e, para os analistas colocam o debate sobre restrições de oferta no centro das atenções no próximo ano.
Eles afirmam que a pandemia trouxe mudanças significativas em sistemas de trabalho, capacitação, comercialização, entre vários outros, e acompanhamos a adoção de novas tecnologias, ferramentas e processos por parte das empresas e famílias. Essas mudanças podem, portanto, levar a aumento da produtividade geral da economia, especialmente da força de trabalho.
Ao mesmo tempo, a interrupção parcial das atividades escolares durante a crise da covid-19 e a insuficiência de recursos educacionais, especialmente no setor público, possivelmente causaram redução do capital humano no país. Além disso, a crise de saúde pública parece ter aumentado as desigualdades de renda no Brasil, além de ampliar as preocupações com os níveis de pobreza e precariedade do mercado de trabalho.
Esses elementos, ainda que indiretamente, também afetam as discussões sobre o potencial de crescimento econômico.
As reformas realizadas nos últimos anos, como por exemplo, a aprovação de novos marcos regulatórios setoriais, e a expansão dos mercados de capitais podem ter contribuído para impulsionar a capacidade de crescimento da economia no longo prazo.
A questão fiscal tem peso
A política fiscal seve seguir na mira dos mercados e com holofotes. A aprovação de uma Emenda Constitucional para alterar o teto de gastos e permitir novos gastos sociais coloca em perspectiva a dinâmica da dívida pública nos próximos anos, considerando o já elevado nível de endividamento e de taxas de juros no País.
"Acreditamos que a política fiscal estará no centro do debate econômico na corrida eleitoral do próximo ano. A inflação e o crescimento econômico e a evolução da taxa de câmbio dependem dessa questão."
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Eles explicam que a fixação de limites ao crescimento das despesas públicas permitiu a interrupção dessa tendência, trazendo previsibilidade que permitiu redução das taxas de juros nos últimos anos. Portanto, as mudanças promovidas recentemente na forma de correção e de composição da regra do teto de gastos deterioraram substancialmente a percepção de risco país, elevando os prêmios de risco de ativos brasileiros no mercado.
Eles acreditam que as propostas podem incluir desde a manutenção da regra atual até sua completa revogação, passando pela alteração do método de correção e pela exclusão de determinadas despesas do limite do teto, dentre outras possibilidades.
Dado que o orçamento de 2023 ainda será elaborado seguindo a estrutura atual, eventuais alterações teriam impacto apenas em 2024.
O tema de ajuste fiscal é um dos principais para o Brasil nos próximos 5 anos. A combinação de um alto nível de dívida em relação ao PIB (83%, um dos maiores entre mercados emergentes) com taxas de juros muito elevadas, é muito desafiadora.
Como resultado, o Brasil deve decidir entre apertar a política fiscal no médio prazo e estabilizar a dinâmica da dívida ou correr o risco de retornar ao velho cenário macroeconômico: gastos altos, inflação pressionada e taxas de juros elevadas: essa será a questão-chave para monitorar no ciclo eleitoral do ano que vem.
Por que o teto é tão importante? O Brasil é um país com dívida elevada e juros altos – hoje, em elevação. Na situação atual, uma pequena alteração no teto que implique em crescimento das despesas acima da inflação já pode ser a diferença entre a dívida púbica se estabilizar ou subir indefinidamente.
As eleições vão interferir nos investimentos em 2022
É praticamente impossível pensar no ambiente econômico do Brasil sem falar de política, argumenta Stefano Bozza. E, neste ambiente, o grande protagonista já está definido: as eleições presidenciais.
Segundo ele, ao menos neste final de 2021, é bastante improvável que não tenhamos uma disputa presidencial polarizada por Lula e Bolsonaro. Existem ainda tentativas de uma terceira via em crescimento, mas sem ameaçar os dois principais candidatos.
Pensando no comportamento do mercado financeiro, é difícil fazer qualquer previsão. Não há um padrão para o preço dos ativos ou mesmo sobre a volatilidade da bolsa de valores.
O gráfico abaixo, produzido pela XP Investimentos, mostra que as últimas eleições foram marcadas pelo receio dos investidores nos meses anteriores à votação, mas com boa recuperação após a definição do novo presidente. Assim, podemos nos preparar para um período mais tenso até a eleição presidencial, mas geralmente essa preocupação não se confirma (a exceção foi 2010).
Investidor estrangeiro deve ponderar risco
Por fim, não se pode ignorar a participação do investidor estrangeiro no mercado doméstico, lembra o economista. Ainda não há uma certeza sobre como ele se posicionará no Brasil em 2022.
Em princípio, claro, há uma grande incerteza política e econômica sobre o futuro do País. Os fatores macroeconômicos ainda preocupam, em especial pensando em desemprego, inflação alta e a baixa expectativa sobre o crescimento do PIB.
Por outro lado, também existem fatores que podem contribuir para um retorno ao Brasil. O aumento das taxas de juros é um deles, compensando um pouco mais o risco-país. A valorização do dólar frente ao real é outro fator, pois torna o investimento por aqui muito barato para o investidor estrangeiro. É um ponto a monitorar durante o ano que se aproxima.
Como ficam os investimentos em 2022?
Diante de um cenário de incertezas, qual é o melhor investimento para 2022? A resposta par Bozza diz que depende do perfil do investidor.
Renda fixa
Começando pela tradicional renda fixa, o economista afirma que é possível ver uma forte retomada ao "rentismo". Esse é o nome dado ao perfil do brasileiro de investir nessa classe de ativos em função das altas taxas de juros históricas do nosso país.
No entanto, para ele, é preciso cuidado com a inflação. Taxas de juros de dois dígitos não necessariamente irão garantir um juro real positivo. É preciso comparar a rentabilidade com o aumento dos preços para que não haja perda do poder de compra.
Apesar disso, é inegável que a alta da Taxa Selic também colabora para tornar os investimentos de renda fixa mais atrativos. Em momentos de incerteza, vale a pena dar preferência a títulos pós-fixados em relação aos prefixados, pois ainda é cedo para garantir até qual patamar os juros brasileiros podem alcançar.
Os especialistas da XP consideram que a renda fixa continuará uma excelente e importante opção para composição de
carteira de investimentos em 2022.
Com o nível atual da taxa básica de juros, a Selic, e expectativas de juros nominais superiores a 10% já no início de 2022, mantemos nosso otimismo em relação ao retorno oferecido pela renda fixa, também e principalmente na parcela
de pós fixados, com baixa volatilidade em um momento que será de grandes incertezas no país.
Os ativos pós-fixados irão capturar a alta da Selic esperada nos próximos meses e, mesmo que os juros venham a cair, ainda assim devem continuar em patamar elevado. Já os títulos atrelados ao IPCA também poderiam se beneficiar, ainda que em menor magnitude, de eventual melhora no cenário fiscal, além de serem boa alternativa
para proteção contra a inflação para quem mantiver o título até o vencimento.
São, inclusive, uma boa alternativa para investidores que buscam títulos com vencimentos mais longos: é uma forma de garantir que seus rendimentos vão sempre na direção certa (acima dos aumentos nos preços).
Em relação aos prazos, dado o cenário atual e esperado para a economia nos próximos anos, aconselhamos cautela.
Para os pré-fixados, prazos entre 2 e 3 anos trazem maior segurança do que horizontes mais longos, mas carregando bons retornos. Além disso, em caso de redução na percepção de risco no país, tendem a valorizar antes do vencimento, o que pode representar uma possibilidade de ganho (mas isso não é garantido).
Os fundos que possuem ativos de crédito privado devem também continuar a ter um cenário positivo de retornos, talvez com menor intensidade após um período de fechamento dos spreads.
Mercado de ações
Stéfano Bozza afirma que o momento é bastante atrativo para a bolsa brasileira, a B3. Embora o cenário se apresente como desafiador para 2022, as companhias vêm reportando resultados excelentes. E, ainda assim, as cotações seguem caindo.
Isso significa uma ótima oportunidade para se tornar sócio de empresas consolidadas, com ótima estrutura financeira e que, em muitos casos, possuem poder de barganha para repassar a inflação em seus preços. Tudo isso pagando "barato".
É justamente o conceito do Value Investing, defendido por um dos maiores investidores de todos os tempos: Warren Buffett. Trata-se da oportunidade de comprar ativos com ótimo potencial a um preço descontado.
A bolsa barata e com excelente assimetria para o investidor, contudo, não representa que não existam desafios, alerta Bozza. E as teses não necessariamente irão se confirmar em 2022. Portanto, é necessário ter o perfil adequado para investir nessa classe de ativos.
Pensando em segmentos, a tendência é que as commodities sigam valorizadas com o dólar alto. Ao mesmo tempo, o ambiente será difícil para o varejo, que tende a sofrer em recessão. As estimativas gerais apontam para a bolsa brasileira em 120 mil pontos, diz Bozza.
Analistas da XP consideram que o mercado de ações brasileiro continua barato, independentemente do ponto de vista: tanto comparado ao histórico e em relação aos Mercados emergentes e globais; como em relação às taxas de juros; ou analisando cada um dos setores da Bolsa, entre outros. "Acreditamos que os maiores riscos são referentes às estimativas para os resultados de 2022, e não tanto nos preços das ações".
As recomendações da XP são para atenção às commodities, que continuam oferecendo uma boa proteção contra inflação e o dólar mais alto; às empresas com histórias de crescimento secular, que são mais protegidas do cenário Macro mais desafiador; e às empresas de qualidade que tiveram uma forte queda recentemente, não relacionada aos seus fundamentos, e que podem se beneficiar de uma recuperação no mercado.
Em relação aos riscos, além dos relacionados à inflação, trajetória da inflação e às eleições, os especialistas destacam:
1) Novas cepas da covid-19, e a possibilidade de novos fechamentos da economia, o que postergaria a recuperação da atividade global
2) Os juros maiores e menores incentivos dos governos e bancos centrais no mundo, levando a perspectivas de crescimento mais fracas no mundo e menor liquidez global. Esse cenário pode impactar mais os mercados emergentes, pois taxas de juros maiores nos EUA podem levar a uma alta do dólar, e saída de fluxo dos mercados emergentes.
3) Desaceleração da economia chinesa mais prolongada que o esperado. "Não esperarmos esse cenário, pois vemos várias alavancas que o governo chinês pode impulsionar a economia doméstica. Mas é importante monitorarmos a evolução da economia chinesa, dado a sua grande relevância ao Brasi"l.
Fundos imobiliários
Outro mercado que vive um momento bem atrativo para novos aportes é o de fundos imobiliários. Muitos FIIs estão negociados abaixo do seu valor patrimonial — o que representa uma ótima oportunidade de entrada.
Novamente, é preciso realizar uma análise qualitativa sobre os imóveis, pois nem todo fundo imobiliário barato representa uma boa oportunidade. Entretanto, bons FIIs oferecem uma boa previsibilidade de resultados e os indicadores de vacância vêm melhorando.
Para a XP, os fundos de recebíveis seguem sendo uma boa opção para quem deseja se proteger ou até mesmo se beneficiar de um cenário com inflação e juros mais elevados, uma vez que a maioria dos CRIs e das LCIs são emitidos com indexação ao IPCA ou CDI.
No segmento de lajes corporativas (escritórios), projetamos para 2022 um ambiente mais propício para queda na
vacância e boa capacidade de repasse de preços, em especial para ativos AAA na região de São Paulo.
Nos shopping centers, os recentes resultados de vendas indicam que esse setor pode ter uma performance
robusta para os próximos trimestres. Entretanto, com o cenário macro mais desafiador, o foco das alocações deve
estar em ativos do segmento de alta renda e nos principais centros urbanos. Já sobre o segmento de galpões, a
visão segue positiva.
Exterior
Pensando no mercado exterior, Bozza afirma que é sempre importante ter uma parte do seu patrimônio com proteção cambial e com diversificação geográfica.
Em contrapartida, há também um cenário extremamente otimista nos Estados Unidos, com a bolsa americana batendo recordes e com o dólar elevado. Assim, a relação risco vs. retorno se torna menos atrativa.
Vale também olhar para outras regiões. Em 2021, a China foi bastante penalizada pela intervenção do governo em empresas privadas e com a preocupação diante da situação da Evergrande.
A verdade é que há muito o que observar durante o ano de 2022. E a melhor forma de lidar com momentos de maior incerteza está em manter uma carteira equilibrada e diversificada, como costumamos recomendar aos nossos leitores.
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