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Fundos de Investimentos

SPX Capital: política monetária expansionista aumenta risco de descontrole na inflação global

Fatores novos trazidos pela pandemia também alimentam a inflação

Data de publicação:22/11/2021 às 07:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Os gestores da SPX Capital em carta enviada a seus investidores mostram uma preocupação com a inflação global, que deve ser analisada à luz de novos fatores trazidos pela pandemia. As dúvidas estão relacionadas à sua curva de alta e à reação dos bancos centrais diante dela, dentro de uma política monetária ainda fortemente expansionista.

Para compreender o momento atual, é preciso retroceder à última década, quando “o mundo passou pelo maior experimento monetário já implementado na história econômica” segundo eles.

Economia global vai crescer 6% e Brasil, 3,7%, segundo FMI
Compra de ativos pelos bancos centrais tende a alimentar a alta da inflação global

Foi quando os principais bancos centrais escolheram entrar por um território desconhecido, com agressivos cortes de juros, que levaram as taxas para níveis jamais vistos, por intermédio de intensas compras de ativos, que levaram seus balanços a um tamanho sem precedentes.

Os gestores ressaltam que a expansão realizada durante a atual pandemia, período no qual os balanços dos bancos centrais pertencentes ao G-10 saíram de 35% para 55% do PIB agregado.

Como comparação, na Crise de 2008, houve um aumento de 10 pontos percentuais numa janela similar. Naquela época, apesar de os bancos centrais terem sido muito criticados, eles também contaram com o apoio de diversos participantes do mercado. O balanço de críticas e chancelas, em um ambiente de baixa inflação, permitiu que essa política continuasse por um período extremamente longo.

Hoje, embora haja alguma normalização da política monetária ao redor do mundo, ela permanece extremamente expansionista. Mas diferentemente da última década, dessa vez há inflação, lembram os analistas da SPX Capital.

Os especialistas esclarecem que a literatura econômica atribuiu a inflação baixa dos últimos anos a diversos fatores que permanecem presentes até hoje. No entanto, a pandemia trouxe à tona novos fatores que devem ser considerados ao se avaliar a inflação.

Houve um relevante choque nas cadeias de produção, uma política fiscal acentuadamente expansionista, uma escassez de mão de obra global e um forte choque de energia. Seriam esses choques transitórios? Ou seriam choques mais permanentes? Hoje essas perguntas provavelmente são as que mais angustiam os diversos agentes financeiros e econômicos ao redor do mundo.

No World Economic Outlook (WEO ) publicado no mês de outubro pelo FMI, o capítulo 2, intitulado como “Inflation Scares”, é dedicado à inflação e aborda riscos relevantes à transitoriedade inflacionária de hoje, além de exemplificar a relevância desse tema que nos aflige atualmente.

"Hoje, na SPX, vemos os riscos inflacionários assimétricos para cima, ou seja, os riscos de que a inflação supere as expectativas são maiores do que o caso oposto. Com o aumento da inflação, seja ela transitória ou não, as críticas e as dúvidas começam a aumentar e os bancos centrais, consequentemente, começam a normalizar suas políticas monetárias", traz a Carta da gestora.

O passo de normalização ainda é bastante gradual, e o comportamento das expectativas de inflação revela a necessidade de um processo de normalização mais rápido do que tem sido indicado.

Essa provável mudança de regime monetário pode ser extremamente relevante e pode mudar os padrões de mercado da última década. A volatilidade do mercado será mais alta? Teremos uma maior penalização de ativos vulneráveis? A tão falada liquidez abundante será suprimida?

No mês de outubro, ocorreu um aumento relevante de volatilidade nas taxas de juros. Houve uma diferenciação peculiar no mercado de crédito; os títulos de qualidade de crédito inferior ao high yield (CCC) estão numa tendência de piora. Seus yields abriram nos últimos meses, enquanto os títulos de melhor qualidade não tiveram piora significativa. Em menor escala, vimos algum aumento de volatilidade e de diferenciação no mercado de moedas.

Talvez esse seja um presságio do que está por vir: um mercado com riscos mais simétricos e, provavelmente, com uma precificação de ativos mais saudável, fruto de uma possível normalização da política monetária, motivada pela inflação global talvez mais persistente.

Fragilidades no Brasil

Mesmo diante de uma evolução menos favorável dos mercados globais, o Brasil continua caminhando na direção de aumentar suas fragilidades, diminuindo, assim, sua resiliência para enfrentar um cenário global mais complicado. No mês de outubro, os governantes sinalizaram um possível abandono da nossa âncora fiscal.

A possibilidade do rompimento do teto de gastos torna muito difícil a estabilização da razão dívida PIB à frente. O período eleitoral chegou de forma precoce: o curto prazo político parece estar prevalecendo sobre o médio prazo econômico. As eleições acontecem daqui a um ano, e as chances de mudança positiva parecem baixas. A torcida é por um futuro melhor.

Posicionamento da SPX Capital

Em relação aos juros, na parte internacional, sobretudo nos mercados de países desenvolvidos, as condições monetárias de hoje não estão calibradas para a realidade de rápida recuperação econômica e elevadas taxas de inflação. "Esperamos que esse desequilíbrio continue sendo corrigido e resulte em taxas de juros globais mais elevadas", informa a Carta da SPX Capital.

No Brasil, a posição segue sendo "comprada" em inflação implícita e em desinclinação da curva na parte curta, dada a postura mais incisiva do Banco Central na condução da política monetária.

Em moedas, a gestora mantém alocações compradas no dólar americano.

Já em ações, em posições internacionais, a SPX segue construtiva com a bolsa americana contra bolsas emergentes. Na bolsa brasileira, foram mantidas as alocações do mês anterior: posições compradas nos Setores Financeiros, Consumo e Energia, contra o índice e posições relativas no setor de Transporte.

Em commodities, as posições continuam compradas em Energia, Metais Industriais e Crédito de Carbono.

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