Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 21 de fevereiro
Internamente, investidores repercutem o avanço das estimativas da inflação para 2022
Após fechar a semana em queda de 0,61%, a Bolsa opera entre perdas e ganhos em dia de agenda local fraca e menor liquidez com feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, que mantém as bolsas fechadas por lá. Às 15h45, o Ibovespa caía 0,33%, aos 112.512 pontos, e o dólar recuava 0,76%, cotado a R$ 5,101.
O Ibovespa encontrou alguma sustentação no avanço das ações das gigantes exportadoras de commodities, como Petrobras e Vale, cujos papéis sobem mais de 2% no pregão, refletindo a valorização do petróleo e do minério de ferro lá fora. Ao mesmo tempo, a postura dos investidores é de muita cautela com os desdobramentos do conflito no Leste Europeu.
As declarações do presidente russo, Vladimir Putin, de que está disposto a reconhecer independência de regiões separatistas da Ucrânia, elevaram a temperatura nesta tarde. Em contrapartida, o presidente da Ucrânia convocou o Conselho Nacional de Defesa e Segurança do país.
Há apreensão sobre os efeitos da crise entre a Rússia e a Ucrânia no preço do petróleo e os sinais de desaceleração econômica na China, após o PBoC (Banco do Povo chinês) anunciar que manteve as taxas de juros do país inalteradas.
Após a notícia de que o presidente da França, Emmanuel Macron, intermediou um possível encontro entre o presidente americano Joe Biden e o russo Vladimir Putin, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, defendeu que a União Europeia (EU) adote sanções contra a Rússia.
“Há muitas decisões que a União Europeia pode tomar agora para enviar mensagens claras à Rússia de que sua escalada, e que a Ucrânia não será deixada sozinha”, disse Kuleba a jornalistas ao chegar em Bruxelas para uma reunião com o bloco, segundo reportagem da Reuters.
Apesar da pressão ucraniana, o chefe de política externa da EU, Josep Borrell, ainda fala em diplomacia. Borrell indicou que uma reunião sobre sanções no bloco seria realizada “quando chegasse esse momento”.
Futuros/bolsas americanas
- S&P 500: -0,62%
- Dow Jones: -0,48%
- Nasdaq 100: -1,15% (dados atualizados às 12h58)
Juros futuros em queda
Os juros futuros oscilam na manhã desta segunda-feira, entre margens estreitas, com viés de baixa, em meio ao dólar à vista quase estável ante o real, agenda local fraca e feriado nos Estados Unidos, que tende a reduzir a liquidez em geral.
A agenda ganha tração a partir desta terça-feira, 22, com a votação de dois projetos para conter os preços dos combustíveis, entre terça e quarta-feira no Senado, e com o IPCA-15 de fevereiro, na quarta-feira, 23.
Às 12h44, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 11,23%, de 11,31% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 cedia para 11,34%, de 11,40%, e o para janeiro de 2023 marcava 12,38%, de 12,38% no ajuste de sexta-feira, dia 18.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Rumo (RAIL3) | +4,54% |
Sabesp (SBSP3) | +3,65% |
PetroRio (PRIO3) | + 3,04% |
3R Petroleum (RRRP3) | +2,78% |
Vale (VALE3) | +2,34% |
Maiores baixas
Americanas (AMER3) | -4,21% |
Positivo (POSI3) | -4,20% |
Lojas Renner (LREN3) | -4,17% |
Cielo (CIEL3) | -3,89% |
Natura (NTCO3) | -3,47% |
Inflação mais alta em 2022
No ambiente interno, os investidores estão às voltas com dados da inflação, cujas projeções apresentaram piora para o IPCA em 2022 – de 5,50% foram elevadas para 5,56%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira.
A perspectiva para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo para este ano vai ainda mais além do teto da meta da inflação, cujo centro é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5% ponto porcentual para baixo ou para cima.
Para 2023, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo se manteve inalterada, em 3,50% - acima do objetivo da meta do BC de 3,25%. Já para o ano seguinte, subiu de 3,04% para 3,09%.
O cenário chama ainda mais a atenção dos investidores, que tomarão conhecimento da prévia da inflação de fevereiro (IPCA-15) na próxima quarta-feira, 23.
Petróleo pode ser impactado com a crise entre Rússia e Ucrânia
Após passar os últimos dias de olho nas sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a condução da política monetária americana – no que diz respeito ao ciclo de alta dos juros do país – e o conflito envolvendo Rússia e Ucrânia, a forte preocupação com a escalada do petróleo se junta ao radar dos investidores globais.
Os preços do petróleo tipo WTI nos Estados Unidos estão em torno de US$ 90 o barril, após subirem cerca de 40% desde 1 de dezembro do ano passado, atingindo seu nível mais alto desde 2014. Os preços do petróleo Brent, a referência para a Petrobras, também dispararam e estão perto de suas máximas em 7 anos.
O rápido aumento dos preços da commodity representa uma nova preocupação, pois, segundo analistas, obscurece a previsibilidade das perspectivas econômicas – ameaça acelerar a inflação, que já está em alta, aumentando a apreensão de que o Fed precise recorrer a medidas mais agressivas para conter os preços do consumidor.
Nesse sentido, ganha destaque a resolução do conflito entre a Rússia – um dos maiores produtores de petróleo do mundo – e a Ucrânia, que recentemente colaborou para impulsionar o rali da commodity, que já mostrava sinais de avanço em virtude do aumento da demanda.
Nesta segunda-feira, por volta das 13h00, o preço do petróleo tipo Brent subia 1,44%, cotado a US$ 92,73.
Bolsas europeias operam em baixa com conflito geopolítico
Na velha economia, as bolsas operam em forte baixa, com o conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia trazendo cautela aos investidores, apesar dos últimos dados econômicos positivos divulgados durante a manhã.
Nesta segunda-feira, a IHS Markit divulgou que o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês), composto da zona do euro - que engloba os setores industrial e de serviços - subiu de 52,3 em janeiro para 55,8 em fevereiro, atingindo o maior nível em cinco meses, de acordo com os dados preliminares.
O ganho acima da marca de 50 indica que a atividade do bloco se expande em ritmo mais forte neste mês. A prévia de fevereiro também ficou bem acima da expectativa dos analistas, que previam avanço modesto, a 52,9.
Para jogar ainda mais lenha na fogueira na queda das bolsas europeias, o Bundesbank - como é conhecido o banco central da Alemanha - divulgou que a economia do país provavelmente se contrairá mais uma vez neste primeiro trimestre, segundo avaliação feita pela autoridade monetária.
Como o Produto Interno Bruto (PIB) alemão já encolheu 0,7% no quarto trimestre de 2021, uma segunda queda nos primeiros três meses deste ano levaria a maior economia da Europa a uma recessão técnica.
Bolsas europeias/principais índices
- Stoxx 600 (Europa): -1,09%
- FTSE 100 (Londres): -0,20%
- DAX (Frankfurt): -1,65%
- CAC 40 (Paris): -1,81% (dados atualizados às 13h08)
Bolsas asiáticas fecham mistas
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com investidores atentos à situação da Ucrânia e após a China deixar suas principais taxas de juros inalteradas. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas
- Nikkei (Tóquio): +0,78% (26.910 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong_): -0,65% (24.170 pontos)
- Kospi (Seul): -0,03% (2.743 pontos)
- Taiex (Taiwan): -0,06% (18.221 pontos)
- Shenzhen Composto: +0,61% (2.325 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): + 0,16% (7.233 pontos)