Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta terça-feira, 1 de fevereiro

Queda na curva de juros também ajuda a impulsionar o Ibovespa para cima

Data de publicação:01/02/2022 às 11:02 - Atualizado 2 anos atrás
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Após fechar o mês de janeiro com quase 7% de alta, a Bolsa ingressa em fevereiro nesta terça-feira seguindo na mesma toada positiva, impulsionada pela forte alta das ações das gigantes exportadoras de commodities, como Petrobras e Vale, que sobem quase 4% e 2%, respectivamente, refletindo o bom momento do minério de ferro e petróleo lá fora. Às 14h46, o Ibovespa subia 0,64% e perdia os 113 mil pontos - 112.865. Já o dólar caía 0,34%, cotado a R$ 5,288.

Além desse fato, impera um clima de expectativa entre os investidores sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que teve início hoje termina amanhã, com o anúncio da nova Selic. Com unanimidade, o mercado aposta em um ajuste de 1,50 ponto porcentual, levando a taxa de juros a 10,75% ao ano, movimento que já está precificado, segundo os especialistas.

Mercado aguarda definição da nova taxa de juros do País - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Com o ajuste de 1,5 ponto porcentual, será a primeira vez que a Selic voltará a ter dois dígitos desde julho de 2017. No ano passado, a taxa de juros iniciou o período na casa dos 2% e terminou em 9,25% ao ano.

De acordo com Lucas Carvalho, especialista em renda variável da Blue3, a expectativa é que o ciclo de alta da Selic tenha mais uma elevação de 1% ao longo do ano, elevando a taxa de juros a 11,75%. “No entanto, é necessário acompanhar a divulgação da ata da reunião do Copom na próxima semana para esboçar um cenário mais visível sobre esse movimento”.

No dia anterior, sustentando a alta de juros prevista, os economistas do mercado elevaram as projeções para a inflação de 2022 de 5,15% para 5,38%, segundo o Boletim Focus, e para 2023, de 3,4% para 3,5%. “Assim como nos Estados Unidos, o mercado segue ansioso para avaliar uma possível postura mais dura do BC na política de aperto monetário”, ressalta.

Além disso, os investidores também colocam a temporada de balanços corporativos das gigantes brasileiras no radar, referente aos lucros do quarto trimestre de 2021, que tem início nesta terça-feira com os resultados do período da Cielo.

Juros futuros

Os juros futuros médios e longos começaram a sessão desta terça-feira em baixa, em sintonia com o movimento do dólar e dos juros dos Treasuries em um dia de agenda econômica mais tranquila.

Já os curtos estão praticamente estáveis em meio às apostas de aumento da Selic e após o IPC-S de janeiro ter desacelerado para 0,49%, de 0,57% em dezembro, acima da mediana estimada - 0,46%. Além disso, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil recuou, para 48,8 ante 49,8 em dezembro de 2021.

No radar está o leilão de LFT e NTN-B do Tesouro, a partir das 11h. Por volta das 14h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 11,14%, de 11,16% na abertura. O DI para janeiro de 2025 recuava para 11,15%, de 11,18%, e o para janeiro de 2023 marcava 12,18%, de 12,25%.

Para Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora, sobre as expectativas de juros futuros para vencimento de longo e médio prazo, nota-se um grande alívio por conta do fluxo de capital estrangeiro entrando em países emergentes, incluindo o Brasil.

“Em janeiro tivemos a entrada de R$ 28 bilhões de capital estrangeiro na Bolsa, o que trouxe alívio para a cotação do dólar e nas expectativas de juros futuros mais baixos”, ressalta.

Sobe e desce da Bolsa

As maiores altas

Banco Inter (BID11)+ 5,16%
Vale (VALE3)+ 3,94%
CSN (CSNA3)+ 3,84%
Usiminas (USIM5)+ 3,07%
Braskem (BRKM5)+ 3,19%
Fonte: B3

As maiores baixas

Banco Pan (BPAN4)- 5,22%
Fleury (FLRY3)- 4,20%
3R Petroleum (RRRP3)- 4,06%
Lojas Renner (LREN3)- 3,56%
JHSF (JHSF3)- 3,16%
Fonte: B3 (dados atualizados às 14h54)

Lá fora

Wall Street: mercados sem direção definida

A mudança de patamar dos juros americanos já está na conta dos mercados, mas o que ainda gera dúvidas é o número de vezes que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá aumentar os juros ao longo do ano, o que deve trazer volatilidade ao mercado. Em Wall Street, os principais índices operam sem direção definida.

E isso é visto como fator importante para a escolha da decisão de investir em ações ou na renda fixa, com opções mais conservadoras e menos risco, que se beneficiam da alta das taxas de juro.

Na véspera, o índice Nasdaq 100 conseguiu respirar com um bom alívio, com alta de 4%. No ano, o indicador reporta queda de 9%, refletindo o temor do mercado sobre o impacto de juros mais elevados sobre as empresas de crescimento.

A temporada de balanços corporativos segue em curso. Até agora, das 172 empresas que integram o S&P que reportaram lucros no quarto trimestre de 2021, 78,5% superaram as estimativas dos analistas, segundo Refinitiv. Nesta terça-feira é a vez da Alphabet, controladora do Google, e a PayPal apresentarem seus números.

Principais índices/bolsas americanas

  • S&P 500: + 0,06%
  • Dow Jones: - 0,06%
  • Nasdaq 100: - 0,14% (dados atualizados às 14h57)

Petróleo em queda

Nesta terça-feira, após uma sequência de altas, o petróleo opera em queda, com faixa de preço abaixo dos US$ 90 o barril, antes da conclusão da reunião realizada pela Opep para decidir sobre a estratégia de produção da commodity para os próximos meses, que ocorre entre hoje amanhã.

Além disso, será divulgado nesta terça-feira a pesquisa mensal do Instituto Americano de Petróleo que traz informações sobre os estoques e derivados do produto dos Estados Unidos.

Soma-se ainda a atenção ao crescimento das incertezas, no horizonte global, com o risco de um com o risco de um conflito militar entre Ucrânia e Rússia, que teria tudo para elevar a tensão geopolítica e reforçar a instabilidade no universo do petróleo no mundo.

Europa: bolsas fecham no positivo com novos dados econômicos

No continente europeu, as principais praças financeiras fecharam em alta nesta terça-feira, com o mercado repercutindo a publicação de vários dados econômicos mistos da região.

De acordo com a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, a taxa de desemprego da zona do euro caiu de 7,1% em novembro para 7% em dezembro. O resultado veio abaixo do que esperavam os analistas, que previam taxa de 7,2%. A agência estima que havia 11,481 milhões de desempregados na região em dezembro do ano passado. Em relação a novembro, o número de pessoas sem emprego na região teve queda de 185 mil.

Durante a manhã, a IHS Markit também divulgou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro subiu 58 em dezembro para 58,7 em janeiro, atingindo o maior nível desde agosto do ano passado. A leitura ficou abaixo da previsão dos analistas, que apostavam em alta para 59. No entanto, o avanço acima da marca de 50 mostra que a manufatura na região se expandiu em ritmo mais forte no mês passado.

Na Alemanha, o PMI industrial subiu de 57,4 em dezembro para 59,8 em janeiro, atingindo o maior nível em cinco meses, de acordo com a IHS Markit. O número ficou abaixo da projeção dos analistas, de 60,5, mas mantém sinalizando um avanço mais intenso no setor no país.

No entanto, quando o assunto é o varejo no país, o cenário é contrário. Segundo a Destatis, agência de estatísticas do país, as vendas no comércio da Alemanha sofreram um tombo de 5,5% em dezembro ante novembro de 2021, em meio a uma nova onda de covid-19 e a retomada de medidas de restrição. Os analistas esperavam uma queda menor para o período, de 1,3%. Na base anual de comparação, as vendas ficaram estáveis.

No Reino Unido, o PMI industrial caiu de 57,9 em dezembro para 57,3 em janeiro, de acordo com a IHS Markit em parceria com a CIPS. O resultado ficou acima da previsão dos especialistas, de 56,9.

Bolsas europeias/fechamento principais praças financeiras

  • Stoxx 600 (Europa): + 1,13% (474,20 pontos)
  • Ftse 100 (Londres): + 0,96% (7.535 pontos)
  • DAX (Frankfurt): + 0,96% (15.619 pontos)
  • CAC 40 (Paris): + 1,43% (7.099 pontos)

Bolsas asiáticas: Tóquio e Sydnei fecham em alta com Wall Street, com outros mercados fechados

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em alta nesta terça-feira, após mais uma rodada de ganhos em Wall Street no dia anterior. Outros mercados acionários asiáticos, como os da China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul, não operaram hoje devido a feriados para a comemoração do ano-novo lunar.

Em Tóquio, o índice japonês Nikkei subiu 0,28%, aos 27.078 pontos, sustentado por ações da área de eletrônicos.

Na Oceania, a bolsa australiana foi impulsionada por ações de tecnologia e financeiras. O S&P/ASX 200 avançou 0,49% em Sydney, aos 7.006 pontos. Nesta madrugada, o Banco Central da Austrália (RBA) manteve sua taxa básica de juros em 0,10%, mas decidiu encerrar seu programa de compras de títulos do governo. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia ZilligA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!