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petróleo
Economia

Quem ganha e quem perde na Bolsa com conflito entre Rússia e Ucrânia e a alta do petróleo

Ações de petroleiras são favorecidas com o petróleo mais caro; varejistas sofrem com a alta da inflação

Data de publicação:19/01/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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O estresse causado pela tensão política entre Rússia e Ucrânia, dois países da Ásia Central, atrai a atenção do mundo. E também do Brasil. Embora distantes geograficamente, situados no outro lado do mundo, o conflito geopolítico entre os dois países está mexendo com as cotações do petróleo e gerando efeito em cadeia que pode respingar, para o bem ou para o mal, em ações de empresas direta ou indiretamente ligadas ao setor.

Pode também afetar outras que sentem os reflexos desse movimento de preços do barril, por causa da pressão sobre a inflação. Setores e empresas são atingidos diretamente pela alta das cotações internacionais do petróleo e seus reflexos nocivos sobre a inflação, também um fenômeno mundial, mas com maior severidade no Brasil.

alta do petróleo
Plataforma semi-submersível P-20

As empresas petrolíferas, como a Petrobras e outras, tendem a ser favorecidas na Bolsa de Valores, na B3, diretamente com a valorização do barril. Mas há outras que sofrem com as consequências dela sobre a economia. “O problema é que a alta do petróleo tem puxado a alta de outras commodities e tudo isso entra na inflação. E inflação e Selic mais altas costumam prejudicar as empresas varejistas”, aponta Jennie Li, estrategista de Ações da XP.

Felipe Leão, head de Renda Variável da Valor Investimentos, destaca também a oportunidade em ações de empresas petrolíferas se o cenário para a aposta for a de continuidade de valorização do barril.

Além de Petrobras (PETR3 e PETR4), ele cita a PetroRio (PRIO3) e a 3R Petroleum (RRRP3), empresas que extraem óleo em campos já abertos. “São companhias que se beneficiam também com a alta do preço da commodity, porque passam a vender um produto mais caro.”

Efeito negativo da alta do petróleo

Rodrigo Moliterno, head de Renda Variável da Veedha Investimentos, diz que um dos setores que tendem a sofrer com a alta do petróleo é o de aviação, porque “o combustível mais caro diminui a margem de lucro” das companhias. Outro, segundo ele, é o de empresas que usam os derivados de petróleo como matéria-prima para a fabricação de produtos.

Incluem-se também no grupo das que seriam afetadas negativamente as empresas de logística, que atuam no transporte de cargas ou ainda “as que dependem do fluxo de veículos, “como as empresas obtiveram a concessão de rodovias”, pontua Leão, da Valor Investimentos.

A inflação como vilã para alguns setores e companhias

A elevação dos preços dos combustíveis, na esteira da alta das cotações internacionais do petróleo, tem sido apontada pelos economistas como uma das principais causas da persistente inflação brasileira, estimada acima da meta também 2022. A cotação do tipo Brent subiu 60,90% em 2021, ano que o impacto do transporte no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumulou variação de 10,06%, foi de 21,02%.

Especialistas afirmam que as empresas que se defendem melhor da inflação ou se protegem melhor contra ela são as que têm capacidade de repassar o aumento de preços na cadeia inicial, como as atacadistas, e as varejistas, e os supermercados. “Empresas líderes no setor em que atuam e têm poder de negociar e repassar o aumento devem conseguir administrar melhor essas dificuldades”, acredita Jennie Li, da XP. 

Felipe Leão, da Valor Investimentos, cita ainda como empresas resilientes e mais protegidas contra a inflação as ações de companhias do setor elétrico, geradoras e distribuidoras de energia. Moliterno, da Veedha Investimentos, acrescenta a esse grupo “as empresas de valor, mais sólidas e tradicionais, do setor de commodities”, como as que seriam menos impactadas pela alta da inflação e dos juros.

Companhias que seriam mais impactadas pela inflação e juros

Para Jennie Li, da XP, “inflação elevada costuma prejudicar mais a economia doméstica, voltada ao consumo.”  De modo geral, as mais impactadas pela inflação e juros altos, de acordo com Felipe Leão, seriam as empresas voltadas ao consumo discricionário no varejo, com tíquete médio mais baixo, como Via (VIIA3), Magalu (MGLU3) e Renner (LREN3). 

“As empresas de varejo são as mais prejudicadas, com impacto negativo direto, porque a inflação reduz o poder de compra”, analisa Moliterno, head da Veedha. Sofrem também com juros altos, segundo ele, “as empresas de tecnologia que precisam de capital para investimento para tocar ou ampliar os projetos”.

Até onde chega a alta do petróleo

Embora a tensão geopolítica seja apontada pelos especialistas como uma das fontes centrais, a pressão sobre o barril reflete uma combinação de fatores, sobretudo a expectativa de que a demanda por petróleo vai continuar forte, analisa Jennie Li, estrategista de Ações da XP. A dificuldade operacional, de logística, na distribuição, causada pelo incidente na Líbia, é apontada como o motivo mais recente.

O barril do tipo Brent, principal referência para o preço do combustível global, incluído o nacional, está girando no momento ao redor de US$ 85, pico de preço a que chegou entre setembro e novembro. Um período de 2021 que coincidiu com a expectativa mais forte de retomada de atividade, abortada em parte pelo surgimento da variante ômicron.

Alguns analistas e especialistas do setor acreditam que, na atual toada, o barril poderá chegar a US$ 100 e gerar ainda mais pressão inflacionária. A variante ômicron e a rápida disseminação do coronavírus não seriam, nessa análise, obstáculo à escalada dos preços do petróleo.

Felipe Leão, da Valor Investimentos, acredita mais em uma cotação oscilando entre US$ 80 e US$ 90 o barril. “Apostaria em US$ 100 apenas se houver um choque muito forte, o que não parece ser o caso.” Ademais, segundo ele, a Opep (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) monitora os preços, de forma a evitar altas exageradas.

“Se chegar a US$ 100, deverá ser uma alta pontual”, afirma Rodrigo Moliterno, “porque a Opep monitora o mercado equilibrando o aumento de demanda com o aumento de oferta”, reforça o head da Veedha.

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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