OPEP
O que é a OPEP?
Criada em 14 de setembro de 1960, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma organização intergovernamental cujo objetivo é a centralização da elaboração das políticas sobre produção e venda do petróleo de todos os países membros.
Inicialmente, os países que integraram o processo de criação da organização tinham à intenção de contrapor o lobby das chamadas 7 irmãs, grandes companhias transnacionais, até então, responsáveis por monopolizar o mercado petrolífero.
Quando da criação da OPEP e nos anos seguintes, houve uma grande reorganização na oferta e distribuição do petróleo, dado que os países membros detinham mais de 70% da produção mundial.
Prova disso são as deliberações do encontro realizado em Caracas, em 1961, entre os países membros da organização. Ao final da conferência, ficou estabelecido como diretrizes da OPEP:
-
o aumento da receita dos países membros visando o desenvolvimento de cada um deles;
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promoção gradativa do controle sobre a produção de petróleo com a intenção de desbancar as empresas transnacionais do mercado petrolífero;
-
unificação das políticas de produção.
Frente a essas diretrizes, a primeira medida prática tomada pelos países da OPEP foi o aumento substancial do valor pago em royalties pelas empresas transnacionais. Na maioria dos casos, houve aumento dos tributos que incidam sobre a atividade de extração e comercialização do petróleo.
Quais são os países membros?
Atualmente, os países que compõe a OPEP são:
- Argélia;
- Angola;
- Equador;
- Irã;
- Iraque;
- Kuwait;
- Líbia;
- Nigéria;
- Catar;
- Arábia Saudita;
- Emirados Árabes Unidos e
- Venezuela.
Qual a relação entre a OPEP e as grandes crises do petróleo?
A criação e atuação da OPEP reorganizou não somente o mercado petrolífero, mas também a geopolítica mundial. Isso porque os seguidos aumentos no valor do barril do petróleo durante toda a década de 1970 repercutiu negativamente em várias economias do ocidente, que possuíam grande dependência do referido recurso natural, mas que não eram grandes produtores.
No Brasil, por exemplo, o chamado milagre econômico foi freado, em parte, pela repercussão da crise.
Para se ter uma ideia de quão dramática foi esse momento da história, entre o ano de 1973 e 1974 o preço do barril de petróleo teve aumento de mais de 400%. Essa verdadeira explosão dos preços se deu em função do contingenciamento da oferta do produto por parte dos países membros da OPEP.
Como a OPEP virou instrumento de ação política?
Em vários momentos desde a sua criação, a OPEP foi instrumentalizada de forma política. O evento mais simbólico, nesse sentido, talvez tenha sido a guerra do Yom Kippur em 1973.
Com o apoio dos Estados Unidos a Israel no conflito, os países árabes membros da organização, em ato de apoio aos palestinos, promoveram aumentos sucessivos no preço do barril, algo que só teve fim com o término do conflito.
Outro momento conturbado se deu durante a primeira guerra do Iraque, no final dos anos de 1980. Naquela ocasião, o Kwait havia invadido o Iraque (ambos membros da OPEP), o que provocou represália por parte dos Estados Unidos, que interveio no conflito sob a justificativa de retomar o território iraquiano, o que de fato aconteceu.
No entanto, o exército do Kwait, antes de deixar o Iraque, ateou fogo em dezenas de poços de petróleo, o que provocou mais uma grande crise de abastecimento do produto e um problema ambiental sem precedentes na região.