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IPCA-15 sobe 0,95% em março e acumula alta de 10,79% em 12 meses, diz IBGE
Economia

IPCA 2021: inflação fecha o ano a 10,06%, a maior alta desde 2015, aponta o IBGE

Combustíveis foram os vilões da inflação em 2021, com alta de 49,02% no período

Data de publicação:11/01/2022 às 10:44 -
Atualizado 2 anos atrás
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A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,73% em dezembro, informou nesta quarta-feira, 11, o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA fecha o ano de 2021 com acumulado de 10,06%, o que estica a inflação para seu patamar mais alto em um ano desde 2015, há seis anos, quando ela terminou o período em 10,67%.

De acordo com o IBGE, em 2021 ficou mais caro se locomover, com alta de 21,03% na categoria de transportes, e manter a casa, com alta de 13,05% nos preços administrados, como conta de luz e botijão de gás, e alta de 12,07% nos artigos residenciais, como eletrônicos e mobiliários.

IPCA 2021: inflação fechou o ano a 10,06% - Foto: divulgação

Também ficou 7,94% mais caro comer e 10,31% mais custoso se vestir (10,31) em 2021. Confira na tabela abaixa a escala dos preços, mês a mês, em 2021.

MêsVariação/mês (%)Variação/ano (%)
Janeiro0,250,25
Fevereiro0,861,11
Março0,932,05
Abril0,312,37
Maio0,833,22
Junho0,533,77
Julho0,964,76
Agosto0,875,67
Setembro1,166,90
Outubro1,258,24
Novembro0,959,26
Dezembro0,7310,06
Inflação mês a mês, medida pelo IPCA 2021 - Fonte: IBGE

Combustíveis pesaram no IPCA de 2021

Os principais vilões para a escalada nos preços em 2021 foram os combustíveis, que subiram 49,02% ao longo de 2021.

No ano passado, os gastos dos brasileiros com transportes ficaram 21,03% mais salgados, com o maior impacto dentre todas as categorias que compõem a cesta de preços do IPCA (impacto de 4,19 pontos porcentuais).

Energia elétrica também esticou o IPCA de 2021

Na sequência, pesou no bolso do consumidor a tarifa de energia elétrica, 21,21% mais cara no ano, acompanhada pelo botijão de gás, que subiu 36,99%.

O botijão de gás, segundo o IBGE, conseguiu a façanha de manter uma alta constante em todos os meses de 2021.

Bandeira vermelha

Nos quatro primeiros meses do ano, vigorou a bandeira amarela na tarifa de energia, com acréscimo de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Em maio, foi acionada a bandeira vermelha patamar 1 e, nos três meses seguintes, foi adotada a bandeira vermelha patamar 2, cuja cobrança passou de R$ 6,243 em junho para R$ 9,492 em julho, em função do agravamento da crise hídrica.

Os problemas na geração de energia também levaram à criação de uma nova bandeira, intitulada Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.

"A bandeira entrou em vigor em setembro e deve ser mantida até abril de 2022. As mudanças no valor da cobrança extra foram decisivas para o resultado do item no IPCA, especialmente nos meses de julho e setembro", pontua o IBGE, em nota.

IPCA 2021: ficou mais caro comer

A variação da categoria de alimentação e bebidas foi de 7,94%, menor que a do ano anterior, quando registrou alta de 14,09%, mesmo assim bastante signiicativa para as famílias.

Comer em casa ficou 8,24% mais caro. Aqui, as maiores altas vieram do café moído (50,24%), da mandioca (48,08%) e do açúcar refinado (47,87%).

Por outro lado, subitens como a batata-inglesa e o arroz registraram deflação de -22,82% e -16,88%, respectivamente.

"Vale lembrar que o arroz foi um dos principais componentes da alta do grupo em 2020, quando subiu 76,01%", aponta o IBGE.

Artigos de residência

Nos Artigos de residência, a alta de 12,07% foi impulsionada em grande parte pelos itens de mobiliário, que subiram 15,73%, e eletrodomésticos e equipamentos (13,62%).

Além disso, os preços dos produtos de tV, som e informática também subiram 10,55%.

Roupas caras, aponta o IPCA 2021

A quarta maior variação dentre os grupos do IPCA ficou para os produtos de vestuário, com inflação de 10,31% em 2021. A alta dos preços no segundo semestre, especialmente nos meses de outubro (1,80%) e dezembro (2,06%) foi decisiva para esse resultado.

Os itens com maior variação foram as joias e bijuterias (12,76%) e as roupas masculinas (12,60%), que contribuíram conjuntamente com 0,16 p.p. para o índice fechado do ano.

IPCA 2021 destaca as cidades mais caras para se morar

No que diz respeito aos índices regionais, a região metropolitana de Curitiba foi a que teve a maior variação em 2021, com alta de 12,73% nos preços, influenciada principalmente pela alta de 51,78% nos preços da gasolina.

O menor resultado, por sua vez, ocorreu na região metropolitana de Belém (8,10%), onde as maiores contribuições negativas vieram do arroz (-29,62%) e do açaí (-9,77%).

Sobre o autor
Renato Jakitas
Editor-chefe do Portal Mais Retorno.