Bolsa fecha em alta de 0,28% puxada por commodities; dólar sobe a R$ 5,57
Paralisação de servidores e perspectiva de greve não afetaram o humor do mercado
Na contramão dos principais mercados internacionais, a Bolsa de Valores fechou com valorização de 0,28%, aos 106.668 pontos, nesta terça-feira, 18. A valorização foi puxada pelas ações ligadas às commodities, principalmente o minério de ferro, que fecharam em alta no exterior. Neste pregão, a Vale e a Petrobras, que juntas têm um peso de cerca de 26% na composição do Ibovespa, avançaram 2,45% e 0,44%, respectivamente.
Já o dólar, depois de recuar pela manhã e cair ao patamar dos R$ 5,50, inverteu o sinal e fechou em alta de 0,96%, cotado a R$ 5,57. A moeda americana, considerada a mais segura do mundo, se valorizou na esteira dos crescentes temores dos investidores em relação à inflação ao redor do mundo e a elevação das taxas de juros nas economias, sobretudo nos Estados Unidos.
Inflação, taxa de juros e impactos no mercado
O novo ponto de atenção é o avanço no preço do petróleo, em decorrência de conflitos geopolíticos no leste europeu, entre a Rússia e a Ucrânia, e no Oriente Médio. Estas tensões causam um desequilíbrio entre oferta e demanda, tendo em vista que boa parte das reservas de petróleo do mundo estão localizadas nesses territórios, em um momento onde a demanda pela commodity cresce pela retomada da atividade econômica após o pior período da pandemia de covid-19.
Como o petróleo é essencial para diversas atividades, uma alta elevada em seu preço gera uma forte pressão inflacionária sobre a economia dos países. Para conter o avanço da inflação, os bancos centrais tendem a subir as taxas de juros. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já sinalizou que deve elevar os juros na próxima reunião de seu Comitê de Política Monetária (FOMC, na sigla em inglês).
Se os juros sobem no país norte-americano, os títulos públicos dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, passam a oferecer uma rentabilidade mais atrativa aos investidores, que tendem a tirar seus investimentos de ativos de risco - como o mercado acionário brasileiro - para alocar nos títulos americanos. Assim, o dólar ganha força ante outras moedas de países emergentes, como o real.
Por aqui, a perspectiva de greve dos servidores públicos não chegou a afetar o humor do mercado.
Estados Unidos: bolsas despencam
Refletindo a cautela dos investidores em relação aos rumos da inflação e da política monetária no país, e aos conflitos geopolíticos, os principais índices acionários americanos despencaram no pregão desta terça-feira.
- Dow Jones: queda de 1,51%
- S&P 500: queda de 1,83%
- Nasdaq 100: queda de 2,57%
- NYSE Composite: queda de 0,23%
O dia na Bolsa
As maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
PetroRio | PRIO3 | +4,82% |
Cogna | COGN3 | +3,69% |
Gerdau | GGBR4 | +3,40% |
BB Seguridade | BBSE3 | +3,25% |
Yduqs | YDUQ3 | +2,94% |
As maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Locaweb | LWSA3 | -10,61% |
Banco Inter | BIDI11 | -10,43% |
Alpagartas | ALPA4 | -7,88% |
BRF | BRFS3 | -5,78% |
Grupo Natura | NTCO3 | -4,66% |