BB tem dia de oscilação após demissão de Brandão. Ações da Cyrela sobem após resultados financeiros de 2020
A troca de comando do Banco do Brasil rendeu reflexos nesta sexta-feira, 19, nos papeis da empresa na B3. O BBAS3 operou com oscilação ao longo…
A troca de comando do Banco do Brasil rendeu reflexos nesta sexta-feira, 19, nos papeis da empresa na B3. O BBAS3 operou com oscilação ao longo do dia. Às 15h45, operava em ligeira alta, de 0,13%.
De acordo com analistas, esse desempenho já era esperado por conta do desgaste político que já vinha ocorrendo desde janeiro deste ano entre André Brandão, executivo que estava à frente da instituição, e o presidente Jair Bolsonaro.
Com a saída de um presidente de uma corporação de relevância governamental aumenta a percepção de risco político por parte dos investidores e enfraquece as ações.
“O investidor entende que a empresa está vivenciando algum problema por fazer tantas trocas de comando”, destaca Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
As perdas não foram mais acentuadas, na visão do especialista, pois parte da queda já tinha sido precificadas. “Isso ocorreu desde quando houve o problema com a Petrobras e as estatais foram olhadas com lupa, além do desgaste com o presidente, que já vinha ocorrendo anteriormente’, aponta.
Papeis do BB sem recomendação para compra
Na gestora, os analistas não recomendam a compra de ações do BB neste momento. “Não vale a pena ficar exposto. Existem várias oportunidades de investimentos que terão mais força com a retomada da economia. Não vale o risco de injetar os investimentos em carteiras sujeitas a mais volatilidade”, aconselha Cruz.
Se a escolha do investidor for manter seus investimentos na estatal, a recomendação é ter operações estruturadas, com uma parcela menor do patrimônio exposta ao risco.
A demissão e o início do desgaste com o governo
Brandão apresentou seu pedido de demissão na tarde de ontem. Porém, cerca de duas horas depois da entrega do pedido de demissão de Brandão, dois nomes já tinham sido indicados para ocupar o cargo: Fausto de Andrade, atual presidente da BB Administradora de Consórcio, e Eduardo Dacache, presidente da Caixa Seguridade.
O estatuto do banco dá plenos poderes para o presidente da República fazer essa escolha. E Bolsonaro anunciou sua opção: Fausto de Andrade.
O início do desgaste da relação de André Brandão com o presidente Bolsonaro aconteceu em janeiro deste ano, quando o presidente do BB anunciou um plano para baixar as portas de mais de 360 agências e abrir um programa de demissão voluntária para cerca de 5 mil funcionários.
O objetivo era economizar R$ 2,7 bilhões até 2025 e investir no varejo digital.
Papeis da Cyrela sobem após divulgação de balanço
Ao contrário do BB, a Cyrela (CYRE3) está vivendo um dia de otimismo na Bolsa nesta sexta-feira, após os resultados financeiros positivos obtidos no quarto trimestre de 2020.
Os papeis da empresa seguem em curva ascendente. Às 13h30, sua performance registrava alta de 0,78%.
O lucro líquido nos quatro últimos meses de 2020 foi de R$ 261 milhões, alta de 75,1% ante igual período do ano anterior, cujo montante obtido foi de R$ 149 milhões.
No ano, o lucro líquido mais do que triplicou - de R$ 416 milhões, saltou para R$ 1,7 bilhão.
A receita líquida trimestral, por sua vez, avançou 12,9% no comparativo anual, de R$ 936 milhões para R$ 1 bilhão. As vendas impulsionaram o resultado, uma vez que cresceram 34,1%, para R$ 1,8 bilhão.
No acumulado do ano, a receita aumentou 10,5% e totalizou R$ 3,3 bilhões, principalmente devido ao maior volume de obras em andamento de unidades já comercializadas e pelo volume superior de reconhecimentos de lançamentos no período.
“Entramos em 2021 com perspectivas positivas para o ano, com expectativa de recuperação do PIB e do emprego, além de manutenção da taxa de juros em patamares saudáveis, e preparados para entregar novamente sólidos indicadores operacionais e financeiros”, enfatizou a empresa em documento da administração.