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Economia

Com projeções da inflação superando o teto da meta do BC, especialistas esperam que a Selic chegue a 12,25% em 2022

Taxa básica de juros deve ser impactada, também, pelo cenário externo

Data de publicação:18/01/2022 às 00:50 -
Atualizado um ano atrás
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Mais da metade do primeiro mês de 2022 já passou e, até aqui, não há sinais de melhora nas perspectivas para a economia brasileira. No último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, as expectativas para a inflação deste ano se afastam ainda mais do teto da meta fixada pela autoridade monetária (5%) e a mediana das estimativas dos especialistas apontam que a Selic, taxa básica de juros, deve subir, pelo menos, até 11,75% ao ano.

No entanto, é cada vez mais comum encontrar no mercado aqueles que já esperam que a taxa de juros fique acima do patamar de 12% ao ano em 2022, tendo em vista a alta volatilidade trazida pelas eleições presidenciais que se aproximam. Além disso, é consenso que, embora haja uma desaceleração da inflação ao longo do ano, diversos fatores devem manter pressões sobre a inflação por algum tempo.

inflação selic
Foto: Reprodução

Na esteira da volatilidade eleitoral, os especialistas pontuam que o dólar deve viver um ano bastante instável, precificado em níveis elevados. Já para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, as projeções são de um crescimento cada vez menos expressivo e próximo de zero. No Focus, a mediana das expectativas é de alta de 0,29%. Enquanto isso, instituições como o Itaú já esperam que o PIB feche o ano em um movimento de retração, com queda de 0,5%.

Expectativas para inflação, Selic, PIB e dólar pelo Boletim Focus

202220232024
Inflação pelo IPCA5,09%3,40%3,00%
Selic11,75%8,00%7,00%
PIB0,29%1,75%2,00%
DólarR$ 5,60R$ 5,46R$ 5,40
Fonte: Banco Central | Edição de 17 de janeiro de 2022

O que esperar da inflação em 2022?

No ano passado, a principal vilã da inflação foram as commodities, sobretudo o petróleo. Para 2022, ainda há muitas incertezas em relação a como os preços desse produto vão se comportar nos mercados internacionais. Se por um lado as expectativas eram de uma acomodação nos preços neste início de ano, por outro novos conflitos geopolíticos e a nova onda da pandemia de covid-19 podem impactar a oferta do petróleo, encarecendo a commodity.

Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos, espera um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,09% e destaca os momentos de tensão no Leste europeu, com os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia. Estima-se que mais de 100 mil soldados russos estejam na fronteira ucraniana e especialistas explicam que, ao menor sinal de avanço, os preços dos barris de petróleo devem disparar, tende em vista que a região conta com grandes reservas da commodity.

Outro fator que pode contribuir para uma pressão inflacionária mais elevada vem do cenário doméstico: o clima. A economista-chefe da Coface para a América Latina, Patrícia Krause, que projeta um IPCA de 6,0% em 2022, ressalta que o excesso de chuvas na Bahia e em Minas Gerais, ao mesmo tempo em que a região sul sofre com a falta de chuvas "onde tem que chover" deve prejudicar as safras do agronegócio, afetando os preços aos consumidores.

A força do cenário externo na inflação

Para Carla Argente, economista-chefe da CM Capital, o que pode trazer certo alívio para a inflação em 2022 é o fim da bandeira de escassez hídrica das contas de energia elétrica, após uma melhora nos níveis dos reservatórios de água brasileiros, principalmente na região sudeste do País.

O problema, entretanto, é que os países emergentes, como o Brasil, devem continuar sofrendo os impactos das medidas de política monetária das grandes economias mundiais, como Estados Unidos e China. Além do aumento na demanda de diversos produtos por parte desses países, depois do período de isolamento causado pela pandemia, uma alta nos juros americanos, já sinalizada pelo Federal Reserve (Fed) retira investimentos da economia brasileira, uma vez que os títulos americanos são mais seguros e, com a elevação dos juros, rendem mais.

"Nós temos uma inflação contratada que continua sendo uma inflação importada e a política monetária nacional não tem muito o que fazer para contornar esses preços".

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital

A inflação e a Selic

A expectativa da CM Capital, conforme explica Carla, é que a Selic chegue a, pelo menos, 12,25% ao ano em 2022 já em março, permanecendo neste patamar até o fim do ano, numa tentativa do BC de controlar a inflação. No entanto, a economista destaca que a taxa de juros pode surpreender com números ainda mais altos, não pela inflação, mas tendo em vista o ciclo de aperto monetário prestes a começar nos Estados Unidos.

Para tentar reduzir os impactos do aumento dos juros americanos, o BC pode optar por elevar ainda mais a Selic para tornar os ativos brasileiros mais atrativos para o investidor estrangeiro, que buscam por uma rentabilidade mais expressiva, já que os títulos americanos são classificados como mais seguros que os brasileiros.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também projeta uma Selic em 12,25% ao ano. "Prevemos uma interrupção abrupta do ciclo em março mediante os receios de promover uma perda da meta (da inflação) para baixo em 2023 (de 3,25%). Esse patamar de juro deverá permanecer ao longo de todo 2022, com afrouxamento apenas em 2023", pontua.

Sobre o autor
Bruna Miato
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