PayPal: 79% dos brasileiros se simpatizam com a ideia de ter moeda digital no País
Empresa entrevistou 4.000 pessoas em vários locais do mundo para entender como os consumidores estão acessando os serviços financeiros
Quase 80% dos brasileiros gostam da ideia de não precisar utilizar dinheiro físico para realizar pagamentos, segundo pesquisa da PayPal “Terceira Onda de Inovação Fintech” divulgada nesta segunda-feira, 18.
Ao todo, 79% dos entrevistados do País disseram ser simpáticos à ideia, mais do que os índices registrados na China (72%), Estados Unidos (58%) e Alemanha (40%), os outros três países em que a pesquisa foi feita.
Para o estudo, a PayPal entrevistou 4.000 pessoas nos quatro mercados para entender como os consumidores estão acessando os serviços financeiros, e como as tecnologias podem melhorar este acesso.
Os brasileiros também ficaram entre os que demonstram o maior interesse no uso de uma possível futura moeda digital criada pelo Banco Central local. Mais de 90% deles se disseram "extremamente" ou "de certa forma propensos" a aderir a uma criptomoeda oficial, perdendo apenas para os chineses (99%).
Na Alemanha e nos EUA, os índices foram de 77% e de 73%, respectivamente. Os índices foram mais altos, segundo a PayPal, entre os chamados "millennials" (pessoas nascidas entre 1981 e 1996), mas foram expressivos entre todos os participantes.
Transações digitais
Para Leonardo Sertã, Head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina, o contexto brasileiro explica o entusiasmo local por pagamentos e moedas digitais.
"Estamos acompanhando o grande entusiasmo com o PIX, que pode ter influenciado positivamente a percepção acerca da digitalização, deixado a população mais aberta e interessada por uma criptomoeda de um Banco Central", diz ele.
Ainda de acordo com o levantamento, em quase 50% das situações, os entrevistados nos quatro países relataram ainda utilizar dinheiro em pagamentos que fazem no dia a dia. No Brasil, o índice é de 38%.
No País, 57% das pessoas disseram estar utilizando menos dinheiro físico desde o início da pandemia da covid-19, que impulsionou as transações digitais. Somente na China (64%), a queda na adesão ao dinheiro físico foi maior.
Por outro lado, 26% dos brasileiros também relataram querer utilizar mais dinheiro vivo em 2021 do que em 2020, número maior que o dos demais países.
A PayPal afirma que entre as conveniências citadas pelos entrevistados estão a ausência de taxas sobre os pagamentos em dinheiro, a facilidade de uso em qualquer lugar, a capacidade de controlar melhor os gastos e o anonimato.
A pesquisa também mediu o grau de entusiasmo com a adesão a soluções de identidade digital, que seriam um pré-requisito para o uso de moedas digitais criadas pelos BCs. China e Brasil, novamente, mostraram os maiores graus de possível adesão - de 70% e de 57%, respectivamente.
Nos Estados Unidos e na Alemanha, cerca de 71% dos entrevistados relataram preferir continuar portando documentos físicos de identificação. / com Agência Estado