Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 31 de janeiro
Investidores digerem piora das expectativas da inflação no Brasil e seguem atentos à nova Selic que será anunciada nesta semana
Após fechar em alta de 2,72% na semana anterior, a Bolsa opera volátil no último dia do mês. A possibilidade – quase certa - de elevação da taxa de juros, tanto aqui quanto lá fora, coloca os investidores em estado de atenção.
Internamente, ajuda no sobe e desce da B3 a piora das projeções da inflação para 2022, sinalizadas no Boletim Focus. Às 15h34, o Ibovespa caía 0,18%, perdendo o patamar dos 112 mil pontos - 111.798. Em dia de formação de Ptax, o dólar caía 1,66%, cotado a R$ 5,300.
Outro ponto que influencia na falta de firmeza do Ibovespa no patamar de alta é a desvalorização das ações de gigantes do setor de commodities, como Petrobras e a Vale, que caem mais de 1% e 2%, respectivamente. Juntas, as duas companhias respondem por mais de 20% do peso na cesta de ativos do principal índice da B3.
Piora nas projeções da inflação para 2022 e 2023
De acordo com o documento do Banco Central divulgado ao longo da manhã, que traz as estimativas dos economistas do mercado sobre os principais indicadores econômicos, as projeções para o IPCA, índice que mede a inflação do país, saltaram de 5,15% para 5,38%. Esse foi o terceiro ajuste para cima consecutivo feito pelos especialistas, o que sinaliza que a inflação segue se afastando novamente da meta estipulada pela autoridade monetária de 5,00% e de 3,5% no centro – com 1,5 ponto porcentual de margem.
Seguindo o mesmo caminho do IPCA, o IGP-M, considerado a inflação do aluguel, também deve ser mais acentuado neste ano, segundo o documento do BC. De 6,54% avançou para 6,99%, conforme as estimativas.
Já em relação ao PIB, as expectativas voltaram a ser ajustadas levemente para cima em 2022 – de 0,29% foram alteradas para 0,30%. No entanto, para 2023, houve um arrefecimento nas projeções, de 1,69% para 1,55%
Mercado segue na expectativa para conhecer a nova Selic
A partir desta terça-feira, 1, tem início a primeira reunião de 2022 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no Brasil, que termina na quarta-feira, 2. O encontro busca definir as diretrizes da política monetária para o período, cujos temas centrais estão ligados a um possível anúncio de ajuste da Selic, taxa básica de juros do País, e o cenário inflacionário.
Grande parte dos analistas – quase a maioria esmagadora – acredita que o Banco Central deve ter uma postura firme e aplicar um ajuste de 1,5 ponto porcentual na taxa de juros, elevando-a para 10,75% ao ano. “Esse tom com viés contracionista tem sido uma tendência dos países ao redor do mundo, justamente para atacar os impactos obtidos com a alta da inflação”, ressalta Eduardo Teles, especialista de renda variável da Blue3.
A grande dúvida que paira entre os investidores em relação às reuniões dos BCs ao redor do mundo está relacionada aos possíveis efeitos das decisões no mercado.
“Quando a ata divulgada com as decisões do BC é condizente com a expectativa do mercado, habitualmente temos um cenário mais positivo para a Bolsa. Caso contrário, em situação de decisões inesperadas ou não tão claras, o mercado tende a precifica a incerteza, o que causa volatilidade”.
Eduardo Teles, especialista de renda variável da Blue3
Segundo ele, com essa decisão de ajuste da taxa básica de juros, o Banco Central irá de encontro ao que já vem sinalizando, que é um cenário de aperto monetário mais duro, até que aconteça a ancoragem das expectativas em relação às metas e o movimento de desinflação no país.
No ambiente corporativo, o destaque é o início da temporada de balanços das empresas no Brasil, referentes aos lucros obtidos no quarto trimestre de 2021. Empresas como Santander e Cielo dão a largada nesta semana.
Juros futuros
Os juros futuros caem nesta segunda-feira. Por volta das 12h50, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caía para 11,14%, de 11,34% na abertura. O DI para janeiro de 2025 recuava para 11,18%, de 11,37%, e o para janeiro de 2023 também caía para 12,21%, de 12,30%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Totvs (TOTS3) | +6,73% |
Azul (AZUL4) | + 5,25% |
Locaweb (LWSA3) | + 5,23% |
Natura & Co. (NTCO3) | +5,26% |
Gol (GOLL4) | + 4,82% |
Maiores baixas
Vale (VALE3) | - 3,68% |
JBS (JBSS3) | - 2,80% |
Braskem (BRKM5) | - 2,24% |
CSN Mineração (CMIN3) | - 2,01% |
BRF (BRFS3) | - 1,70% |
Exterior
Estados Unidos: de olho no Fed, nos balanços e no payroll
Em Wall Street, as bolsas operam no positivo nesta segunda-feira. O mercado segue atento a novas sinalizações do Federal Reseve (Fed, o banco central americano) sobre se realmente o aperto monetário com aumento da taxa de juros do país está cada vez mais próximo.
Além disso, a temporada de balanços das grandes empresas segue em curso, o que é um fator importante para dar ritmo ao mercado. Segundo analistas, cerca de 30% das companhias que compõem o índice S&P 500 já apresentaram seus números do quarto trimestre de 2021.
Na próxima sexta-feira, 4, o mercado conhecerá os novos dados do payroll, que traz a geração de empregos dos Estados Unidos, incluindo setor público e privado. Segundo analistas, esse indicador é importante para medir a temperatura de avanço da economia americana,
Principais índices/bolsas de Nova York
- S&P 500: + 1,10%
- Dow Jones: + 0,56%
- Nasdaq 100: + 2,14% (dados atualizados às 15h31)
Europa: bolsas fecham majoritariamente em alta
No continente europeu, as bolsas fecharam o dia em alta, com os investidores digerindo novos dados econômicos do bloco. Durante a manhã, a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia divulgou dados preliminares de crescimento do PIB da zona do euro, que apontou crescimento de 0,3% no quarto trimestre ante o anterior. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.
Na comparação anual, o PIB do bloco teve expansão de 4,6% entre outubro e dezembro. Neste caso, a projeção do mercado era de acréscimo um pouco maior, de 4,7%. Em todo o ano de 2021, o PIB do bloco apresentou crescimento de 5,2% em relação a 2020, de acordo com a primeira estimativa da agência.
Além disso, os investidores monitoram a tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia e seus possíveis impactos financeiros, políticos e sociais na Europa.
Bolsas europeias/fechamento do pregão desta segunda-feira
- Stoxx 600 (Europa): + 0,72% (468,88 pontos)
- Ftse 100 (Londres): - 0,02% (7.464 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,99% (15.471 pontos)
- CAC 40 (Paris): + 0,48% (6.999 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em alta, com feriado na China
As bolsas asiáticas encerraram os negócios desta segunda-feira majoritariamente em alta, seguindo o desempenho positivo de Wall Street do fim da semana passada, em meio a feriados na China e em outras partes da região.
Dados divulgados no dia anterior mostraram que a atividade fabril da China desacelerou em janeiro, com o ressurgimento de casos de covid-19 e os respectivos bloqueios à mobilidade que atingiram tanto a produção quanto a demanda.
Os mercados da China e de Taiwan permanecerão fechados ao longo de toda a semana devido ao feriado do ano novo lunar. Na Coreia do Sul, que também comemora seu ano novo, as bolsas reabrirão na quinta-feira, 3. / com Tom Morooka e Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Nikkei (Tóquio): + 1,07% (27.001 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): + 1,07% (23.802 pontos)
- Kospi (Seul): bolsa fechada/feriado
- Xangai Composto (China continental): bolsa fechada/feriado
- Shenzhen Composto (China continental): bolsa fechada/feriado
- S&P/ASX 200 (Sydnei): - 0,24% (6.971 pontos)