Apesar de queda nesta 6ª feira, Bolsa avança 2,72% na semana; dólar recua 1,66%, a R$ 5,37
Confira as movimentações do mercado nesta sexta-feira
Em uma semana marcada pela reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - que manteve a taxa de juros inalterada entre 0% e 0,25%, mas já sinalizou que, nas próximas reuniões, os juros podem ser elevados para conter o avanço da inflação - a Bolsa de Valores fechou em alta de 2,72% em relação à sexta-feira da semana passada. As ações brasileiras estão sendo negociadas a um preço bastante atrativo, depois de meses de queda acentuada, o que atraiu o capital estrangeiro.
No pregão desta sexta-feira, 28, entretanto, a cautela dos mercados em relação a como ocorrerá o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, além das expectativas acerca da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acontece na próxima quarta e deve apresentar uma nova Selic, pesaram sobre o desempenho do Ibovespa. O principal índice da Bolsa recuou 0,62%, aos 111.910 pontos.
Também contribui para a desvalorização do dia a queda acentuada registrada nos papéis da Petrobras. A petroleira, que tem um peso de cerca de 11% na composição do Ibovespa, caiu 3,96% após o ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas eleitorais para a Presidência da República, afirmar que, em vez de distribuir proventos aos acionistas, deveria investir em refinarias.
Dólar
O dólar fechou o dia com queda de 0,72%, cotado a R$ 5,37. No entanto, a queda acumulada na semana foi ainda mais expressiva, de 1,66%. Com mais dinheiro entrando no País - afinal, o mercado acionário brasileiro teve um desempenho positivo nos últimos dias - a moeda americana se desvalorizou frente o real.
Três fatores ajudam a explicar essa maior entrada de investimentos nos papéis do País nesta semana:
- A alta no preço das commodities nos mercados internacionais, liderada pelo petróleo (que reflete as expectativas de que as tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia possam atrapalhar a oferta do produto no mundo), favorece as maiores exportadoras do Brasil, sobretudo Vale e Petrobras;
- Com o maior interesse dos investidores pelo País em um momento onde as ações estão bastante desvalorizadas e negociadas a um preço atrativo, os bancões, que têm um peso de cerca de 17% na composição do Ibovespa, se tornam opções bastante procuradas pela alta liquidez de seus papéis;
- Não apenas pelo valuation atrativo, mas também refletindo a queda na curva de juros futuros nos últimos pregões, acompanhando a baixa do dólar, as varejistas ganharam destaque no pregão de quinta-feira.
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Braskem | BRKM5 | +7,50% |
Cielo | CIEL3 | +6,05% |
Hapvida | HAPV3 | +2,31% |
JBS | JBSS3 | +2,21% |
Intermedica | GNDI3 | +1,61% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Magazine Luiza | MGLU3 | -7,06% |
Grupo Natura | NTCO3 | -6,48% |
Americanas | AMER3 | -6,15% |
Rumo | RAIL3 | -5,40% |
Alpagartas | ALPA4 | -4,83% |
Estados Unidos: mercado repercute Fed
Sobre o Fed, o mercado adotou posição de cautela ao longo de toda a semana, porque há mais dúvidas do que certezas em relação às medidas que serão adotadas pela autoridade monetária americana. Segundo analistas, as últimas decisões não passaram uma ideia mais clara aos mercados de como deve ser configurada a política monetária americana daqui para frente.
Houve a indicação da aceleração do processo de retirada de estímulos, que viria seguido do início da elevação das taxas de juros, mas sem a sinalização de quantos aumentos estariam previstos para o ano. Os especialistas que apostam em um tom mais agressivo na postura do Fed acreditam em até cinco altas no ano.
O mercado global passou o dia repercutindo também os números do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que apontou alta de 0,4% em dezembro na base de comparação mensal, segundo dados do Departamento do Comércio. Na comparação anual, a alta foi de 6,5%. Apesar da cautela, as bolsas americanas fecharam o dia em alta, em um movimento de recuperação das fortes quedas registradas nos últimos dias.
Fechamento das bolsas americanas
- Dow Jones: alta de 1,65%
- S&P 500: alta de 2,43%
- Nasdaq 100: alta de 3,22%