Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta sexta-feira, 17 de dezembro
Aversão ao risco reflete repercussão das decisões dos BCs lá fora, avanço da inflação e da nova variante
Após fechar o pregão da véspera com alta de 0,83%, a aversão ao risco tomou conta da Bolsa nesta sexta-feira, 17. Influenciada pelo mercado internacional, que segue digerindo devagar os apertos nas políticas monetárias anunciados pelos principais BCs do mundo, o ambiente ainda tem o avanço da nova variante ômicron no radar, o que tem causado temor nos investidores por conta de possíveis reflexos na retomada econômica global.
Soma-se ainda o fato de que hoje é dia de vencimento de opções de ações na B3, o que ajuda a elevar a volatilidade, além da queda de ações dos setores com maior peso no Ibovespa, como commodities e bancos. Às 17h40, o Ibovespa caía 0,93% e retomava os 107 mil pontos - 107.316. Já o dólar subia 0,10%, cotado a R$ 5,685.
Entre os papéis em queda que ajudam a tirar a força do Ibovespa estão a Petrobras e a Vale, em commodities, que caem mais de 1% e 2%, refletindo o comportamento do petróleo e o minério de ferro lá fora. E também os gigantes financeiros, como Itaú, Bradesco e Santander. O IFNC, índice financeiro da Bolsa que engloba esses bancos caía mais de 1%.
Apesar de grande parte das decisões tomadas pelas autoridades monetárias de várias regiões não terem trazido grandes surpresas ao mercado – como foi o caso do anúncio do reforço na retirada de estímulos por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) – e da manutenção da taxa de juros na zona do euro pelo Banco Central Europeu (BCE), o mercado já sente alguns impactos.
Um deles veio nas ações das gigantes de tecnologia americanas, que reportaram fortes quedas na véspera, à medida que as políticas monetárias mais duras estão impactando o sentimento otimista em relação ao mercado financeiro, enquanto os riscos para o crescimento econômico trazidos à tona pela variante ômicron vem ajudando a sustentar a demanda por títulos dos Treasuries – ou seja, os investidores estão buscando refúgio na renda fixa.
Porém, as posturas do Banco da Inglaterra (BoE) e a do Banco do Japão (BoJ) chamaram a atenção do mercado, apontando que, de fato, o avanço da inflação é um fenômeno global. Na Inglaterra, a autoridade monetária decidiu por elevar a taxa de juros de 0,10% para 0,25% ao ano.
A decisão de elevar os juros no país levou em conta o avanço dos preços. Os analistas do BoE projetam que a inflação ficará em cerca de 5% ao longo da maior parte do inverno britânico, atingindo pico de 6% em abril de 2022.
Já o Boj irá manter a taxa de juros em -0,1% ao ano, porém vai encerrar, em março de 2022, as compras emergenciais de commercial paper e bônus corporativos.
Inflação também é uma preocupação no mercado local
Os investidores estão acompanhando a desaceleração de índices de inflação local nas segundas prévias do mês de dezembro, conforme divulgadas nesta semana. Porém, o mercado está evitando fazer mudanças significativas nas projeções de alta do mercado para o juro básico do País em fevereiro.
O Banco Central já contratou possível alta de 1,5 ponto porcentual, mas deixou a porta aberta para ajustes a depender do comportamento da inflação, risco fiscal e o cenário externo.
IGP-M, IPC-Fipe e do IPC-S desaceleraram as altas nas segundas prévias deste mês. O IGP-M desacelerou a 0,43% na 2ª prévia de dezembro, de 0,76% na prévia de novembro. O IPC-Fipe subiu 0,56% na 2ª quadrissemana, após alta de 0,61% na prévia anterior. E o IPC-S arrefeceu a 1,07% na segunda medição do mês, após registrar 1,18% na abertura de dezembro.
Juros Futuros
As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta nesta sexta-feira. Por volta das 14h30, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,76%, ante 11,69%. O DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,73%, ante 10,60%. E o vencimento de janeiro de 2027 estava em 10,62%, ante 10,44%.
Sobe e desce da Bolsa
Nesta sexta-feira, os frigoríficos vivem um dia positivo no pregão e estão entre as maiores altas do dia. A BRF anunciou a realização de uma proposta aos seus acionistas para fazer um follow-on (oferta subsequente de ações) que poderá capitalizar a empresa em R$ 6,6 bilhões.
Já a Marfrig anunciou o pagamento de dividendos intermediários no valor de R$ 830 milhões e recompra de US$ 100 milhões em notas sênior com vencimento em 2026.
Em commodities, assim como a Vale, as gigantes siderúrgicas também operam em queda. Às 14h26, a CSN, Usiminas e Gerdau desvalorizavam 1,59%, 1,46% e 2,85% nesta sequência.
As maiores altas
BRF (BRFS3) | + 6,18% |
Marfrig (MRFG3) | + 4,54% |
Natura (NTCO3) | + 4,43% |
Br Malls (BRML3) | + 3,64% |
Eztec (EZTC3) | + 3,29% |
As maiores quedas
Banco Inter (BIDI4) | - 5,59% |
IRB Brasil (IRBR3) | - 5,42% |
Unidas (LCAM3) | - 4,23% |
Localiza (RENT3) | - 4,02% |
Yduqs (YDUQ3) | - 3,90% |
Exterior
Variante ômicron ao redor do mundo
A variante ômicron continua a se espalhar pelo mundo. O presidente americano Joe Biden alertou que os americanos não vacinados enfrentarão “um inverno de doenças graves e mortes”, enquanto o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida pediu à Pfizer uma entrega mais rápida de vacinas anti-Covid.
Futuros/bolsas de Nova York
- S&P 500: - 0,13%
- Dow Jones: - 0,75%
- Nasdaq 100: + 0,39% (dados atualizados às 13h23)
Europa: bolsas em queda
Além da disseminação da variante ômicron, os investidores da zona do euro estão às voltas com a publicação de novos dados econômicos da região, alguns favoráveis, outros nem tanto.
O índice de preços ao consumidor da região (CPI, na sigla em inglês) avançou 4,9% em novembro deste ano ante igual mês de 2020, confirmou a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia. O núcleo do CPI, por sua vez, ficou estagnado em novembro ante outubro, mas se elevou 2,6% ante novembro do ano passado.
Nesta sexta-feira, o Escritório Nacional de Estatística (ONS, na sigla em inglês) do Reino Unido informou que as vendas do varejo cresceram 1,4% em novembro ante outubro. O resultado superou as expectativas dos analistas, que previam alta de 1%. Na comparação anual, houve aumento de 4,7% no mês passado, quando o consenso dos economistas apontava para avanço de 4,2%.
Na Alemanha, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha saltou 19,2% em novembro deste ano, na comparação com igual mês de 2020, comunicou a Destatis, agência oficial de estatísticas do país. O resultado marca o maior avanço anual do indicador desde novembro de 1951, há 70 anos, impulsionado pela escalada dos preços de energia, de acordo com o órgão.
Ainda no país, o índice Ifo de sentimento das empresas locais recuou de 96,5 em novembro a 94,7 na leitura de dezembro, informou nesta sexta-feira o instituto. Analistas previam queda menor, a 95,4. O índice para as condições atuais recuou de 99 em novembro a 96,9 em dezembro. Já o de expectativas caiu de 94,2 a 92,6 na mesma base comparativa.
Bolsas europeias/movimentação das principais praças financeiras
- Stoxx 600 (Europa): - 45%
- FTSE 100 (Londres): + 0,22%
- DAX (Frankfurt): - 0,54%
- CAC 40 (Paris): - 1,01%
- PSI 20 (Lisboa): - 0,49%
- Ibex 35 (Madrid): - 0,80% (dados atualizados às 13h24)
Ásia: pregão fechado
As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em queda nesta sexta-feira, 17, com ações do setor de tecnologia sob particular pressão.
No radar, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos proibiu ontem que pessoas e entidades do país negociem títulos de oito empresas de tecnologia chinesas, sob alegação de que elas contribuem para a repressão da etnia islâmica Uigur na região autônoma de Xinjiang.
No país do dragão vermelho, o setor imobiliário segue na atenção do mercado internacional. A S&P Global Ratings declarou que a Evergrande deixou de pagar empréstimos em títulos de dólar que venceram nas últimas semanas e entrou em default da dívida. A agência rebaixou a nota de crédito da incorporadora e de sua subsidiária Tianji de "CC" a "SD". / com Tom Mooroka e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas
- Nikkei (Tóquio): - 1,79% (28.545 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): - 1,20% (23.192 pontos)
- Xangai (China): - 1,16% (3.632 pontos)
- Shenzen (China): - 1,41% (2.523 pontos)
- Kospi (Seul): + 0,38% (3.017 pontos)
- Taiex (Taiwan): + 0,15% (17.812 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydnei): + 0,11 (7.304 pontos)