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Mercado de ETFs segue em expansão, mas nem todos entregam boa rentabilidade; confira a comparação com as novidades de 2022
Mercado Financeiro

De ações das big techs a ETFs defensivos: conheça os ativos internacionais mais negociados pelos brasileiros em outubro

Balanços trimestrais parrudos atraíram os investidores mais uma vez para o setor de tecnologia

Data de publicação:16/11/2021 às 07:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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A divulgação dos balanços trimestrais das gigantes estrangeiras, que mais uma vez trouxeram números expressivos, foi fator determinante na movimentação de ativos por parte dos brasileiros nas bolsas americanas em outubro. E, nesse sentido, as empresas do setor de tecnologia seguiram brilhando.

O dado faz parte do levantamento mensal feito pela Stake, plataforma que conecta pessoas de diferentes países ao mercado de ações dos Estados Unidos.

Foto: Reprodução
Apple liderou o ranking das ações internacionais mais negociadas pelos brasileiros em outubro, segundo a Stake - Foto: Reprodução

No ranking entre as 10 ações mais negociadas durante o período da Stake, os cinco primeiros lugares no ranking são ocupados por grandes corporações que fazem parte das big techs: Apple, Tesla, Facebook, Amazon e Microsoft. E a Alphabet, detentora do Google, ficou em 7ª posição.

Os números obtidos no terceiro trimestre deste ano por algumas das gigantes saltaram aos olhos. Porém, alguns vieram abaixo do esperado, como foi o caso da Apple, Amazon e Facebook. E isso influenciou na depreciação de suas ações logo na sequência.

A Apple registrou lucro líquido de R$ 20,55 bilhões, montante 62,1% maior sobre o obtido no mesmo período de 2020, além de receita de US$ 83,36 bilhões, alta de 28,8% na comparação com julho a setembro do ano passado. Porém, seu faturamento foi prejudicado por conta de problemas com o abastecimento de componentes.

A empresa de Mark Zuckerberg obteve receita de US$ 29,01 bilhões no trimestre, crescimento de 35% ante a mesma base de 2020. Os analistas apostavam em uma receita um pouco mais robusta, de US$ 29,67 bilhões.

Já a Amazon reportou um lucro líquido de US$ 3,156 bilhões de julho a setembro, 50,15% menor do que o montante de US$ 6,331 bilhões contabilizado em igual período do ano passado. O forte aumento de custos trabalhistas da companhia influenciou nos números.

No grupo dos resultados extraordinários se destacaram a dona do Google, com um lucro líquido 68,4% maior no trimestre; a montadora Tesla, que registrou um salto de 389% no montante obtido no período (US$ 1,61 bilhão) e hoje vale mais do que o Facebook; e a Microsoft, com um lucro líquido de US$ 16,5 bilhões, alta de 47%.

De acordo com Rodrigo Lima, analista de investimentos da Stake, em relação ao grupo das empresas cujos números que decepcionaram, é possível que os investidores tenham aproveitado os preços mais baixos para adquirir as ações dessas companhias.

“Acredito que os investidores apostaram na recuperação de seus resultados em médio prazo. No caso do Facebook, essa tese pode já ter se concretizado, com o anúncio do rebranding da companhia e do metaverso, o que fez com que suas ações disparassem”, ressaltou.

Até então, de acordo com Lima, o mercado estava inseguro em relação aos investimentos na Meta, novo nome do Facebook. “A empresa estava com muito dinheiro em caixa e não estava investindo, algo que não é usual entre as big techs – nesse sentido, a Amazon é um case de sucesso. Além disso, precisava aumentar sua lucratividade e eficiência”

O movimento Trump

No ranking de ações internacionais da Stake, outro movimento que chamou a atenção, além das big techs, foi o interesse dos brasileiros em investir em ações de empresas relacionadas à rede social anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A Phunware é uma startup de publicidade, que foi responsável pela campanha de Trump à presidência dos Estados Unidos. Já a Remark é a holding que está por trás da Sharecare Health Security Verified, companhia que, segundo rumores, pode ser adquirida pela Trump Hotels.

Para a estrategista de ações da XP, Jennie Li, o comportamento dos papéis dessas companhias acabou por levá-las a uma condição próxima a de uma meme stock (com popularidade nas redes sociais). “Os ativos subiram muito por conta da febre do anúncio da nova rede social de Trump, mas já devolveram parte dos ganhos”.

Lima, da Stake, alerta para o cuidado que o investidor deve tomar com o movimento “pump and dump” (bombear e jogar fora, em tradução para o português), que consiste na prática de manipulação de mercado, geralmente pelas redes sociais, com o objetivo de inflar os preços e realizar lucro antes que o valor desabe.

ETFs: posições defensivas

Quando o assunto são os ETFs (Exchange Traded Funds), produto que caiu no gosto dos brasileiros, a tendência em outubro foi a busca por posições mais defensivas, de acordo com a análise de Rodrigo Lima, da Stake.

Entre os destaques estão dois ETFs que replicam o índice VIX, que mede as expectativas do mercado em relação às ações do S&P 500. Apelidado de índice do medo pelos norte-americanos, tenta prever certos movimentos e serve como uma espécie de “termômetro” para os investidores.

“Atualmente, o índice se encontra próximo das mínimas desde que a pandemia de Covid-19 começou, portanto é possível que investidores tenham aproveitado às cotações mais favoráveis destes ETFs para se protegerem de possíveis cenários adversos, quando a volatilidade dispara e o VIX aumenta consideravelmente”, afirma Lima.

Crise energética

A crise energética, que segue ao redor do mundo, voltou ao radar, com o aumento do preço do carvão, gás natural, entre outros. Isso chamou a atenção dos brasileiros em relação aos ETFs com lastro em urânio. Um dos fundos de índice ligados a esse mercado liderou as negociações na plataforma durante o mês de outubro.

“O urânio começa a emergir como alternativa sustentável em um momento de transição energética. Já se fala em energia nuclear, uma alternativa que pode se pagar no longo prazo por ter um custo um pouco mais baixo em relação a outras fontes”, ressaltou Rafael Nobre, analista internacional da XP.

Com isso, vários países estão anunciando investimentos nesse mercado para dar suporte a essa mudança de matrizes energéticas. Durante a COP-26, encontro mundial do clima que acontece em Glasgow, na Escócia, a China anunciou, segundo reportagem da Bloomberg, que está planejando investir cerca de US$ 440 bilhões para construir pelo menos 150 novos reatores nos próximos 15 anos, mais do que o resto do mundo construiu nos últimos 35 anos.

Outro ativo de proteção de destaque foi o SLV, fundo de índice que investe na prata, metal precioso que desde o início da pandemia vem se valorizando mais do que o ouro e é tradicionalmente considerado como um bom hedge para a inflação.

Além disso, a prata é utilizada para a produção de energia eólica e fotovoltaica, o que, de acordo com Nobre, da XP, pode estar influenciando os investimentos por conta da crise energética.

Sobre o autor
Julia Zillig
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