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dividendos
Renda Variável

Inflação e juros em alta afetam os dividendos; em maio, 29 empresas pagam R$ 6,39 bi

Braskem é um dos destaques do período na distribuição de proventos

Data de publicação:03/05/2022 às 00:30 -
Atualizado um ano atrás
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A distribuição de dividendos em maio vem com os efeitos de inflação e juros em alta sobre os resultados de várias empresas.

O destaque positivo fica mesmo com as companhias de commodities, que tiveram o caixa reforçado com o superciclo. Segundo levantamento feito pela Mais Retorno, 29 empresas vão pagar R$ 6,39 bilhões em proventos, incluindo dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).

dividendos e JCP
Lage: investidores que estão entrando na Bolsa com foco em dividendos precisam ter paciência com a volatilidade - Foto: Divulgação

Segmentos de varejo e serviços, como os de locação de veículos, foram os mais atingidos com redução no pagamento de lucros. A lista ainda contempla as companhias dos setores como financeiro, petroquímico, frigorífico, transporte, entre outros.

No mês cinco do ano, o pagamento de dividendos está bem diluído entre as companhias, com apenas três destaques: a Braskem, que distribui R$ 1,350 bi (ou R$ 1,696 por ação) a Suzano, com quase R$ 800 milhões (ou R$ 0,512 por ação), e a Bradespar, com R$ 600 milhões (ou R$ 1,433 por ação).

O que essas empresas têm em comum? Suas atividades são atreladas ao mercado de commodities, que vem surfando uma grande onda de crescimento desde o ano passado.

De acordo com Rodrigo Moliterno, head da Veedha Investimentos, a alta de preços do petróleo, minério de ferro, entre outros, que vem com força desde o ano passado e se estendeu por uma boa parte dos quatro primeiros meses do ano, tem impacto nos retornos distribuídos.

André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, afirma que os dividendos "estão nas mãos das empresas de commodities".

"Com o aumento da taxa de juros, houve queda nas apostas em empresas que dependiam de um futuro cor de rosa. No entanto, houve mais investimentos em ativos com previsibilidade de lucro, com fluxo de caixa e com política regular de dividendos".

André Meirelles, da InvestSmart XP

Commodities

Braskem: superciclo de commodities engordou o caixa da companhia

A forte alta das commodities, como minério de ferro, celulose, ouro, petróleo, entre outras, refletiu nos resultados da Braskem, Bradespar e Suzano, que desembolsam proventos neste mês.

Para Meirelles, a petroquímica hoje é uma companhia relativamente "redonda", que "vem reduzindo gradativamente a sua alavancagem".

Outro aspecto ressaltado pelo diretor da InvestSmart XP é a redução da dívida líquida/Ebtida, que hoje está próximo aos níveis históricos.

"Caiu de 22,57%, em 2020 para 0,76%, em 2021. Com isso, a empresa colocou dinheiro para dentro e pôde distribuir dividendos com tranquilidade".

Moliterno, da Veedha, fala sobre os resultados de 2021 da companhia. "A Braskem teve um ano de 2021 bastante positivo em termos de lucro e geração de caixa, o que reflete na entrega de dividendos mais fortes", avalia Moliterno, da Veedha.

Em 2021, o lucro da Braskem somou R$ 13,9 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 6,69 bilhões registrados em 2020.

De outubro a dezembro, a receita líquida da petroquímica somou R$ 28,21 bilhões, montante 51% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Em 2021, as receitas tiveram salto de 80%, para R$ 105,62 bilhões.

Bradespar: atrelada à Vale, uma boa pagadora de dividendos

A distribuição de dividendos gordos da Bradespar está atrelada, segundo os especialistas, ao desempenho da Vale, já que tem como principal investimento as ações da companhia.

Moliterno, da Veedha, relembra que a mineradora entregou um dividend yield para seus acionistas na ordem de 22% em 2021, ritmo que deve ser mantido neste ano.

Suzano: mercado esperava mais dividendos

Apesar de distribuir cerca de R$ 800 milhões em dividendos, a Suzano ficou com um desempenho abaixo do esperado nesse aspecto.

Segundo Meirelles, o preço da celulose subiu significativamente, o que deveria ter impactado com mais força os proventos da companhia.

E daqui para frente, de acordo com o diretor, a atenção se volta para o risco de um lockdown mais intenso na China, por conta de sua política de zero tolerância contra a covid-19, o que pode reduzir a demanda por commodities.

"No passado, a Suzano pagou um dividend yield de 18%, mas nos últimos 12 meses a performance não foi tão alta".

Rodrigo Moliterno, da Veedha

A Suzano finalizou 2021 com lucro líquido de R$ 8,6 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 10,7 bilhões em 2020.

Confira o calendário de pagamento dos lucros

DataEmpresaTickerProventosValor por ação
02.05ItaúITUB3 e ITUB4DividendosR$ 0,015
02.05BradescoBBDC3 JCPR$ 0,017
02.05BradescoBBDC4JCPR$ 0,018
02.05BraskemBRKM3 e BRKM5DividendosR$ 1,696
02.05BanestesBEES3 e BEES4JCPR$ 0,020
02.05BradesparBRAP4DividendosR$1,433
03.05Ouro FinoOFSA3DividendosR$ 0,237
06.05LavviLAVV3DividendosR$ 0,208
06.05Magazine LuizaMGLU3JCPR$ 0,015
09.05MinervaBEEF3DividendosR$ 0,342
09.05UnidasLCAM3DividendosR$ 0,100
10.05Wilson SonsPORT3DividendosR$ 2,681
10.05PetroReconcavoRECV3DividendosR$ 0,163
11.05LavviLAVV3DividendosR$ 0,087
11.05CSUCARD3DividendosR$ 0,393
12.05FerbasaFESA3 e FESA4DividendosR$ 0,957 por ação ON e 
R$ 1,053 por ação PN
13.05SuzanoSUZB3DividendosR$ 0,592
16.05SantanderSANB3, SANB4 e SANB11DividendosR$ 0,089 por ação ON, R$ 0,098 por ação PN e R$0,187 por unit
17.05JSLJSLG3DividendosR$ 0,216  
17.05SimparSIMH3DividendosR$ 0,516
18.05GrendeneGRND3DividendosR$0,080
18.05RomiROMI3JCPR$ 0,170
19,05BanrisulBRSR3DividendosR$ 0,036 por ação ON, R$ 0,040 por ação PNA e R$ 0,036 por ação PNB
20,05BanestesBEES3 e BEES4DividendosR$ 0,181
20,05TotvsTOTS3JCPR$ 0,130
20.05LocalizaRENT3JCPR$ 0,146
25.05EmaeEMAE3 e EMAE4DividendosR$ 0,291 por ação ON e R$ 0,320
por ação PN
27.05Metal LeveLEVE3JCPR$ 0,544
31.05Plano & PlanoPLPL3DividendosR$ 0,161
31.05DohlerDOHL3 e DOHL4JCPR$ 0,080 por ação ON e R$ 0,088
por ação PN
31.05RumoRAIL3DividendosR$ 0,019
Fonte: Mais Retorno

Bancos: continuidade dos dividendos

Tradicionais pagadores de dividendos mensais, os gigantes financeiros como o Itaú, Bradesco e Santander entregam também lucros para o bolso do acionista em maio.

Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, ressalta que mesmo com o mercado estressado com o aumento dos juros - que, segundo o último Boletim Focus, deve fechar 2022 a 13,25% ao ano, o que é um fator que favorece os bancos - e a inflação "explodindo", os gigantes continuam sendo saudáveis no longo prazo e no pagamento de dividendos.

De acordo com Lage, para quem está entrando agora para investir em ações de empresas como Itaú, Bradesco e Santander é preciso ter calma e paciência, pois a "volatilidade vai ser grande".

Magalu: proventos obrigatórios

O avanço da Selic desde o ano passado vem "castigando" o desempenho do varejo. E isso também refletiu no pagamento de dividendos e JCP.

O Magazine Luiza, que está na lista de pagadores de maio, está distribuindo R$ 100 milhões, o que na visão de Moliterno, da Veedha, está próximo do patamar obrigatório.

"É uma distribuição de proventos essencial, obrigatória, pois a empresa vem enfrentando dificuldades por causa do enfraquecimento do varejo desde o ano passado".

Rodrigo Moliterno, da Veedha Investimentos

Lage, da Valor, aponta que os investidores estão cautelosos em relação aos papeis da empresa de Luiza Trajano, mas a recomendação é não fazer nenhuma movimentação com as ações. "O setor varejista e de tecnologia estão sendo prejudicados mundialmente", aponta.

O especialista refere-se ao ciclo de alta de juros iniciado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deve ganhar novos contornos a partir desta quarta-feira, 4, com a decisão da reunião de política monetária do Fomc (Copom americano) que deve resultar em uma alta de 0,50 ponto porcentual nos Fed Funds.

"O efeito dessa decisão ocorre em massa no mercado mundial, em vários setores e traz um risco sistêmico para a renda variável".

Virgílio Lage, da Valor Investimentos

Locadoras

Para Meirelles, os efeitos macroeconômicos no varejo também devem estar "pegando de frente" as locadoras de veículos.

Lage, da Valor, avalia que em tempos desafiadores, os consumidores acabam priorizando o consumo de produtos básicos, como eletricidade e alimentos.

"O consumidor deixa de alugar carro, mas não deixa de comer", ressalta o especialista. Por outro lado, o setor foi beneficiado pela falta de semicondutores no mercado mundial, o que comprometeu a produção de carros novos e favoreceu o segmento de veículos seminovos, no qual empresas como Localiza e Unidas - que pagam dividendos neste mês - participam.

Vale lembrar que no ano passado, os preços dos carros seminovos aumentaram cerca de 30%, assim como as vendas desse tipo de veículo.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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