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Economia

Como o temor da inflação nos EUA pode impactar o Brasil?

Expectativa é de que alta dos preços seja recorde dos últimos 40 anos na economia americana em 2022

Data de publicação:03/05/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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O impacto da pandemia causada pela covid-19 ainda segue vivo nos Estados Unidos quando o assunto é a economia. E mais precisamente na inflação dos EUA.

No ano passado, a taxa de inflação oficial do país atingiu cerca de 7% e a previsão da inflação para 2022 por lá é a mais alta nos últimos 40 anos, pressionando a cadeia produtiva e suas empresas. Essa alta pode impactar os juros nos EUA e, dentre outros fatores, levar recursos do Brasil e fazer com que os preços também subam por aqui. 

Inflação EUA
Inflação alta nos EUA pode pressionar os juros americanos e levar recursos daqui com alta dos preços brasileiros - Foto: Wirestock

Isso porque a pandemia gerou dois grandes problemas na economia americana. O primeiro foi a pausa na cadeia produtiva pelos lockdowns adotados pelo mundo, o que gerou atrasos nas cargas e descargas, e uma crise na cadeia global, ocasionando uma escassez de insumos e aumento dos preços dos mesmos. 

Além disso, os grandes estímulos monetários realizados pelo governo norte-americano, utilizados para combater os reflexos econômicos, aliados a uma taxa de juros beirando a zero por bastante tempo, resultaram em uma grande circulação de moeda no país, pressionando a inflação nos EUA.

Mas como essa taxa de juros baixa impacta a inflação?

Os bancos centrais ao redor do mundo têm como responsabilidade controlar a inflação e utilizam uma grande alavanca para isso, que são as taxas de juros.

Ao diminuir a taxa de juros, os órgãos reduzem o custo de crédito, colocando mais dinheiro nas ruas, estimulando compras e a economia. Isso, contudo, pode estimular também o aumento dos preços, a conhecida inflação.

Sendo assim, quando essa pressão inflacionária acontece, o banco central pode aumentar a taxa de juros do país, elevando também o custo de crédito, reduzindo a circulação de moeda e desestimulando o consumo, reduzindo, dessa forma, a inflação.

E como a taxa de juros dos EUA pode impactar o Brasil?

Os EUA são um país consolidado, com uma economia forte e inflação normalmente controlada. Dessa forma, as taxas de juros por lá se mantêm em faixas baixíssimas, já que o governo pode assim estimular a economia local, pois consegue manter os preços controlados.

Entretanto, países como o Brasil, com cenário político e econômico conturbados, tendem a ter taxas de juros mais altas.

Nesse cenário, os investidores se posicionam para realizar uma operação chamada de carry trade. Nessa modalidade, eles se aproveitam da "disparidade das disparidades" das taxas de juros e lucram com elas.

Na prática, eles tomam um empréstimo a baixo custo nos EUA, por exemplo, e investem esses recursos em países emergentes, como o Brasil, visando as suas taxas de juros mais atrativas. 

Dessa maneira, com o aumento da taxa de juros no Brasil, existe um grande fluxo cambial entrando no País, já que diversos investidores visam lucrar com essa operação. 

Agora, com uma pressão inflacionária nos EUA e um possível aumento na taxa de juros por lá, esse investimento deixa de ser tão atrativo, reduzindo o fluxo cambial e levando para cima o preço do dólar no Brasil. 

Essa alta, portanto, tem um impacto também nos preços praticados no Brasil, dado que produtos importados ficam mais caros e produtos produzidos por aqui ganham atratividade à exportação, o que deve fazer com que a inflação no Brasil também cresça. 

*Este artigo não reproduz necessariamente a opinião do portal Mais Retorno.

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Sobre o autor
Nicolau Eloy
Nicolau Eloy é empresário e fundador do portal BP Money

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