Ações da Magazine Luiza despencam mais de 8% após balanço apontar prejuízo no 4T21
O Ebtida da empresa no período ficou negativo em R$ 7,9 milhões
O Magazine Luiza apresentou lucro líquido de R$ 93 milhões no quarto trimestre de 2021, queda de 57,6% em relação ao mesmo período de 2020. Com a notícia, as ações da companhia despencam mais de 8% no pregão da Bolsa desta terça-feira, 11.
No resultado ajustado, que retira da conta os valores não recorrentes, houve prejuízo líquido de R$ 79 milhões, que reverteu o lucro líquido ajustado de R$ 232,1 milhões no mesmo período do ano passado.
Na linha do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o resultado foi negativo em R$ 7,9 milhões, ante R$ 504,7 milhões registrados um ano antes. O desempenho foi impactado positivamente por créditos fiscais.
A margem Ebitda ajustada da companhia, que mede a rentabilidade operacional da empresa, foi de 2,6%, bem abaixo dos 5,2% registrados um ano antes. Se considerado o valor sem ajuste, a margem foi negativa em 0,1%, ante os 5% positivos apresentados um ano antes.
Vendas mais fracas em lojas físicas
Segundo a gerente de relações com investidores do Magazine Luiza, Vanessa Rossini, essa queda de rentabilidade está relacionada com as vendas mais fracas em lojas físicas. Essa frente de vendas despencou 18% no trimestre em comparação com o mesmo período de 2020.
Com as vendas mais concentradas no online - que avançou 60% nas vendas de produtos de lojistas virtuais e 17% na venda de estoque próprio - houve "menor diluição das despesas de lojas", explica Rossini.
Ela diz ainda que pesou nas lojas físicas a conjuntura econômica do País, bem como uma base de comparação forte registrada um ano antes. No quarto trimestre de 2020, as vendas de lojas físicas cresceram 15,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2019.
"O cenário macroeconômico nos fez fazer ajustes táticos, sem mudar a estratégia", diz o vice-presidente de Negócios do Magazine Luiza, Eduardo Galanternick.
Ele explica que, por acreditar em crescimento com rentabilidade, a empresa não se dispõe a queimar caixa de forma deliberada para manter altos crescimentos.
Crescimento de novas categorias
Questionado a respeito da participação de produtos de menor valor agregado e maior recorrência, Galaternick afirma diz que novas categorias têm crescido no negócio.
"As categorias não tradicionais (que excluem eletroeletrônicos e eletrodomésticos na conta) representam 45% do GMV online na companhia. Desde produtos de tíquete mais baixo, até produtos do Kabum, que têm tíquete mais alto", afirma.
"Essas aquisições que fizemos, que eram a estratégia para aumentar essa penetração (de categorias não tradicionais) foi muito bem-sucedida. São negócios que não demandam grandes investimentos. A Netshoes, por exemplo, deu o maior lucro da história esse ano, com R$ 135 milhões. Essa estratégia vem cumprindo seu papel", complementa.
Ele argumenta que esse aumento foi "ofuscado" pelo crescimento das categorias tradicionais da empresa nos últimos dois anos.
"Crescemos no 1P (vendas online de estoques próprios e não de lojistas virtuais) 120% em dois anos", afirma. No quarto trimestre, porém, esse segmento avançou apenas 1% frente ao mesmo período de 2020. / com Agência Estado