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Mercado
Mercado Financeiro

Bolsa tem alta de 0,3% com divulgação de balanços corporativos; dólar cai

A Bolsa encerrou o pregão desta quinta-feira,6, em alta de 0,3%, aos 119.920,61 pontos, depois de um dia em que operou próximo à estabilidade alternando entre…

Data de publicação:06/05/2021 às 10:45 -
Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa encerrou o pregão desta quinta-feira,6, em alta de 0,3%, aos 119.920,61 pontos, depois de um dia em que operou próximo à estabilidade alternando entre perdas e ganhos. Os investidores absorvem balanços trimestrais das empresas, o noticiário político e a expectativa sobre a divulgação do volume de empregos em abril nos Estados Unidos, previsto para esta sexta-feira.

O dólar registrou nova queda. Hoje a moeda americana desvalorizou 1,62%% frente ao real e está cotada a R$ 5,278

Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

A temporada de balanços tem trazido resultados ora positivos, ora negativos, e o mercado vem reagindo a essas notícias, trazendo volatilidade aos índices.

De qualquer forma, a atenção dos investidores deve se manter voltada aos papéis das companhias que trazem hoje seus números ao longo do dia.

Nesta quinta-feira, a Ambev divulgou seus números dos três primeiros meses de 2021. A companhia obteve um lucro 125,7% maior em relação ao mesmo período do ano anterior. As ações da companhia reagiram bem à notícia e fecharam o dia em forte valorização, atingindo alta de 8,55%.

Em caminho oposto, os papéis da Braskem e do GPA contabilizam perdas após a divulgação de seus lucros trimestrais. As ações do Pão de Açúcar desvalorizavam 3,64%. Já os papéis da siderúrgica registraram baixa acentuada de 3,07%(BRKM3) e 2,28% (BRKM5).

A Azul também comunicou seus números, que apontaram um prejuízo de R$ 2,65 bilhões, cujo desempenho foi diretamente impactado pelos efeitos da segunda onda da pandemia da covid-19. As ações da companhia aérea desvalorizavam 2,18%.

A lista para esta quinta-feira também contempla a divulgação de resultados de empresas como Lojas AmericanasB2W,  Burger King, Banco BMG, JHSF, Ouro Fino, São Carlos, Sequóia Logística, Unicasa, entre outras.

Dólar em queda acentuada

O dólar à vista encerrou o dia em queda de 1,62%, cotado aos R$ 5,278. Atingiu mínima de R$ 5,25 no intraday e às 16h25, a moeda americana atingia perdas de 1,51% e estava sendo comercializada a R$ 5,286.

NY: índices em leve alta

Os contratos negociados nas bolsas de Nova York seguem nesta quinta-feira em leve subida, refletindo os reflexos dos indicadores econômicos, incluindo a divulgação do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana encerrada em 1º de maio.

O índice Dow Jones registrou com avanço de 0,93%. Já o S&P 500 apontou subida de 0,82% e Nasdaq, de 0,78%.

O volume de solicitações caiu em 92 mil, somando 498 mil solicitações, marca abaixo das expectativas dos analistas, que era de 527 mil.

O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 553 mil para 590 mil. Já o número de pedidos continuados teve alta de 37 mil na semana encerrada em 24 de abril, a 3,69 milhões.

O presidente americano Joe Biden disse, na véspera, sem entrar em detalhes, que pretende apoiar uma isenção de propriedade intelectual nos imunizantes contra o coronavírus, por meio da Organização Mundial de Comércio (OMC), diante da pandemia.

A ideia de países em desenvolvimento é facilitar a transferência de tecnologia e possibilitar a produção de vacinas em nações que estão atrás na corrida pela imunização. Com essa notícia, as ações das farmacêuticas no país registraram queda

Selic: aumento sem grandes impactos

A elevação da taxa básica de juros, a Selic, não deve gerar impactos nos mercados nesta quinta-feira, 6, de acordo com analistas. Primeiro, porque a nova alta de 0,75 ponto porcentual, que subiu a Selic para 3,50% ao ano, veio alinhada com as estimativas do mercado.

E, segundo, porque o Copom antecipou, como no comunicado do encontro anterior, que deve promover outro aumento da mesma magnitude na próxima reunião. A expectativa é que a decisão do Copom seja bem recebida pelos investidores, avaliam especialistas.

Os efeitos no mercado financeiro, sobretudo no segmento de ações, irão depender, com o tempo, do controle ou não das expectativas de inflação, analisa Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP Investimentos. Se a inflação for controlada e os juros permanecerem negativos, avalia, o cenário continuará favorável ao mercado de ações.

Para Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama, a decisão do Copom mostra comprometimento com a meta de inflação, o que é muito positivo, apesar das dúvidas com o cenário de recuperação da atividade.

O sócio da Aplix Investimentos, Igo Falcão, prevê que os mercados reagirão mais a outros fatores da ordem o dia, como a perspectiva de fatiamento da reforma tributária, o que abre a perspectiva, segundo ele, de que a reforma desta vez saia do papel. Essa possibilidade combinada com a alta da Selic pode manter o dólar em desvalorização, acredita Falcão.

O andamento dos trabalhos da CPI da Covid, no cenário doméstico, continuará dividindo a atenção dos mercados com o que ocorre no exterior, dizem os especialistas.

CPI da Covid: Teich na véspera

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouviu na véspera o ex-ministro Nelson Teich. Segundo ele, sua demissão do cargo, em maio do ano passado, estava ligada ao fato à falta de autonomia e pelas divergências sobre o uso da cloroquina em pacientes com o vírus.

O líder da minoria da Câmara, deputado federal Marcelo Freixo, afirmou que os depoimentos dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich "são provas cabais" de que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime contra a saúde pública.

"Os depoimentos de Teich e Mandetta são provas cabais de que Bolsonaro cometeu crime contra a saúde pública, infringindo o art. 132 do CP por 'expor a vida de outrem' ao recomendar medicamentos ineficazes que provocam efeitos colaterais graves e podem matar", escreveu Freixo em seu perfil no Twitter.

O ex-ministro Eduardo Pazuello deve ser ouvido no próximo dia 19.

Covid-19: média de mortes e vacinação

O Brasil registrou 2.791 novas mortes pela covid-19 no dia anterior. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 2.329, ainda em número bastante elevado, mas em ligeira queda recentemente - são 11 dias seguidos sem subir a marca.

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou na véspera a 33.404.333, o equivalente a 15,77% da população total.

Bolsas asiáticas fecham mistas

As bolsas da Ásia do Pacífico fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com os negócios voltando a ganhar liquidez, uma vez que os mercados do Japão e da China reabriram após três dias de feriados.

Na China continental, o tom foi negativo hoje. O Xangai Composto recuou 0,16%, a 3.441,28 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda de 0,97%, aos 2.276,58 pontos.

Já em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei subiu 1,80% em Tóquio, impulsionado por ações financeiras e de siderúrgicas, enquanto o Hang Seng avançou 0,77% em Hong Kong, aos 28.637,46 pontos.

O sul-coreano Kospi voltou de um feriado com ganho de 1% em Seul, aos 3.178,74 pontos, e o Taiex registrou alta de 0,90% em Taiwan, aos 16.994,36 pontos, interrompendo uma sequência de perdas que veio em meio a um novo surto de covid-19 na ilha.

Embora o ritmo da vacinação contra o novo coronavírus na Ásia seja lento, em relação ao dos EUA e da Europa, a recuperação da economia global alimenta otimismo sobre exportações e lucros de empresas que fazem negócios no exterior.

Em ata da reunião de política monetária de março, o Banco do Japão (BoJ) avaliou que o impacto negativo da covid-19 na economia mundial está provavelmente diminuindo.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, pressionada em especial pelo setor de tecnologia, que sofreu tombo de 3,6%, espelhando o fraco desempenho de ontem em Nova York de "giant techs" dos EUA, como Microsoft, Amazon e Facebook. O S&P/ASX 200 caiu 0,48% em Sydney, aos 7.061,70 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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