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Economia

Economia internacional: o que esperar de 2024?

Os últimos anos mostraram o quão ingrato é o trabalho de se fazer previsões, principalmente quando elas envolvem decisões financeiras.  Saiba mais sobre o que esperar da economia internacional em 2024.

Data de publicação:28/11/2023 às 20:55 -
Atualizado 5 meses atrás
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Os últimos anos mostraram o quão ingrato é o trabalho de se fazer previsões, principalmente quando elas envolvem decisões financeiras.  

Pandemias, guerras e catástrofes climáticas não costumam constar da lista quando os economistas traçam cenários mas, infelizmente, esses eventos estão se tornando cada vez mais frequentes. 

Ainda assim, isso não invalida o mérito de se atentar a alguns elementos para entender para onde o mundo (e o dinheiro) vai.

Eleições

O ano de 2024 contará com uma estatística inédita: 4,2 bilhões, ou algo em torno de mais da metade da população mundial, irão às urnas, sendo a eleição do futuro presidente dos EUA a de maior destaque.

Pesquisas atuais indicam que Donald Trump possui 33% de chance de ganhar, com as suas propostas de reduzir impostos para os norte-americanos e brigar com o resto do mundo, impondo tarifas adicionais.

Porém, ele nada diz sobre o endividamento dos EUA, que só cresce, ou o que pretende com a agenda climática depois de tantos subsídios para fontes renováveis.  Ambos são temas com impactos globais e que sequer contemplam a política externa, por exemplo.

Seja lá quem for que ganhe a eleição, é fato que o mundo não gira mais em torno dos EUA.

Caos geopolítico

O que duas guerras em dois anos ilustram é a falta de uma nova ordem mundial.  Hoje, as economias do G7 representam menos da metade do PIB mundial.  

No tabuleiro internacional, os países estão agindo em conjunto ou isoladamente, independentemente de qualquer esforço dos EUA em ditar as regras, diferentemente da década de 90, quando predominava a globalização.

Dito de outra forma, deixaram de ser atraídos por objetivos comuns como a economia de mercado e o comércio internacional integrado, arranjo impraticável para um mundo agora exposto a sanções de toda sorte.

Ganhará quem tiver mais a oferecer em termos de benefícios financeiros, mesmo que seja em outra moeda, como o yuan, por exemplo.

Nova guerra fria

A China, sem sombra de dúvidas, pretende preencher esse vácuo de liderança global.  Instrumentos para isso não faltam, seja via projetos de infraestrutura, como tem feito há anos, seja via reservas, como ilustra bem o caso da Argentina.

As oportunidades de negócios fazem jus ao seu tamanho.  Os chineses podem comprar os insumos que os russos não conseguem vender em outros mercados ou até mesmo ajudar Kiev a reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar.

Conseguirá novos parceiros explorando a ideia de continuidade, de um governo que cumpre o que se propõe a fazer, sem os riscos políticos de troca de poder a cada eleição.  

Nessa outra guerra (“guerra fria”), as alianças também importam e muito.  São elas que, entre outras coisas, ajudarão a China a aumentar a sua força militar e garantir o suprimento para a sua indústria bélica.

Novo mapa energético

O que as ondas de calor mostraram é que o consumo de energia aumenta quando há um evento climático, independentemente da fonte utilizada (renovável ou não).  

Seguindo essa lógica, continuará existindo a demanda por petróleo e gás, com todos os riscos geopolíticos associados às commodities energéticas, ao mesmo tempo em que se criará a infraestrutura necessária para a transição energética.

Assim, não será o caso de um (fóssil) ou o outro (renovável), mas de um e (também) o outro, criando a mesma dinâmica perversa e cíclica para as commodities metálicas, onde preços mais altos favorecem a abertura de novas minas que, quando concluídas, enfrentam um mercado já saturado.

Maldição das commodities

Independentemente da bonança, as riquezas minerais não estão em países que contam com algum fundo soberano, regras fiscais bem estabelecidas ou até mesmo uma organização a exemplo da OPEP para enfrentar a volatilidade

Além disso, vale lembrar que até mesmo nas economias desenvolvidas, dispostas a pagar qualquer preço para serem atendidas, a política industrial que tanto prezam será limitada por fatores climáticos.  

Não há eficiência produtiva que traga mais sol ou vento nas regiões onde esses recursos não são abundantes.

A verdade é que o futuro exigirá fôlego financeiro para um pouco de tudo: competitividade na extração de combustíveis fósseis e metais necessários à transição energética, além de crescimento econômico, que será cada vez mais dependente de fontes de energia essencialmente intermitentes.

Como fazer o encontro de contas é a grande questão, e não só para 2024.

Mais incerteza

Quão compatíveis são os altos juros e o alto endividamento público?  Se as taxas tendem a continuar altas por mais tempo, qual o prazo para que se dê a inflação como vencida?

Voltando ao início do texto, o ano que vem será de eleições, ocasião em que tudo pode acontecer, menos redução de gastos do governo.

Com o dólar mais valorizado internacionalmente, muitas economias poderiam inclusive crescer exportando mais, não fosse o ímpeto protecionista que hoje varre o mundo.  

Ou seja, economias que já enfrentavam dificuldades de financiamento externo desde a pandemia, seja porque devem ao FMI, seja porque foram socorridos pela China, podem não encontrar nenhuma porta aberta.

O resultado pode ser qualquer coisa entre golpes de Estado e mais revoltas populares, retroalimentando o caos geopolítico, já citado anteriormente.

Conclusão 

Com um mundo tão incerto, a inteligência artificial parece ser a única aposta para se ganhar dinheiro.  Iniciativas das mais diversas continuam surgindo diariamente, ainda que não saiba exatamente quais as aplicações práticas da tecnologia no mundo dos negócios. 

A princípio, espera-se um aumento de produtividade em áreas que não exijam a criatividade, uma característica inerente ao ser humano, como atendimento ao cliente, vendas, programação, além de pesquisa e desenvolvimento.  

Respostas estapafúrdias

Ainda assim, o investidor precisará de um certo critério nas suas escolhas.

Desconsiderando o ecossistema de empresas de tecnologia, ainda há muito receio com as falhas observadas em alguns casos.  Não pela falta de capacidade de processamento, mas pelos aprimoramentos que só virão a posteriori, dando margem para uma infinidade de respostas estapafúrdias.

Os prejuízos reputacionais são reais em um mundo que se informa e se relaciona via redes sociais e isso não poderia ser mais verdade para as concessionárias de serviços (energia, saneamento, telecomunicações, entre outros), conhecidas pela estabilidade de seus negócios e pelos bons dividendos, independentemente do desempenho da economia. 

Mas, enquanto a adoção em massa não ocorre, é bom prestar atenção nas áreas em que a inteligência artificial pode causar muitos problemas e mais reviravoltas: eleições e mercado de trabalho. 

Sobre o autor
Nohad Harati
Possui MBA em Finanças e LLM em Direito do Mercado Financeiro (ambos pelo Insper/SP). É gestora de uma carteira proprietária, além de ser responsável por um Family Office.

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