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Economia

Aperto monetário do Fed abre nova perspectiva de valorização do dólar frente ao real em maio

Cenário doméstico também contribuirá para a alta no período

Data de publicação:09/05/2022 às 00:30 -
Atualizado um ano atrás
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Após fechar o mês de abril com alta de 3,85%, o dólar deve ter um novo mês de valorização perante o real em maio. Esse movimento é impulsionado pelo aumento de 0,50 ponto porcentual aplicado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao juro básico da economia dos EUA.

O movimento fortalece a moeda americana diante das divisas de outros países, sobretudo frente às dos emergentes. No Brasil, por exemplo, a cotação do dólar voltou a ficar acima do patamar de R$ 5.

dólar
Dólar deve valorizar novamente no mês de maio, segundo o BTG Pactual - Foto: Envato

De acordo com relatório do BTG Pactual sobre o câmbio para maio, o que reforça essa tese é que a primeira alta de 50 bps nos Fed Funds não será a primeira e nem a última, segundo sinalizado pela autoridade monetária americana, indicando que vem vindo aí pelo menos mais dois aumentos próximos dessa magnitude.

Outro fator que se soma a esse quadro de elevação dos juros nos EUA é o anúncio do início da redução do balanço do Fed a partir de 1 de junho, medida complementar ao aperto moentário.

“Nossa visão sobre o ciclo de fed funds rate contempla mais quatro elevações de 50 bps nas próximas reuniões, seguido de uma alta de 25 bps na última reunião, encerrando 2022 com uma taxa média de 3,125%. O quadro de juros nos EUA é um dos vetores contrários para o real e as demais moedas emergentes”, avalia o banco.

BTG Pactual, em relatório

Cenário doméstico: riscos fiscais

No ambiente doméstico, o BTG estima que o final do ciclo de ajuste de alta da Selic deve ocorrer na reunião do Copom em junho, porém os riscos fiscais podem tornar o mercado de juros domésticos menos atrativo aos investidores externos.

“Acreditamos que o Copom fará um ajuste de 50 bps na reunião de junho, encerrando o ciclo de ajuste da Selic em 13,25% ao ano, patamar atrativo para os investidores estrangeiros. Entretanto, os riscos fiscais voltaram ao protagonismo do debate econômico doméstico, com a questão dos reajustes salariais dos servidores ainda indefinida”, analisa o BTG.

BTG Pactual

Para os especialistas da casa, “a definição de novos compromissos para o governo pode contratar novos movimentos de depreciação do real”.

Curva de juros: EUA e Brasil

Segundo o relatório do BTG, o movimento da política monetária do Fed é compatível com a continuidade do movimento de abertura da curva de juros norte-americana, “que deve levar o vértice de 10 anos para próximo de 3,2%”.

“Este cenário sugere depreciação do real à frente e valorização do dólar, visto que a diferença entre os juros do Brasil e EUA deve diminuir, impactando a taxa de câmbio”, enfatiza o banco.

Em relação à curva de juros no Brasil, a postura do BTG é de reavaliação do cenário após a divulgação da ata do último encontro. “Além disso, acreditamos que a taxa Selic encerrará 2023 em 9,75% ao ano, projeção com viés de alta, o que pode mudar a inclinação da curva de juros”.

Commodities

Outros movimentos que favorecem a valorização do dólar ante o real no período, de acordo com o BTG, é a nova alta das commodities, após ter surfado uma onda de superciclo.

“As commodities apresentaram nova alta nos últimos 30 dias, mas em menor magnitude que outros períodos deste ano. O petróleo apresentou valorização, mas o minério de ferro caiu. Entre as soft commodities, os movimentos foram mistos", destaca a casa de análises.

Dólar x inflação x Selic

Na ferramenta Comparador de Ativos da Mais Retorno, foi feito um estudo de desempenho entre o dólar, inflação e Selic. Confira:

dólar real
Fonte: Mais Retorno
dólar real
Foto: Reprodução

Projeção para 2022

Para 2022, os economistas do BTG mantiveram sua projeção para a relação dólar e real a R$ 4,80. Porém, eles destacam que o balanço de riscos “se tornou mais pessimista na margem, principalmente devido ao quadro internacional mais desafiador para países emergentes”.

“Nossa visão para a trajetória da taxa de câmbio entre o dólar e o real em 2022 contempla movimento de desvalorização da moeda brasileira devido ao aperto da política monetária do Federal Reserve. Este vetor será, a partir de novembro, contrabalanceado pela redução da incerteza doméstica e pelo preço elevado das commodities, em linha com nossa estimativa de balança comercial com superávit de US$ 76 bilhões”, conclui o banco.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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