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Livros
Economia

Os melhores livros de economia e finanças para entender os desafios da atualidade

Entre os indicados está 'A Economia dos Pobres', dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia em 2019

Data de publicação:21/12/2022 às 11:00 -
Atualizado um ano atrás
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Auxílio reduz a pobreza?  Riqueza é sinônimo de felicidade? Existe dinheiro fácil?  O objetivo do último artigo de 2022 é apontar alguns livros de economia e finanças que elucidam essas e outras questões que circulam sem muito critério nas redes sociais.

Redução da pobreza

No período entre 1998 e 2018, a quantidade de pessoas vivendo na absoluta pobreza diminuiu pela metade.  Naquela época, pouco se falava sobre auxílio ou de uma renda básica universal. A verdade é que não existe uma fórmula mágica, mas alguns fatores devem ser levados em consideração.

Livros
Livros indicados envolvem políticas públicas, crescimento econômico e finanças pessoais

O primeiro deles é a infinidade de mitos e poucos fatos concretos. Para dominar o assunto, nada como testar na prática. Esther Duflo e Abhijit Banerjee, economistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e vencedores do Nobel de Economia de 2019 retratam exatamente isso no livro A Economia dos Pobres: Uma nova visão sobre a desigualdade.

Como base para o seu trabalho, evidências de que as camadas menos favorecidas da população são tratadas como um mero número, que sobe ou desce de acordo com um determinado indicador mundialmente aceito. Não por outro motivo, a falha na concepção de programas endereçados a elas.

Indo a campo

Mais do que comparar os resultados obtidos em grupos escolhidos aleatoriamente para se determinar se uma ideia teria mais chances de vingar, o propósito dos estudos era entender a forma como pensavam e tomavam as suas decisões.

Percebeu-se que estavam expostos aos mesmos elementos que afetam as outras classes sociais (como a procrastinação, por exemplo), ainda que derrubasse o aspecto da dependência.  Como são mais vulneráveis, sabem que contam apenas com o próprio esforço.

Apesar dos autores não terem uma resposta para endereçar o mau uso dos recursos, apresentam as boas práticas para que sejam “gastos corretamente” e não apenas “gastos”.  Trata-se de uma leitura obrigatória para quem não domina alguns conceitos básicos de economia.

Utopia existe?

De um modo geral, pode-se dizer que os grandes eventos do século passado foram moldados por fatores puramente econômicos, decorrentes do impacto cumulativo dos avanços tecnológicos.  Como resultado, a criação das  coporações, o desenvolvimento da atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e, não menos importante, a globalização.

Mesmo com a sociedade tornando-se mais rica, constatou-se que não houve a tão desejada paz e harmonia coletiva.  Ao longo da história, observa-se a relação de forças entre duas correntes econômicas distintas: 

  • O livre mercado, como defendido por Friedrich von Hayek
  • O mercado a serviço do homem, como argumentava Karl Polanyi.

Nos anos que antecederam a primeira guerra mundial, havia um mercado pujante, mas também muita desigualdade.  Isso fez com que a sociedade exigisse mudanças e cobrasse a criação de redes de proteção social. 

Com o final da guerra, o mundo se dividiu entre extremos: socialismo de um lado e a Grande Depressão do outro.

Procurando pela perfeição

Porém, quando a segunda guerra mundial acabou, houve algo diferente: uma convergência, com economias de mercado garantindo o acesso a serviços públicos básicos, além da crença de que governos deveriam, a todo custo, evitar períodos de recessão.

O crescimento veio nos 30 anos seguintes mas, com o choque do petróleo da década de 70, impostos mais baixos e políticas neoliberais ganharam destaque  ("Reaganomics").  Entretanto, contrariando as expectativas, isso não gerou um boom de crescimento, aumentando a desigualdade, o que predominou até a crise financeira de 2008.

Slouching Towards Utopia: An Economic History of the Twentieth Century (“Relaxando em Direção à Utopia: A História Econômica do Século Vinte”, em tradução livre) de Bradford DeLong, economista de Berkeley, destrincha a realidade nua e crua: o crescimento econômico pode ser tudo, menos perfeito.

Fraude financeira 

implosão da FTX  é só o caso mais recente.  Na maioria da vezes, a empolgação em torno de um determinado setor impossibilita que se vejam os problemas.

A Wirecard, uma empresa alemã responsável por processar pagamentos, chegou a fazer parte do principal índice de ações do país (DAX) em 2018, ocasião em que o seu valor de mercado ultrapassou € 20 bilhões.

Acima de qualquer suspeita

O fato de se tratar de uma empresa europeia e de ter recebido a benção do SoftBank com um aporte de US$ 1 bilhão no ano seguinte a colocou acima de qualquer suspeita.  Isso quer dizer que, mesmo com a contabilidade já não tão consistente, os analistas de mercado continuavam indicando as suas ações.

A verdade é que até mesmo as autoridades faziam vista grossa, dada a sua importância.  O escândalo só veio à tona quando a empresa contratada para fazer a auditoria (KPMG) identificou um buraco de quase € 2 bilhões.

Money Men (“Os Homens do Dinheiro”, em tradução livre) de Dan McCrum, mostra que, apesar de alguns gestores de recursos terem percebido a farsa, precisaram manter as suas posições vendidas por bastante tempo até que finalmente ganhassem dinheiro. 

Conclusão

Os temas abordados são universais.  Envolvem a elaboração de políticas públicas, modelos de desenvolvimento econômico e finanças pessoais.  Todos impactados pelo mercado de energia, virado do avesso com a invasão da Ucrânia pela Rússia.  Fundamental para que qualquer coisa seja feita, a energia literalmente move o mundo. 

Ao mesmo tempo em que coloca os países em uma situação bastante vulnerável com importações mais caras, desvalorização cambial e aumento do endividamento público, ela não é passível de total substituição por fontes renováveis que, acima de tudo, estão sujeitas às mudanças climaticas.

Com os juros subindo no mundo, o dinheiro se tornou escasso para governos, que precisam gastar melhor, empresas, que voltarão aos seus negócios principais e pessoas, que não contarão com a opção da alavancagem seja para financiar o seu estilo de vida, seja para fazer apostas arriscadas.

Aproveitar o período de festas, independentemente de onde estiver, e se orientar sobre os fundamentos econômicos dos próximos anos, muito diferentes daqueles que prevaleceram durante a última década, é a melhor forma de entender o mundo exatamente como ele é, sem radicalismos, excessos ou ilusão.

Feliz 2023.

Sobre o autor
Nohad Harati
Possui MBA em Finanças e LLM em Direito do Mercado Financeiro (ambos pelo Insper/SP). É gestora de uma carteira proprietária, além de ser responsável por um Family Office.

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