Recessão
O que é Recessão econômica?
Recessão é o ambiente econômico caracterizado pela queda geral da atividade, seja ela local ou até mesmo global. Porém, para que ela seja identificada como tal, há a necessidade de que perdure por mais do que alguns meses.
Assim, a recessão é o crescimento negativo do PIB, por 2 ou mais trimestres consecutivos. Trata-se de um fenômeno bastante comum, mesmo em longos períodos de crescimento econômico. Isso deve-se à natureza cíclica da economia, que intercala o desenvolvimento com alguns períodos de retração.
Apesar de temporária, seus efeitos podem ser permanentes. Negócios e infraestrutura que se tornam obsoletos ou qualificações que perdem a sua utilidade não são prontamente reaproveitados em outras áreas da economia.
Na ocorrência de uma recessão, outros problemas se acumulam:
- Aumento dos índices de inadimplência;
- Aumento dos gastos governamentais, em um momento de menor arrecadação;
- Descontentamento popular.
Longos períodos recessivos normalmente geram a troca de poder. Isso foi constatado nas eleições de vários países, inclusive no Brasil, que passou por uma recessão entre o segundo trimestre de 2014 e o final de 2016.
É possível prever uma recessão?
Uma recessão não pode ser prevista. Essa é uma das maiores limitações dos estudos econométricos. Dito isso, existem algumas ferramentas que podem sinalizar ou confirmar a sua existência:
- Indicadores antecedentes: a exemplo dos indicadores que medem as expectativas de gerentes de compras, mostram mudanças na economia;
- Indicadores oficiais: são os indicadores mensurados regularmente pelos órgãos do governo para a apuração do PIB. Grandes oscilações nos seus números podem indicar a sua tendência;
- Demais indicadores: confirmam um cenário de recessão, a exemplo dos indicadores do mercado de trabalho.
Recentemente, passou-se a usar a curva de juros norte-americana como indicador de uma recessão. Quando as taxas mais longas estão abaixo das taxas mais curtas, diz-se que a curva está “invertida”.
O que isso significa é que os agentes do mercado financeiro preveem menor crescimento no futuro, o que justificaria a redução das taxas. Esse raciocínio é decorrente do aumento do protecionismo que, por meio da aplicação de tarifas, aumenta a incerteza, reduz as correntes de comércio e desestimula os investimentos.
Quais os fatores responsáveis por desencadear uma recessão?
Várias correntes econômicas tentam explicar como o sistema econômico falha em alguns momentos, mesmo quando há crescimento de longo prazo:
Ruptura no ambiente de negócios
A ocorrência de “choques” (fatores não previstos) que afetam todos os negócios na economia. Um exemplo é o conflito geopolítico que encarece os preços do petróleo e de seus derivados para todos os agentes. Esse também é o caso da internet, que revolucionou o mundo e tornou extintas algumas práticas de negócios.
Mercado de crédito
Durante o crescimento econômico, existe uma grande oferta de crédito, que faz com que os agentes assumam riscos excessivos em seus negócios. A recessão seria o resultado desse processo. Seus impactos são agravados pela reversão do crédito, justamente no momento em que ele é imprescindível para estimular a economia.
O Monetarismo se ampara nessa visão, mostrando como a oferta de moeda pode neutralizar esse efeito.
Exuberância excessiva
Os excessos de otimismo levam ao pessimismo extremo dada a natureza do ser humano. O Keynesianismo se fundamentou nessa questão: o ímpeto empresarial é minado com a redução do investimento, que leva inevitavelmente às demissões em massa, criando uma profecia autorrealizável de menor renda e consumo.
Por que as recessões são representadas pelas letras V, U, L e W?
Essas letras mostram como a curva do PIB evolui ao longo do tempo:
- V: indica movimentos abruptos de retração e recuperação;
- U: recessão prolongada antes de uma recuperação;
- L: recessão e ausência de crescimento por muitos anos (é a depressão, propriamente dita);
- W: é o “duplo mergulho”, quando a economia entra em recessão, se recupera brevemente e novamente entra em recessão.