Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quarta-feira, 23 de março
Representantes dos principais BCs do mundo participam de evento na Europa
Após fechar em alta na véspera, contabilizando o quinto pregão positivo consecutivo, a Bolsa abriu entre perdas e ganhos nesta quarta-feira, 23, mas acabou engatando alta. Às 14h23, o Ibovespa subia 0,21%, aos 117.513pontos, e o dólar caía 1,32%, cotado a R$ 4,850.
Os ajustes da moeda americana precificam a valorização de mais de 5% do petróleo em meio ao impasse sobre acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, o que beneficia moedas de países emergentes e exportadores de commodities. As ações da Petrobras sobem mais de 2% no pregão, seguida pelas demais gigantes do setor.
Por outro lado, dá fôlego também à inflação mundial e no Brasil, aumentando a necessidade de altas de juros por bancos centrais de países desenvolvidos e emergentes para conter a escalada dos preços.
Alguns operadores não descartam continuidade de ingressos de fluxo de investidores estrangeiros. O ajuste de baixa amplia cinco dias de perdas seguidas do dólar, acumuladas em 4,73% até o fechamento do dia anterior.
Discursos dos dirigentes dos BCs mundiais no radar
Em dia de agenda esvaziada, os investidores se voltam para os discursos dos dirigentes dos Bancos Centrais brasileiro, americano e europeu, em busca de novas pistas sobre a política monetária dos países.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Largarde e o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey participam de evento BIS Innovation Summit.
Os discursos são aguardados pelo mercado, principalmente após Powell dar declarações mais duras, ao dizer que o Fed está pronto para elevar os juros em mais do que 0,25 ponto porcentual da semana passada, se for necessário, para controlar a inflação.
No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Durante a manhã, Campos Neto disse que deveria haver preocupação sobre como fazer política fiscal em ambiente de incerteza" e que "estamos num ambiente de incerteza bastante prolongado.
Além disso, enfatizou que o pico da inflação em 12 meses deve ocorrer em abril, mas não chegou a mencionar valores. “A gente estima que o número de curto prazo seja um pouco mais alto do que a gente tinha imaginado anteriormente. A gente tem um problema de inflação mais grave no mundo, alguns países começaram a perceber isso", completou.
Os investidores seguem de olho nas declarações do dirigente após a divulgação da ata da última reunião do Copom, publicada na véspera, cujo teor foi considerado “leve”, ao reiterar uma alta de 1 ponto porcentual na próxima reunião do colegiado.
Apesar disso, o BC deixou claro que também pode adotar uma política monetária mais contracionista se a inflação não ceder.
Juros futuros
Os juros futuros operam em baixa nesta quarta-feira, diante da alta do petróleo, que alimenta os temores com a inflação, e de queda do dólar ante o real.
Às 14h07 , a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caía para 11,79%, de 11,85% na abertura. O DI para janeiro de 2025 recuava a 11,98%, de 12,07%, e o vencimento para janeiro de 2023 subia a 12,93, de 12,95%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Lojas Renner (LREN3) | +5,63% |
Grupo Soma (SOMA3) | +5,02% |
CVC (CVCB3) | +4,81% |
Cyreka (CYRE3) | +3,63% |
Magazine Luiza (MGLU3) | +2,58% |
Maiores baixas
Fleury (FLRY3) | -4,01% |
Minerva (BEEF3) | -2,75% |
Copel (CPLE6) | -3,06% |
Suzano (SUZB3) | -2,38% |
BRF (BRFS3) | -2,03% |
Exterior
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -0,94%
- Dow Jones: -1,15%
- Nasdaq 100: -0,87% (dados atualizados às 14h33)
Bolsas europeias fecham em queda acentuada
Com a guerra da Ucrânia no radar, as bolsas europeias fecharam em queda acentuada nesta quarta-feira. Com um acordo de cessar-fogo longe de ser concretizado e o conflito com a Rússia se aproximando de completar um mês, as sanções internacionais contra o país de Vladimir Putin seguem em discussão no bloco.
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), anunciou hoje que empresas do bloco afetadas por sanções impostas à Rússia poderão receber ajuda estatal de até 400 mil euros e compensação equivalente a até 30% dos custos de energia, segundo regras temporárias estabelecidas pela EU para lidar com a crise gerada com o conflito.
"Essas sanções também têm impacto na economia europeia e continuarão tendo nos próximos meses", disse a vice-presidente da Comissão, Margrethe Vestager, em comunicado. "Precisamos mitigar o impacto econômico dessa guerra e apoiar as empresas e setores fortemente afetados", acrescentou. As regras temporárias ficarão em vigor até o fim do ano.
Durante a manhã, os investidores também ficaram por dentro de alguns dados econômicos da região. De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unidos subiu 6,2% em fevereiro ante igual mês do ano passado, acelerando significativamente em relação ao ganho observado em janeiro.
O resultado de fevereiro, o mais alto desde 1992, superou a expectativa dos analistas, que previam acréscimo de 6%, e afastou ainda mais a inflação britânica da meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que é de uma taxa de 2%.
Em relação a janeiro, o CPI do Reino Unido avançou 0,8% em fevereiro. Neste caso, a projeção era de aumento de 0,6%.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -1,01% (454,02 pontos)
- DAX (Frankfurt): -1,31% (14.283 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -0,22% (7.460 pontos)
- CAC 40 (Paris): -1,17% (6.581 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em alta
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quarta-feira, acompanhando o tom positivo de Wall Street na véspera.
O apetite por risco na Ásia veio após as bolsas de Nova York encerrarem os negócios de ontem com ganhos significativos, graças a ações do setor bancário, que se beneficia com a perspectiva de aperto monetário nos EUA, e de tecnologia. / com Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Nikkei (Tóquio): +3,00% (28.040 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): +1,21% (22.154 pontos)
- Kospi (Seul): +0,92% (2.735 pontos)
- Taiex (Taiwan): +0,98% (17.731 pontos)
- Xangai Composto (China continental): +0,34% (3.271 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): +0,54% (2.163 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): +0,50% (7.377 pontos)