Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 11 de abril
Investidores repercutem pressão inflacionária pelo mundo, monitoram guerra e estão de olho no cenário doméstico
Dando início a uma semana mais curta por conta do feriado de Sexta-Feira Santa, a Bolsa opera em queda nesta segunda-feira, 11, na mesma toada negativa que predomina no exterior. Às 14h28, o Ibovespa recuava 0,84%, aos 117.326 pontos, e o dólar apresentava alta residual, de 0,02%, cotado a R$ 4,71.
No Brasil, os investidores seguem repercutindo a inflação mais forte de março, divulgada na última sexta-feira, 8, e digerem as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de evento durante a manhã, para buscar novas pistas sobre a política monetária do País.
Campos Neto disse que tem havido surpresas inflacionárias em diversos países e que "estamos analisando a surpresa no IPCA e ver se muda algo na tendência".
O presidente do BC argumentou que a inflação de núcleos no Brasil está na média de outros países emergentes e voltou a dizer que a tendência é muito alta em todo o mundo.
"Essa semana tivemos divulgação de índices inflacionários altos, com surpresa grande no Chile, Colômbia, Europa e China. Muitas inflações que rodavam 0,10% ou 0,15% por mês estão rodando perto de 1,0% em vários países. Nos Estados Unidos, a inflação tem subido bastante e ainda há alta encomendada em imóveis e aluguéis".
Roberto Campos Neto, presidente do BC, em videoconferência
Até agora o BC vem sinalizando que seu plano de voo é parar com o aperto monetário em maio, após uma alta de 100 pontos-base da Selic, para 12,75% ao ano.
Mais cedo, o Banco Safra aumentou também a sua projeção de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, de 5,8% para 6,8%. Para os economistas do banco, os dados do primeiro trimestre sugerem um resultado "bem acima" do teto da meta no ano.
"A recente apreciação do câmbio apenas ameniza a elevação no preço das commodities e as consequências da continuidade de problemas nas cadeias de produção de bens. Os bens industriais também devem ser afetados pelo impacto das medidas de restrição à mobilidade na China sobre as exportações do país, assim como pela inércia inflacionária, com a persistência de transmitir os aumentos dos preços do atacado para o varejo".
Banco Safra, em relatório
Além disso, segue em curso a greve dos servidores do Banco Central, cuja paralisação segue afetando a divulgação de informações econômicas, como é o caso do Boletim Focus, publicado todas as segundas-feiras, no início da manhã.
No ambiente micro, os destaques ficam por conta da Petrobras, cuja assembleia de acionistas ocorrerá na quarta-feira, 13, e que tem como principal tema a eleição do conselho de administração da petroleira.
Juros futuros
Os juros futuros começaram a sessão estáveis nesta segunda-feira, mas depois renovaram máximas e chegaram a avançar 25 pontos-base após Campos Neto sinalizar que o BC está "analisando a surpresa no IPCA para ver se muda algo na tendência", segundo traders. Durante à tarde, seguem em alta.
Por volta das 14h, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subia para 11,60%, de 11,53% na abertura do dia. O DI para janeiro de 2025 subia para 11,93%, de 11,77%, e o para janeiro de 2023 subia para 13,07%, de 12,95%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Ambev (ABEV3) | +3,15% |
Braskem (BRKM5) | +1,90% |
Energias do BR (ENBR3) | +1,46% |
Azul (AZUL4) | +1,26% |
CPFL (CPFE3) | +1,12% |
Maiores baixas
BRF (BRFS3) | -5,85% |
Cogna (COGN3) | -5,30% |
Minerva (BEEF3) | -4,33% |
Weg (WEGE3) | -3,81% |
B3 (B3SA3) | -3,59% |
Mercado externo: discursos do Fed, inflação e balanços
No ambiente internacional, as atenções se voltam para Wall Street, com novos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), como o presidente da autoridade monetária de Chicago e da integrante do conselho, Michelle Bowman.
As falas seguem sendo acompanhadas de perto após o Fed ter divulgado a ata da última reunião do Fomc (Copom americano) que trouxe um tom mais duro na condução da política monetária americana. A ideia é tentar identificar novas pistas que sinalizem passos do BC americano sobre o ciclo de alta de juros.
Nesta terça-feira, 12, será divulgada a inflação de março dos EUA (CPI, na sigla em inglês), outro dado bastante monitorado, principalmente após o país de Joe Biden atingir o maior nível inflacionário dos últimos 40 anos.
Nesta semana também tem início no país a divulgação da temporada de balanços referente aos resultados do primeiro trimestre deste ano, com a publicação dos lucros dos gigantes financeiros como JPMorgan, Citi, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Wells Fargo.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -1,34%
- Dow Jones: -0,76%
- Nasdaq 100: -1,64% (dados atualizados às 14h25)
Na zona do euro, as bolsas fecharam em queda nesta segunda-feira. Os investidores acompanharam os desdobramentos da guerra na Ucrânia – ainda sem sinais de acordo de um cessar-fogo com a Rússia – e repercutiu dados econômicos do Reino Unido, como o crescimento do PIB de 0,1% em fevereiro ante janeiro – abaixo dos 0,2% esperados pelo mercado – e a queda de 0,6% da produção industrial em fevereiro, ante consenso de expansão de 0,2%.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -0,59% (458,26 pontos)
- DAX (Frankfurt): -0,78% (14.192 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -0,67% (7,618 pontos
- CAC 40 (Paris): +0,12% (6.555 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em baixa com inflação chinesa acima do esperado
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira, após dados de inflação da China virem acima do esperado, num momento em que a segunda maior economia do mundo enfrenta uma nova onda de covid-19.
A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da China acelerou para 1,5% em março, superando as expectativas, em meio aos efeitos de medidas de Pequim para controlar os últimos surtos de covid-19 e de um recente salto nos preços de energia, motivado pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Já a taxa anual de inflação ao produtor (PPI) chinês perdeu força no mês passado, a 8,3%, mas também ficou acima do previsto.
O apetite por risco na região asiática também é comprometido pela perspectiva de que Fed acelere a retirada de seus estímulos monetários, fator que vem pressionando as bolsas de Nova York. A indefinição do conflito russo-ucraniano também inspira cautela na Ásia. / com Agência Estado
Fechamento
- Xangai Composto (China continental): -2,61% (3.167 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -3,33% (2.011 pontos)
- Nikkei (Tóquio): -0,61% (26.821 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): -3,03% (21.208 pontos)
- Kospi (Seul): -0,27% (2.693 pontos)
- Taiex (Taiwan): -1,37% (17.048 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): +0,10% (7.485 pontos)