Mercado ao vivo: acompanhe a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira
Confira as movimentações do mercado
Na contramão dos mercados internacionais, a Bolsa de Valores brasileira abriu e opera em alta nesta quinta-feira, 06, em um movimento de recuperação após três pregões consecutivos de queda. A valorização do Ibovespa, que às 15h avançava 0,73%, aos 101.743pontos, é puxada pelas empresas ligadas às commodities, com destaque para o minério de ferro e petróleo, que vivem um dia de alta no exterior.
Na véspera, a Bolsa caiu ao patamar dos 101 mil pontos na esteira da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - que está impactando negativamente os mercados a nível global. O comitê de política monetária do Fed adotou um tom mais duro e sinalizou que pode elevar a taxa de juros americana em 0,25 ponto percentual já em sua próxima reunião, marcada para março.
O dólar opera com volatilidade nesta quinta-feira com os investidores digerindo a ata do Fed. Às 15h, a moeda americana registrava queda de 0,26%, cotada a R$ 5,69. Considerado uma moeda forte, o dólar tende a continuar em patamares elevados em decorrência das expectativas de altas nos juros nos EUA, o que beneficia os títulos públicos americanos e leva os investidores a retirarem seus recursos de ativos de risco, principalmente em países emergentes.
"Conforme levantamento da Bloomberg, os mercados passaram a precificar uma chance de 80% de um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião do Fed em março. Agora pouco, o rendimento dos Treasuries (títulos da dívida americana) de 10 anos subia para 1,73%".
Análise do BTG Pactual Digital
Curva de juros futuros no Brasil
Influenciada por um resultado mais fraco da produção industrial brasileira em novembro, a curva de juros futuros opera majoritariamente em baixa neste pregão, o que também contribui para um desempenho positivo da Bolsa. Às 11h41, os contratos que apresentavam as quedas mais expressivas eram os com o vencimento para abril de 2023 e setembro e 2024, ambos com uma queda de 0,12%.
A produção industrial caiu 0,2% em novembro ante outubro de 2021, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio pior que a mediana (+0,2%) das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 2,7% a alta de 1,1%. Este é o sexto mês de queda.
Em relação a novembro de 2020, a produção caiu 4,4%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um recuo de 8,2% a 2,7%, com mediana negativa de 4,1%. A indústria acumula alta de 4,7% no ano de 2021. Em 12 meses, a produção tem aumento de 5,0%.
Sobe e desce na Bolsa
A Vale e a Petrobras, empresas com os maiores pesos na composição do Ibovespa (cerca de 15% e 11%, respectivamente), são as principais responsáveis por puxar a Bolsa para cima neste pregão. Às 11h55, as ações da mineradora subiam 1,82% e as da petroleira, 1,92%.
Maiores altas do dia na Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Banco Inter | BIDI11 | +4,57% |
Carrefour | CRFB3 | +4,15% |
PetroRio | PRIO3 | +4,16% |
Banco Pan | BPAN4 | +2,75% |
Fleury | FLRY3 | +2,64% |
Maiores baixas do dia na Bolsa
Empresa | Código | Variação |
BR Malls | BRML3 | -1,72% |
Rumo | RAIL3 | -1,63% |
Copel | CPLE6 | -1,43% |
Via | VIIA3 | -1,31% |
Positivo | POSI3 | -1,11% |
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Estados Unidos: além da ata do Fed
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 7 mil na semana encerrada em 1º de janeiro, a 207 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho americano. O resultado ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam 195 mil solicitações.
O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 198 mil a 200 mil. Já o número de pedidos continuados apresentou subiu 36 mil na semana encerrada em 25 de dezembro, a 1,754 milhões. Este indicador é divulgado com uma semana de atraso.
Agora, os investidores seguem na expectativa para a divulgação dos dados de geração de emprego nos EUA (payroll) nesta sexta-feira, 07.
Desempenho das bolsas americanas
As principais bolsas americanas operam com bastante volatilidade no início deste pregão, com o mercado em parte repercutindo a ata do Fed e, em outra, com os investidores aproveitando a forte desvalorização de alguns papéis na véspera para ir às compras.
Às 11h49, os principais índices americanos registravam as seguintes variações:
- S&P 500: alta de 0,11%
- Dow Jones: baixa de 0,12%
- Nasdaq 100: alta de 0,18%
Europa: dados econômicos do Reino Unido
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do Reino Unido caiu de 58,5 em novembro para 53,6 em dezembro, atingindo o menor nível desde fevereiro do ano passado, segundo dados finais divulgados nesta quinta-feira pela IHS Markit em parceria com a CIPS. O resultado, porém, ficou acima da leitura preliminar de dezembro, de 53,2, e também da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 52,9.
Já o PMI composto britânico, que engloba serviços e indústria, recuou de 57,6 para 53,6 no mesmo período. Também neste caso, a estimativa prévia havia sido menor, de 53,2. Apesar da queda dos PMIs, as leituras acima de 50 seguem mostrando expansão da atividade econômica no Reino Unido, ainda que em ritmo mais fraco.
Desempenho das bolsas europeias
Apesar dos dados no Reino Unido virem acima do esperado, as bolsas europeias operam em baixa nesta quinta-feira, com os mercados repercutindo o tom mais duro da ata do Fed.
Às 11h16, os principais índices do continente registravam as seguintes variações:
- Stoxx 600 (índice pan-europeu): baixa de 1,19%
- FTSE 100 (Londres): baixa de 0,84%
- DAX (Alemanha): baixa de 1,06%
- CAC 40 (França): baixa de 1,34%
- FTSE MIB (Itália): baixa de 1,05%%
- Ibex 35 (Espanha): baixa de 0,54%
- PSI 20 (Portugal): baixa de 1,14%
Na Ásia, bolsas fecham em baixa na esteira da ata do Fed
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, 6, seguindo os mercados acionários de Nova York, que ontem caíram de forma significativa após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalizar que poderá elevar suas taxas de juros antes do esperado.
- Nikkei (Japão): baixa de 2,88%
- Kospi (Coréia do Sul): baixa de 1,13%
- Taiex (Taiwan): baixa de 0,71%
- Xangai Composto (China continental): baixa de 0,25%
- Shenzhen Composto (China continental): baixa de 0,10%
- Hang Seng (Hong Kong): alta de 0,72%
O predomínio da aversão a risco na Ásia veio após as bolsas de Nova York caírem ontem em reação à última ata de política monetária do Fed. O avanço do PMI de serviços da China para 53,1 em dezembro, apontando expansão mais robusta do setor apesar de preocupações com a covid-19, acabou ficando em segundo plano.
Oceania
Na Oceania, a bolsa de Sydney sentiu o peso da ata do Fed, mas foi também afetada por dados mostrando que a Austrália registrou mais de 72 mil novos casos de covid-19 em um único dia, número recorde, em meio à disseminação da variante Ômicron. Em seu maior tombo desde setembro, o índice australiano S&P/ASX 200 caiu 2,74% hoje, a 7.358,30 pontos. / com Agência Estado