Fundo do ‘Monstro do Leblon’, Ponta Sul derrete quase R$ 9 bilhões com queda das ações do Banco Inter
Fundo que chegou as bater R$ 9,78 bilhões há seis meses, agora tem R$ 873 milhões de patrimônio
O ano de 2022 mal começou, mas o carioca Flávio Calp Gondim, apelidado no mercado financeiro como o "Monstro do Leblon", já vive o seu inferno astral - de novo. O maior perdedor da Bolsa desde o início da pandemia, vai reescrevendo a sua história e, nesta semana, viu o seu patrimônio encolher R$ 8,907 bilhões, desde o pico alcançado há seis meses.
O agora ex-bilionário é dono do fundo Ponta Sul, um fundo de ações que opera alavancado e que tem, como uma das maiores posições de carteira, o Banco Inter (BIDI11).
O Monstro do Leblon era dono de 12% dos papeis do banco, segundo formulário de referência da instituição em novembro do ano passado. E é justamente por isso que o seu fundo sofre tanto.
Monstro do Leblon: banco vive dificuldades
Como boa parte das fintechs espalhadas pelas bolsas, o Banco Inter vive dificuldades. O avanço dos juros futuros afetam as empresas do setor de tecnologia, como é o caso do Inter. Há dois dias, as ações do banco (BIDI11) caíram 13,68%, aos R$ 24,30.
Segundo especialistas, o momento difícil das fintechs tem relação direta com a esperada aceleração no aumento dos juros dos Estados Unidos. Essas empresas operam no prejuízo e precisam do capital do investidor para financiar suas operações. Com a perspectiva da renda fixa americana pagando bem, os investidores estariam de saída dessas aplicações de alto risco por um porto-seguro com rendimentos.
Monstro do Leblon agora é ex-bilionário
No caso de Flávio Calp Gondim, ele viu o patrimônio líquido do seu fundo despencar de R$ 9,78 bilhões, no dia 19 de julho de 2021 (o ponto mais alto de seus investimentos), para atuais R$ 873 milhões, perdendo o posto de 'bilionário do risco'.
Em 2020, o Monstro do Leblon perdeu cerca de R$ 5 bilhões entre janeiro e março. Passou 2020 inteiro remando para se recuperar e, no meio do ano passado, estava esnobando rentabilidade.
Sangria do Ponta Sul
Ontem, como noticiou o jornal 'Valor Econômico', a conversa nas mesas de operação dos bancos era que Flávio Gondim tentava estancar a sangria do Ponta Sul. Ele teria mandando 'stopar' o papel, colocando para a venda 20 milhões de units do BIDI a R$ 21, no volume de R$ 420 milhões.
Na véspera, ele teria vendido outro lote de peso, fazendo com que o giro de BIDI11 chegasse a R$ 415,2 milhões.