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Presidente da Blackrock, Larry Fink diz que guerra da Rússia vai repercutir por décadas
Economia

Presidente da BlackRock, Larry Fink diz que guerra da Rússia vai repercutir por décadas

O conflito marcará um ponto de virada na ordem mundial da geopolítica, macroeconomia e mercado de capitais, segundo a gestora

Data de publicação:25/03/2022 às 00:30 -
Atualizado um ano atrás
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Em carta aos investidores publicada nesta quinta-feira, 24, o presidente da BlackRock, Larry Fink, foi taxativo: o impacto da guerra na Ucrânia será sentido por décadas pelo mundo.

“As ramificações desta guerra não se limitam à Europa Oriental. Eles estão sobrepostos a uma pandemia que já teve efeitos profundos nas tendências políticas, econômicas e sociais. O impacto repercutirá nas próximas décadas de maneiras que ainda não podemos prever. Marcará um ponto de virada na ordem mundial da geopolítica, das tendências econômicas e no mercado de capitais”.

Larry Fink, presidente da BlackRock, em carta aos investidores
Presidente da Blackrock, Larry Fink diz que guerra da Rússia vai repercutir por décadas
Larry Fink, da BlackRock, acredita que os efeitos da guerra serão sentidos por décadas - Foto: Divulgação

De acordo com Fink, os mercados de capitais, instituições financeiras e empresas foram ainda além das sanções impostas pelos governos. “O acesso aos mercados de capitais é um privilégio, e não um direito. E após a invasão da Rússia, vimos como o setor privado rapidamente encerrou relações de negócios e investimentos de longa data com o país”.

Enquanto a dependência da energia russa está no centro das atenções, empresas e governos também estão olhando com mais amplitude para sua dependência econômica de outras nações, o que pode levar as empresas a realizarem mais operações no mercado interno e em regiões próximas, o que, na visão do fundador da gestora americana, pode beneficiar países como o México, Estados Unidos, o Sudeste Asiático e o próprio Brasil.

No entanto, Fink alerta que essa dissociação pesará para as empresas, por conta de custos mais altos e pressões de margem. "Embora os balanços patrimoniais de empresas e consumidores sejam fortes hoje, dando-lhes mais proteção para enfrentar essas dificuldades, uma reorientação em larga escala das cadeias de suprimentos será inerentemente inflacionária”, prevê.

Moedas digitais: um impulso a mais

No documento, o presidente da gestora atenta para o fato de que a guerra na Ucrânia pode impactar na aceleração do crescimento da presença das moedas digitais no mercado financeiro mundial. “A guerra levará os países a reavaliarem suas dependências monetárias. Mesmo antes do conflito, vários governos procuravam desempenhar um papel mais ativo nas moedas digitais e definir as estruturas regulatórias sob as quais operam”.

Recentemente, o banco central americano lançou um estudo para avaliar possíveis implicações sobre a criação do dólar digital. “Um sistema global de pagamento digital, cuidadosamente projetado, pode melhorar a liquidação de transações internacionais, reduzindo o risco de lavagem de dinheiro e corrupção”, ressalta.

Impacto no setor de energia

Fink prevê que o setor de energia será um dos mais impactados com a guerra, à medida que as empresas recalibram suas cadeias de suprimentos globais e os aliados ocidentais reduzem sua dependência das commodities russas.

“Os consumidores estão enfrentando custos de energia mais altos, pois vimos o preço do petróleo ultrapassar US$ 100 o barril no início deste ano pela primeira vez desde 2014. Como resultado, a segurança energética se juntou à transição energética como uma das principais prioridades globais”, complementa.

Larry Fink

Em resposta a esse cenário, muitos países estão em busca de fortalecer e adotar novas fontes de energia. Para Fink, no longo prazo, os eventos recentes acelerarão a mudança das matrizes energéticas para fontes mais verdes em muitas partes do mundo, tornando-as mais competitivas.

“Durante a pandemia, vimos como uma crise pode atuar como um catalisador para a inovação. Empresas, governos e cientistas se uniram para desenvolver e implantar vacinas em escala em tempo recorde”, relembra.

Até o momento, o planejamento dos governos se concentrou apenas na oferta, sem abordar a demanda, na visão do presidente.

“Precisamos de políticas públicas para uma abordagem mais holística e de longo prazo das necessidades energéticas do mundo. Entre outros desafios, à medida que aumenta a demanda por fontes renováveis ​​de energia e o uso de tecnologia limpa, devemos considerar o que isso significa para as commodities subjacentes das quais essas fontes verdes de energia e tecnologia dependem”, analisa Fink.

O gestor destaca, porém, que para garantir a continuidade dos preços acessíveis de energia durante a transição energética, os combustíveis fósseis – como o gás natural – serão importantes como produtos de transição.

Para completar a transição, o gestor da BlackRock diz que o mundo vai precisar passar por “muitos tons de marrom” para chegar no verde. “ Continuo otimista em relação ao futuro e acreditando que nossas ações coletivas hoje podem fazer uma diferença significativa nos próximos anos”, conclui.

Quem é Larry Fink?

Larry Fink é um empresário bilionário americano que fundou a gestora BlackRock há mais de 30 anos. Defensor das ideias ligadas ao ESG, Fink acredita que as empresas têm obrigações sociais que vão além da maximização de valor para os acionistas.

Todos os anos, Fink envia uma carta aberta ao mercado global com sinalizações de tendências da economia global, corporações e dos investidores.

Quem é a BlackRock?

Há 34 anos no mercado global, a BlackRock se tornou uma gigante entre as gestoras de investimentos ao redor do mundo. Entre seus principais produtos estão os ETFs (ou fundos de índices), fundos que vem ganhando cada vez mais a atenção dos investidores tanto aqui quanto lá fora.

A maior parte dos recursos geridos pela empresa americana vem de clientes institucionais, incluindo governos, fundos de pensão, fundos soberanos, entre outros. Além disso, marca presença entre os principais acionistas de grandes corporações mundiais, como Apple, ExxonMobil e alguns grandes bancos americanos.

No quarto trimestre do ano passado, a BlackRock fechou o período com mais de US$ 10 trilhões em ativos geridos.

Sobre o autor
Julia Zillig
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