Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta terça-feira, 26 de abril
Investidores estão de olho na China, nos lucros das empresas e nas projeções econômicas
Após fechar em queda de 0,35% no dia anterior, a Bolsa segue a mesma tônica negativa no pregão desta terça-feira, 26. Às 15h01, o Ibovespa recuava 1,80%, aos 108.9688 pontos, e o dólar disparava 1,95%, cotado a R$ 4,971.
A queda é explicada, em boa parte, pela desvalorização das ações dos bancos, que passaram a recuar após a divulgação do balanço trimestral do Santander, que tradicionalmente puxa a fila dos resultados dos gigantes financeiros. A alta de 1,3% não agradou o mercado. Às 14h50, as units do banco espanhol recuavam 4,91%. Já as ações preferenciais do Bradesco e Itaú caíam 4,61% e 3,01%, respectivamente.
Os investidores dividem sua pauta de monitoramento entre o ambiente externo e interno. Segundo Marcelo Oliveira, fundador da Quantzed, há um “tripé” que está movimentando o mercado para cima e para baixo, incluindo o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a alta dos juros, os balanços corporativos e situação da China com a covid-19.
“O Fed está em período de silêncio. Então o mercado vai ficar só na expectativa e na tentativa de acertar a direção de sua política monetária”.
Marcelo Oliveira, da Quantzed
Em relação aos balanços trimestrais das gigantes internacionais, o especialista aponta que o mercado esperava guidances piores, “mas estão vindo melhores do que o esperado”. Para esta terça-feira são aguardados os resultados das big techs Microsoft e Alphabet (Google). No Brasil, o dia começou com o Santander Brasil apresentando um lucro de 1,3% no primeiro trimestre.
Já em relação à China, além da questão do temor sobre um possível ampliação do lockdown por conta do avanço da covid-19 no país, o que ajuda a aliviar um pouco essa incerteza é a postura do Banco Central da China (PBoC), que ressaltou que irá intensificar o apoio à economia do país atingida pela pandemia.
Já na Europa, as bolsas operam no positivo, na contramão das praças financeiras do Brasil e dos EUA. Após uma queda brusca no dia anterior, o preço do petróleo voltou a subir, buscando recuperação refletindo a continuidade da guerra na Ucrânia.
“Também é importante ficar atento a uma fala da Rússia sobre uma terceira guerra mundial, o que mostra que o país começa a perder o eixo das coisas, já que a guerra está durando tempo demais e além do que esperavam”, enfatiza o fundador da Quantzed.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -2,10%
- Dow Jones: -1,81%
- Nasdaq 100: -2,95% (dados atualizados às 15h08)
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -0,90% (441,10 pontos)
- DAX (Frankfurt): -1,20% (13.756 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,08% (7.386 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,54% (6.414 pontos)
Brasil: projeções econômicas para 2022, 2023 e 2024
Internamente, os investidores olham as projeções de alta para o IPCA neste ano (de 7,46% para 7,65%), em 2023 (de 3,91% para 4,00%) e 2024 (de 3,16% para 3,20%) e ainda a elevação para a taxa Selic no fim deste ano (de 13,05% para 13,25%) trazidas pelo Boletim Focus do BC, publicado nesta terça-feira, após três semanas de interrupção por causa da greve de funcionários do Banco Central, que foi suspensa até o dia 2 de maio.
A uma semana do início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, há consenso de que o BC deve elevar a Selic em 1 ponto, a 12,75% ao ano na próxima semana.
O mercado aguarda, agora, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa da Sessão Solene do Congresso Nacional destinada a comemorar os 105 anos do nascimento de seu avô, o economista Roberto Campos, a partir das 10h, além do leilão de LFT e NTN-B do Tesouro, a partir das 11h.
A partir desta quarta-feira, 27, os membros do BC entram em período de silêncio até a quarta-feira da próxima semana, dia 4, quando o Copom anuncia sua decisão de política monetária.
Juros futuros
Os juros futuros operam mistos. Às 15h desta terça, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 marcava 12,94%, de 12,95% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2025 subia a 12,08%, ante 11,99% na abertura do dia. O DI para janeiro de 2027 marcava 11,90%, de 11,82%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
3R Petroleum (RRRP3) | +3,27% |
PetroRio (PRIO3) | +2,83% |
Iguatemi (IGTI11) | +1,46% |
CPFL (CPFE3) | +1,44% |
Taesa (TAEE11) | +1,24% |
Maiores baixas
Americanas S.A (AMER3) | -5,87% |
Locaweb (LWSA3) | -5,67% |
Totvs (TOTS3) | -5,57% |
Banco Inter (BIDI11) | -5,26% |
Santander (SANB11) | -5,08% |
Mercado internacional: bolsas asiáticas fecham mistas
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, com as da China estendendo perdas em meio a temores sobre os impactos da onda de covid-19 local e outras se recuperando após o desempenho positivo de Wall Street na véspera.
Pequim iniciou testes em massa da população local e restringiu o movimento em certas partes da cidade, embora tenha registrado apenas 80 casos de covid-19 desde sexta-feira, 22. O temor é que a capital chinesa acabe instituindo um lockdown mais amplo, similar ao que está em vigor em Xangai há mais de duas semanas. / com Agência Estado
Fechamento
- Xangai Composto (China continental): -1.44% (2.886 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -2,11% (1.752 pontos)
- Nikkei (Tóquio): +0,41% (26.700 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): +0,33% (19.934 pontos)
- Kospi (Seul): +0,42% (2.668 pontos)
- Taiex (Taiwan): +0,14% (16.644 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): -2,08% (7.318 pontos)