Focus: projeção para a inflação em 2022 sobe de 7,46% para 7,65% e segue longe da meta
Para o PIB, a previsão é de um crescimento um pouco mais elevado para este ano
Os economistas do mercado seguem projetando inflação e juros mais elevados para este ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira, 26, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do País, subiu de 7,46% para 7,65% em 2022, se mantendo cada vez mais distante da meta de 3,5%, com intervalo entre 2% e 5%.
Para 2023, também houve ajuste positivo no indicador, de 3,91% para 4,00%, também apontando um horizonte de não cumprimento de meta, que foi estipulada em 3,25% para o período.
Já a expectativa para a taxa de juros, medida por meio da Selic, foi elevada de 13,05% para 13,25% ao ano. Em relação ao ano seguinte, ficou estável em 9,00% e em 7,50% para 2024.
Em relação ao crescimento do País, os economistas elevaram sua projeção para o PIB de 2022, de 0,56% para 0,65%. No entanto, recuaram quando avaliaram o cenário para 2023: de 1,12% caiu para 1,00%. E foi mantida em 2,00% para o ano seguinte.
O Boletim Focus foi divulgado nesta terça-feira, 26, em caráter excepcional, após a suspensão da greve dos servidores do Banco Central.
Câmbio e IGP-M
De acordo com os especialistas que participaram da pesquisa, o câmbio deve arrefecer em 2022. A projeção indica o dólar valendo R$ 5,00, ante R$ 5,10 no boletim anterior. Sobre 2023, o movimento foi semelhante: de R$ 5,15 caiu para R$ 5,00. E em 2024, de R$ 5,15 recuou para R$ 5,05.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que mede a inflação do atacado e é utilizado como instrumento para o aluguel, também deve ser mais acentuado neste ano, segundo o documento do BC. De 11,54% saltou para 12.35%. Já o ajuste para 2023 foi mais moderado: de 4,23% para 4,50%. E permaneceu em 4,00% para 2024.
Relação dívida/PIB
O Boletim Focus mostrou também que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022 se manteve em 60,50% na última semana, ante 60,30% de um mês atrás.
O documento trouxe ainda alteração na relação entre o déficit primário e o PIB deste ano, de 0,50% para 0,45%. Há um mês, o porcentual estava em 0,50%. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 variou de 7,55% para 7,50%, ante 7,50% de quatro semanas antes.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB passou de 63,78% para 64,10%, de 63,50% há um mês. A mediana para o déficit primário continuou em 0,50% do PIB e para o rombo nominal passou de 7,50% para 7,30%. Os porcentuais eram de 0,50% e 7,20%, respectivamente, há quatro semanas.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros. / com Agência Estado