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Renda Fixa

Renda fixa: como a taxa Selic a 9,25% influencia os investimentos; veja simulações

Copom elevou a taxa de juros em 1,5 ponto percentual; aplicações ainda perdem para inflação

Data de publicação:08/12/2021 às 20:16 -
Atualizado 2 anos atrás
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Não houve surpresa na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2021. A taxa básica de juros Selic subiu 1,50 ponto porcentual para 9,25% ao ano nesta quarta-feira, 8, de acordo com as expectativas de analistas do mercado financeiro. Isso vai melhorar como um todo o desempenho dos investimentos de renda fixa, mas de forma geral as aplicações ainda vão continuar perdendo para a inflação.

A alta da Selic, a sétima desde março (leia a tabela com todas as decisões do Copom em 2021 mais abaixo), não é suficiente ainda para contemplar o investidor com rendimento real positivo, acima da inflação oficial, medida pelo IPCA. As modalidades de investimento mais tradicionais do ramo continuam perdendo para a inflação, como deixam claro as simulações da Mais Retorno

Renda Fixa: Moedas empilhadas simulam alta dos investimentos com nova Selic
Selic a 9,25% melhora o retorno da renda fixa, mas que seguirá abaixo da inflação Foto: Envato

 

Com a Selic em alta, vale a pena investir na renda fixa?

Se o cenário para os investimentos em renda fixa, por enquanto, parece mais apropriado para proteção do dinheiro, em vista do ambiente de ampla volatilidade na renda variável, as perspectivas, de acordo com especialistas, apontam para um futuro promissor para quem apostar na renda fixa.

O investidor, principalmente o acostumado com juros altos, parece mais animado com a sensação de volta aos bons tempos. O fôlego dos juros pode não chegar a tanto, mas analistas e economistas do mercado financeiro preveem a continuidade de alta e já veem a Selic quase encostando em 12% ao ano em março de 2022, quando, segundo a maioria dos especialistas ocorreria o fim do ciclo de elevação dos juros.

O lado mais animador desse cenário é que, para os analistas, o pico da Selic coincidiria com o momento de reversão mais acentuada da trajetória de inflação. Um movimento assimétrico – juros altos e inflação em queda – que proporcionaria uma fatia robusta de rendimento real ao aplicador.

Mas, para chegar lá, o investidor precisa persistir e esperar um pouco mais. Por enquanto, a renda fixa, mesmo com a Selic em 9,25% ao ano, permanece remunerando com juro negativo, abaixo da inflação. E até mesmo entregando um valor líquido de resgate, descontado o imposto de renda e a inflação do período, menor que o valor nominal de aplicação.

Como a taxa Selic afeta a renda fixa

Os títulos privados isentos de imposto de renda, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), levam ligeira vantagem sobre as demais opções que recolhem imposto, como CDB e Tesouro Selic. A caderneta de poupança, que terá a regra de cálculo do rendimento alterada com a nova Selic, fica em desvantagem sobre seu principal concorrente, o fundo DI, mesmo contando com o benefício da isenção de imposto de renda.

Veja como fica o desempenho dos principais investimentos em renda fixa

AplicaçãoTaxa a.a.Resgate nominal
líquido ao ano (R$)
Resgate valor
real (R$)
LCA 97%8,97%R$ 1.089,73R$ 978,79
LCI 80%7,40%R$ 1.074,00R$ 964,67
CDB 100%9,25%R$ 1.071,69R$ 962,59
Tesouro Selic +
0,01% ao ano
9,25%R$ 1.071,82R$ 962,70
Fundo DI9,07%R$ 1.068,16R$ 959,42
Poupança6,48%R$ 1.064,75R$ 956,36
Fundo DI29,07%R$ 1.063,79R$ 955,50
FGTS6,17%R$ 1.061,70R$ 953,62
Simulações de cálculos da Mais Retorno

LCAs e LCIs

Uma aplicação de R$ 1.000 por 12 meses em uma LCA com taxa de remuneração de 8,97% ao ano (fatia de 97% da Selic de 9,25%) chegará ao fim de um ano ao valor bruto de R$ 1.089,73. Por ser isento de imposto, esse é também é o valor líquido de resgate (capital aplicado somado com rendimento).

Descontada a inflação de 10,2% estimada para o período de aplicação, o valor que chegará ao bolso do aplicador, com poder de compra, cairia para R$ 978,79, inferior ao valor de aplicação inicial.

Quem aplicar R$ 1.000 por 12 meses em uma LCI (outra letra com isenção de imposto) por uma taxa equivalente a 80% da Selic de 9,25%, ou 7,40%, terá um valor bruto de R$ 1.074,00 no vencimento, que será também o líquido, para o resgate. Seu poder de compra, porém, terá sido corroído pela inflação de 10,2% projetada para o período, resultando em valor final, com manutenção de poder aquisitivo, de R$ 964,67%.

As LCIs e as LCAs são letras que têm como principal apelo a isenção de imposto de renda, um benefício fiscal que supostamente fariam entregar um rendimento maior que as aplicações que sofrem tributação. Na prática, não é o que ocorre. Como contam com isenção tributária, essas letras embutem uma taxa de rentabilidade, como fatia do juro DI, entre 90% e 80% da Selic. O DI anda colado na Selic, em geral pouco abaixo.

Confira a tabela com as alterações da Selic em 2021

20 de janeiro2,0% a.a.
17 de março2,75% a.a.
5 de maio3,5% a.a.
16 de junho4,25% a.a.
4 de agosto5,25% a.a.
22 de setembro6,25% a.a.
27 de outubro7,75% a.a.
8 de dezembro9,25% a.a.
Fonte: Banco Central do Brasil

CDBs

Uma aplicação de R$ 1.000 por 12 meses em um CDB com taxa equivalente a 100% da Selic, ou 9,25% ao ano, terá alcançado ao cabo de um ano valor bruto de R$ 1.092,50. Retirando o imposto de renda no valor de R$ 20,81, calculado pela alíquota de 20% válida para esse período, o montante líquido cai para R$ 1.071,69.

Calculado pelo poder de compra, esse valor terá recuado para R$ 962,59, com a dedução de parcela desvalorizada pela inflação de 10,2% prevista para o período.

Tesouro Selic

Quem aplicar R$ 1.000 no Tesouro Selic por 12 meses, na plataforma do Tesouro Direto, remunerado pela taxa Selic de 9,25% ao ano mais um prêmio de 0,01% ao ano, terá chegado depois de um ano ao valor bruto de R$ 1.089,77 (já descontada a taxa de custódia de 0,25% ao ano).

Mas os descontos não param aí. Deduzido o imposto de renda de 20%, ou R$ 17,95%, esse valor cai para R$ 1.071,82. Quantia que fica menor ainda, do ponto de vista de poder de compra, para R$ 962,70, descontada a desvalorização causada pela inflação de 10,2% prevista.

Fundo DI

Uma aplicação de R$ 1.000 por 12 meses em um fundo DI referenciado na nova Selic de 9,25% ao ano, mas com taxa média de 9,07%, terá acumulado após um ano R$ 1.085,20 (já descontada a taxa de administração de 0,50% ao ano). O valor ficará menor ainda, cairá para R$ 1.068,16, com o desconto do imposto de renda, e para R$ 959,42, com o abatimento da inflação de 10,2% projetada para o período.

Poupança

A caderneta de poupança, que terá nova regra de cálculo de rendimento a partir de agora, com a volta da fórmula tradicional de juro de 0,50% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR), renderá em uma aplicação de R$ 1.000 por 12 meses 6,48%, o que dará R$ 1.064,75.

Como a poupança é isenta de imposto e não recolhe nenhuma outra taxa, esse é também o valor líquido acumulado na conta no fim do período. Um montante que, do ponto de vista de poder de compra, terá recuado para R$ 956,36, considerada a inflação de 10,2% projetada.

Como a Selic impacta nos investimentos

As aplicações mais triviais do mercado continuam em baixa, embora a Selic esteja em alta, mas a renda fixa atrelada a títulos privados ou a dívidas permanece bastante competitiva.  Principalmente as debêntures incentivadas, isentas de imposto de renda, emitidas por companhias que atuam no setor de infraestrutura, com rendimento que combina variação do IPCA e juros que oscilam ao redor de 6% a 7% e até pouco mais ao ano.

A elevação da Selic não muda apenas a dinâmica de rendimentos na renda fixa. Ela gera efeitos também, até mais pesados, na ponta do crédito, pressionando o custo dos financiamentos.

Juros mais altos respingam também na Bolsa de Valores, porque encarecem os custos financeiros das empresas endividadas e também daquelas que precisam de crédito para projetos de expansão. Daí por que taxas de juros em alta não combinam com o crescimento econômico.

Outro fator que deprime o mercado de ações, como efeito de juro alto, é a retração do consumo. Com o financiamento mais caro, as pessoas deixam de comprar, as empresas deixam de faturar, os lucros caem, fenômeno que afeta principalmente as que atuam no setor de varejo.

Calendário de reuniões do Copom em 2022

De acordo com o Banco Central, o Copom terá oito reuniões ordinárias ao longo de 2022.

  • 2 de fevereiro
  • 16 de março
  • 4 de maio
  • 15 de junho
  • 3 de agosto
  • 21 de setembro
  • 26 de outubro
  • 7 de dezembro

Vale lembrar que a ata de cada encontro do colegiado é divulgada, tradicionalmente, às 8 horas da terça-feira seguinte às reuniões.

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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