Selic tem sétima alta consecutiva no ano e chega a 9,25%
Em comunicado, instituição sinaliza ajuste do mesmo tamanho em fevereiro do ano que vem
O Comitê de Política Monetária aumentou em 1,50 ponto porcentual a taxa básica de juros da economia, a Selic, que chega a 9,25% ao ano. A taxa deverá permanecer nesse patamar até dia 2 de fevereiro, quando os técnicos do Banco Central voltam a se reunir para definir o rumo dos juros da í em diante.
Em comunicado emitido logo após de terminado o encontro, o Copom aponta para um ajuste dos juros da mesma magnitude de 1,50 pp, o que levaria a Selic para 10,75% ao ano. Os riscos de disparada da inflação se colocam no centro das preocupações da autoridade monetária.
Escalada da Selic e inflação
A escalada da Selic neste ano, de 2% para 9,25% está diretamente ligada ao vigor demonstrado pela inflação, inicialmente com alta de preços mais localizada em alguns setores como combustível, alimentos, energia elétrica e commodities no exterior, mas que passou a espalhar-se por toda a economia.
O IPCA de novembro deverá ser divulgado nesta sexta-feira, 10, e deve mostrar uma inflação acumulada em 12 meses de dois dígitos. A taxa de juro é usada como instrumento para brecar a alta dos preços, na medida em que torna o crédito mais caro e inibe o consumo.
Impacto da Selic na economia
Ao mesmo tempo, a alta dos juros tem efeito perverso sobre a economia, não por menos, o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), que mede a produção de bens e serviços no País, tem sido negativo por dois meses consecutivos, colocando a economia em estado de recessão técnica.
Pelos efeito colaterais que provoca, há especialistas defendendo o encerramento do ciclo de alta dos juros de imediato. Até porque, a inflação atual parece ser, sobretudo, reflexo de uma retomada da economia após arrefecimento da pandemia em que a produção e, portanto, a oferta de produtos e serviços não vem acompanhando a demanda, por falta de insumos e componentes provocada pelo fechamento da economia durante lockdowns pelo mundo todo.
Condição que pressiona os preços, não pelo aumento da procura, mas pelo gargalo na produção e redução na oferta.
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A Selic em 2021
O juro básico da economia iniciou 2021 no nível mais baixo de sua série histórica, de 2% ao ano. Em março, o Banco Central iniciou o ciclo de alta da Selic, que passou para 2,75%.
Em maio, a taxa passou para 3,50%, e em junho para 4,25%. A partir daí, o ajuste passou a ser de 1 ponto porcentual, em agosto a Selic foi para 5,25% e em setembro, para 6,25%.
Após analisar cenários macroeconômicos, doméstico e internacional, e também condições do mercado, a autoridade monetária decidiu por uma elevação mais acentuada de 1,25 ponto porcentual.
Nessa última reunião do ano, o BC aumento a taxa em 1,50 ponto porcentual. As expectativas agora se voltam para o comunicado a ser emitido pelo Banco Central, à procura de sinalização da autoridade monetária na condução dos juros no início de 2022.
Nos últimos seis anos, o movimento da Selic é marcado por um movimento de queda de junho de 2015 a janeiro deste ano. Desde março desse ano, as autoridades monetárias iniciaram um novo ciclo de alta que tende a se estender por meados de 2022. Pelas estimativas do Focus, analistas do mercado projetam uma taxa Selic de 9,50% para o ano que vem,
Confira a tabela abaixo com as alterações da taxa Selic em 2021
20 de janeiro | 2,0% a.a. |
17 de março | 2,75% a.a. |
5 de maio | 3,5% a.a. |
16 de junho | 4,25% a.a. |
4 de agosto | 5,25% a.a. |
22 de setembro | 6,25% a.a. |
27 de outubro | 7,75% a.a. |
8 de dezembro | ,25% a.a. |
Calendário de reuniões do Copom em 2022
De acordo com o Banco Central, o Copom terá oito reuniões ordinárias ao longo de 2022.
- 2 de fevereiro
- 16 de março
- 4 de maio
- 15 de junho
- 3 de agosto
- 21 de setembro
- 26 de outubro
- 7 de dezembro
Vale lembrar que a ata de cada encontro do colegiado é divulgada, tradicionalmente, às 8 horas da terça-feira seguinte às reuniões.